Avançar para o conteúdo principal

Inteligência Artificial portuguesa pode combater a escassez de órgãos para transplante renal



 Pretende partilhar este texto? Utilize as ferramentas de partilha que encontra na página de artigo. Todos os conteúdos da VISÃO são protegidos por Direitos de Autor ao abrigo da legislação portuguesa. Apoie o jornalismo de qualidade, não partilhe violando Direitos de Autor.

https://visao.sapo.pt/exameinformatica/noticias-ei/ciencia-ei/2022-02-22-como-a-inteligencia-artificial-pode-combater-a-escassez-de-orgaos-para-transplante-renal/


Equipa de investigadores portugueses, em colaboração com a Universidade de Buffalo dos EUA, está a desenvolver um algoritmo inteligente que auxilia os médicos especialistas na avaliação de órgãos, aumentando as probabilidades de sucesso do transplante


Uma equipa de investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) e médicos do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), em colaboração com a Universidade de Buffalo, está a trabalhar num algoritmo inteligente que auxilia os médicos especialistas na tarefa de avaliar as biópsias renais de dadores falecidos no momento da colheita, o tempo-zero. Este método será importante para minimizar a taxa de rejeição de rins provenientes de dadores falecidos, que atualmente se situa nos 50%, muito devido ao caráter subjetivo e propenso a erros de avaliação na classificação das biópsias renais.


Os atuais métodos de classificação das biópsias renais são visuais, semiquantitativos e, por vezes, imprecisos e a biópsia fornece informação essencial para a avaliação da qualidade do órgão e se reúne ou não condições para ser implantado.


Luís Rodrigues, investigador principal do projeto, explica que “é um processo muito manual, laborioso e subjetivo, suscetível de gerar o desperdício de órgãos que poderiam ser utilizados”. O também médico do CHUC complementa que “A melhor opção terapêutica para tratar doentes com insuficiência renal muito grave, dependentes de hemodiálise, é o transplante, mas debatemo-nos com a escassez de órgãos, um grande problema. Em Portugal a taxa de incidência de doença renal terminal tratada é uma das maiores da Europa, e a lista de espera para transplante aumenta todos os anos, sendo por isso urgente desenvolver ferramentas que permitam aumentar o número de órgãos disponíveis para transplante e otimizar a sua alocação, melhorando assim a sobrevida e qualidade de vida dos recetores dos órgãos”, cita o comunicado de imprensa.


A equipa acredita que a utilização de IA é um grande aliado para evitar o desperdício de órgãos e pretende ainda melhorar a alocação dos órgãos, com uma correspondência de longevidade entre dador e recetor “Quanto mais durarem os órgãos que nós implantamos, menor é a possibilidade de um segundo transplante e menor é a possibilidade de precisarmos de mais um dador”, completa Rui Alves, professor também envolvido nestes trabalhos. Este método que está agora a ser proposto permite uma abordagem robusta e sistemática de análise de biópsias renais, com a expetativa de que entre 10 e 25% dos órgãos que atualmente são rejeitos possam ser aproveitados.


https://visao.sapo.pt/exameinformatica/noticias-ei/ciencia-ei/2022-02-22-como-a-inteligencia-artificial-pode-combater-a-escassez-de-orgaos-para-transplante-renal/

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...