Avançar para o conteúdo principal

Choques elétricos em nuvens podem ser a solução para fazer chover


Giulio Montini/Weather Photographer of the Year 2021


Um estudo britânico avança que os choques, através de drones ou de torres altas, podem ser capazes de provocar a ocorrência de chuva


Um grupo de investigadores da Universidade de Reading, em Inglaterra, investigou a carga elétrica de gotas em nuvens que não são de tempestade. Os mais recentes resultados indicam que sobrecarregar uma nuvem pode aumentar as forças atrativas entre as gotículas e ajudar as gotas de chuva a aumentar e, consequentemente, fazer com que chova.


Os cálculos do estudo, liderados por Maarten Ambaum, permitiram retirar algumas conclusões que foram publicadas na revista Proceedings of the Royal Society A. De acordo com estes, quanto maior for a variação nas cargas elétricas, maior é a atração entre as gotículas. A equipa explica que mesmo que as gotículas carreguem a mesma polaridade de carga, sendo ambas positivas ou ambas negativas, estas vão ser atraídas umas pelas outras se existir uma variação na sua força. “As cargas numa gota vão induzir a cargas noutra gota”, repetindo-se o processo, o que “leva a uma força atrativa que pode dominar se as gotas estiverem próximas umas das outras”. Esta carga pode, ainda assim, alterar-se devido aos iões impulsionados por campos elétricos próximos.


As nuvens contêm muito vapor de água, mas só chove quando esse vapor se condensa em gotículas maiores. Os aerossóis podem fornecer as sementes em torno das quais a água se aglutina, mas os autores do estudo defendem que a carga sobre as gotículas e aerossóis também é importante. Estes concluem que a adição de efeitos eletrostáticos não adiciona mais de 5% à taxa na qual as gotas colidem e se unem, mas que essa mudança pode ser a diferença entre chover ou não chover.


Como avança a publicação The Guardian, esta equipa já tinha sido financiada, em 2017, pelos Emirados Árabes Unidos para entender como seria possível aumentar a queda de chuva neste país. Já no ano passado, utilizou drones equipados com ionizadores em nuvens, experimentando libertar cargas positivas e negativas no ar.


Estas experiências serão agora ajustadas aos novos resultados para serem encontradas formas de acelerar a formação de chuva onde ela for necessária e identificar a quantidade e tempo de carga necessário para o fazer. No entanto, em lugares onde o nevoeiro é comum, incluindo desertos, os autores acreditam que torres de dez metros de altura podem resolver o problema, numa altura em que a seca no mundo é cada vez maior devido às alterações climáticas.


https://visao.sapo.pt/exameinformatica/2022-02-10-choques-eletricos-em-nuvens-podem-ser-a-solucao-para-fazer-chover/

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Maria Luís Albuquerque: “Pensamos que os depósitos bancários são seguros, mas seguro é que perdemos dinheiro com eles”

Maria Luís Albuquerque, que neste momento tenta implementar a união de poupança e investimentos na Europa, volta a reforçar a importância da literacia financeira, e lembra que a estratégia europeia inscrita neste programa irá avançar no primeiro trimestre  Maria Luís Albuquerque, comissária europeia com a pasta dos Serviços Financeiros e Mercado de Capitais, reforça que esta é a hora de se avançar em conjunto a união de poupanças e investimento, salientado a importância de os investidores olharem além dos depósitos bancários, um dos instrumentos mais usados pelos portugueses na hora de investir. "Nós pensamos que os depósitos bancários são seguros, eu neste momento diria que é seguro que perdemos dinheiro. A percepção de risco é algo que tem de ser trabalhado. Lá chegaremos", disse a comissária na conferência anual da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). "Temos um pilar de investimento e financiamento, para canalizar poupanças privadas para investimentos pr...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...