Um estudo britânico avança que os choques, através de drones ou de torres altas, podem ser capazes de provocar a ocorrência de chuva
Um grupo de investigadores da Universidade de Reading, em Inglaterra, investigou a carga elétrica de gotas em nuvens que não são de tempestade. Os mais recentes resultados indicam que sobrecarregar uma nuvem pode aumentar as forças atrativas entre as gotículas e ajudar as gotas de chuva a aumentar e, consequentemente, fazer com que chova.
Os cálculos do estudo, liderados por Maarten Ambaum, permitiram retirar algumas conclusões que foram publicadas na revista Proceedings of the Royal Society A. De acordo com estes, quanto maior for a variação nas cargas elétricas, maior é a atração entre as gotículas. A equipa explica que mesmo que as gotículas carreguem a mesma polaridade de carga, sendo ambas positivas ou ambas negativas, estas vão ser atraídas umas pelas outras se existir uma variação na sua força. “As cargas numa gota vão induzir a cargas noutra gota”, repetindo-se o processo, o que “leva a uma força atrativa que pode dominar se as gotas estiverem próximas umas das outras”. Esta carga pode, ainda assim, alterar-se devido aos iões impulsionados por campos elétricos próximos.
As nuvens contêm muito vapor de água, mas só chove quando esse vapor se condensa em gotículas maiores. Os aerossóis podem fornecer as sementes em torno das quais a água se aglutina, mas os autores do estudo defendem que a carga sobre as gotículas e aerossóis também é importante. Estes concluem que a adição de efeitos eletrostáticos não adiciona mais de 5% à taxa na qual as gotas colidem e se unem, mas que essa mudança pode ser a diferença entre chover ou não chover.
Como avança a publicação The Guardian, esta equipa já tinha sido financiada, em 2017, pelos Emirados Árabes Unidos para entender como seria possível aumentar a queda de chuva neste país. Já no ano passado, utilizou drones equipados com ionizadores em nuvens, experimentando libertar cargas positivas e negativas no ar.
Estas experiências serão agora ajustadas aos novos resultados para serem encontradas formas de acelerar a formação de chuva onde ela for necessária e identificar a quantidade e tempo de carga necessário para o fazer. No entanto, em lugares onde o nevoeiro é comum, incluindo desertos, os autores acreditam que torres de dez metros de altura podem resolver o problema, numa altura em que a seca no mundo é cada vez maior devido às alterações climáticas.
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