Avançar para o conteúdo principal

"O tempo está a esgotar-se". 15 mil cientistas assinam aviso alarmante

O tom da carta à humanidade assinada por mais de 15 mil cientistas de 184 países é grave: quase todas as grandes ameaças identificadas há 25 anos tornaram-se ainda mais preocupantes

Vinte e cinco anos depois de cientistas de todo o mundo terem emitido um "alerta à humanidade" sobre o perigo de ignorar o ambiente, um novo alerta, divulgado esta segunda-feira, avisa que a maiora dos grandes problemas do planeta estão a piorar significativamente. Exceção feita para o buraco na camado do ozono, graças à redução do uso de aerossóis e poluentes que o originaram.

Publicada no BioScience, este "segundo aviso" é assinado por mais de 15 mil cientistas de um total de 184 países. A primeira carta, datada de 1992, foi subscrita por 1700 especialistas. Desde então, praticamente todas as grandes ameaças ao ambiente agravaram-se, com destaque para o crescimento da população mundial - mais 2 mil milhões, equivalentes a um aumento de 35 por cento. As emissões de dióxido de carbono provocadas pelo uso de combustíveis fósseis, a agricultura insustentável, a desflorestação, a falta de água potável, a perda de vida marinha e o aumento das chamadas zonas mortas nos oceanos são outras ameaças graves.

"Estamos a arriscar o nosso futuro", avisam, sublinhando que é "especialmente preocupante" que o mundo continue a encaminhar-se para "alterações climáticas potencialmente catastróficas devido ao aumento dos gases de estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis".

Os cientistas alertam também para os efeitos das atividades humanas nos animais, que estão a desaparecer "a um ritmo sem precedentes".

"Desencadeámos um evento de extinção em massa, o sexto em cerca de 540 milhões de anos, em que muitas formas de vida atuais poderão ser aniquiladas ou pelo menos ameaçadas de extinção quando chegarmos ao fim deste século", lê-se ainda no documento.

"Em breve vai ser tarde demais para mudar o rumo da nossa trajetória descendente e o tempo está a esgotar-se", escrevem os cientistas, lembrando que é preciso "reconhecer, na nossa vida do dia a dia e nas nossas instituições de governo que a Terra, como toda a sua vida, é a nossa única casa". E para melhorar as perspetivas da humanidade nessa casa, os signatários apontam alguns passos necessários, que vão desde tornar a contraceção mais acessível a apostar numa alimentação à base de plantas e nas energias renováveis.


http://visao.sapo.pt/actualidade/sociedade/2017-11-13-O-tempo-esta-a-esgotar-se.-15-mil-cientistas-assinam-aviso-alarmante

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Motor de desenvolvimento ou de danos irreparáveis? Parque solar planeado para Portugal abre polémica

    Vista da central solar de Serpa, no sul de Portugal, quarta-feira, 28 de março de 2007.  -    Direitos de autor    ANTONIO CARRAPATO/AP2007 Direitos de autor ANTONIO CARRAPATO/AP2007 A empresa por detrás do projeto promete "conciliar a produção de energia renovável com a valorização ambiental do território". Ainda assim, as associações ambientalistas e os municípios têm-se insurgido contra a implantação do Parque Solar Fotovoltaico Sophia. Quais os motivos? Um novo projeto solar, que será sediado no distrito português de Castelo Branco, está a ser amplamente contestado tanto pelas associações ambientalistas como pelos próprios municípios. Chama-se Parque Solar Fotovoltaico Sophia e, segundo anunciado no  site da empresa por detrás da iniciativa , a Lightsource bp, o seu objetivo passa por " conciliar a produção de energia renovável com a valorização ambiental do território  e benefícios duradouros para as comunidades locais". Tratar-...

Candidatura a empréstimos europeus inclui fragatas, investimento no Alfeite, blindados, satélites e drones

  O ministro da Defesa Nacional anunciou hoje que a candidatura portuguesa aos empréstimos europeus SAFE inclui a aquisição de fragatas, recuperação do Arsenal do Alfeite e a produção de blindados, munições, satélites e drones em Portugal. "Vamos investir em fragatas, em artilharia de campanha, em satélites, em veículos médios de combate, em viaturas estáticas, em munições, em sistemas antiaéreos e em drones, sendo que, no caso dos drones, o projeto do SAFE é liderado por Portugal", adiantou Nuno Melo, numa conferência de imprensa que decorreu no Instituto de Defesa Nacional (IDN), em Lisboa. No passado dia 28, o Conselho de Ministros aprovou a candidatura formal de Portugal ao programa europeu de empréstimos para a Defesa SAFE, no valor de 5,8 mil milhões de euros. Após a candidatura inicial, "abre-se agora um processo que é de contratação até ao final de fevereiro, quando então a Comissão Europeia confirmará em concreto tudo o que vai suceder", explicou Nuno Melo....