Avançar para o conteúdo principal

Empresa de bitcoin é acusada de vazamento de dados; Atlas Quantum diz que clientes não tiveram perda



Segundo promotores, empresa que negocia moedas digitais, as chamadas criptomoeadas, permitiu que informações de 264 mil clientes fossem divulgadas.

Uma empresa que negocia moedas digitais — as chamadas criptomoeadas — é acusada de ter permitido o vazamento dos dados de 264 mil clientes. São informações como nome, e-mail, telefone e saldo em bitcoins, o equivalente ao saldo bancário digital.

Por isso, o Ministério Público pediu à Justiça que a empresa, Atlas Quantum, pague R$ 10 milhões em indenização por danos morais coletivos. O suposto vazamento ocorreu em agosto de 2018.

A empresa disse ao G1 que não foi informada sobre o processo do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e que reafirma o compromisso com a transparência de todas as suas ações. "Reiteramos que o fato não ocasionou qualquer risco de perda dos investimentos, bem como adotamos todas as medidas necessárias para evitar prejuízos aos nossos clientes", informou a empresa (veja nota completa abaixo).

Segundo os promotores da Unidade de Proteção de Dados Pessoais, “houve falta de cuidado e zelo da Atlas na proteção das informações pessoais dos cidadãos que confiaram na política de segurança da companhia”.

A explicação da empresa, segundo os promotores, é que uma pessoa teria conseguido acessar a base de dados de clientes e divulgou na internet uma tabela com os dados de todos eles.

“Uma questão que chamou a atenção foi o fato de que, apesar de a Atlas informar que sua sede está localizada nos Estados Unidos, a maioria dos números de telefones dos clientes que tiveram seus dados comprometidos são do Brasil”, aponta o promotor Frederico Meinberg.
Caso a empresa seja condenada judicialmente, o valor da indenização não vai para os clientes afetados, e sim para um fundo judicial para ser investido posteriormente. A empresa não é considerada uma instituição financeira porque no Brasil não há regulamentação referente às criptomoedas.

Investigações
De acordo com as investigações, a Atlas se intitula como uma companhia de serviços financeiros que tem como principal produto o “Quantum”, um algoritmo que faz arbitragem financeira em bitcoins com rentabilidade diária. Ela alega gerir mais de 30 milhões de dólares, com 240 mil usuários espalhados em 50 países.

Para o MP, existe suspeita de fraude financeira. Segundo os promotores, a Atlas Quantum promete rendimentos estimados em 4,4% ao mês e 66,95% ao ano para os clientes – a poupança, por exemplo, rende menos de 0,5% ao mês. Além disso, não haveria indicação real de que o algoritmo anunciado pela empresa realmente exista e seja operante.

“Não se descarta a possibilidade de que as empresas, ao contrário do que afirmam, operem em um esquema de pirâmide financeira, nos moldes do investidor Bernard Madoff”, afirma o Ministério Público. Ainda assim, neste processo, a empresa não é acusada formalmente de praticar qualquer fraude do tipo.

O que diz a empresa Atlas Quantum
Em nota, a empresa declara:

"O Atlas não foi informado sobre o processo do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), mas reafirma o compromisso com a transparência de todas as suas ações. Reiteramos que o fato não ocasionou qualquer risco de perda dos investimentos, bem como adotamos todas as medidas necessárias para evitar prejuízos aos nossos clientes. Além disso, o Atlas nega veementemente as acusações de pirâmide financeira, não prometendo rendimentos justamente por se tratar de uma operação de renda variável. Através de um algoritmo que encontra as melhores cotações do Bitcoin, o Atlas Quantum realiza operações de arbitragem em mais de 10 exchanges. A partir de variações de cotações entre as exchanges, operamos a compra e venda das moedas, gerando a rentabilidade que compartilhamos com nossos clientes. Nosso modelo de negócio já foi avaliado pela CVM, que afirmou não ter encontrado nenhum indício de irregularidade.”

https://g1.globo.com/df/distrito-federal/noticia/2019/04/26/empresa-de-bitcoin-e-acusada-de-vazamento-de-dados-mp-cobra-r-10-milhoes-em-indenizacao.ghtml

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...