Avançar para o conteúdo principal

Ucrânia enfrenta “ameaça de guerra total” com a Rússia

O Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, acusou esta terça-feira a Rússia de ter reforçado drasticamente a sua presença militar na fronteira com a Ucrânia e referiu a ameaça de uma “guerra total” com Moscovo.

“O número de tanques em bases militares russas situadas ao longo da nossa fronteira triplicou”, declarou Poroshenko a três estações televisivas ucranianas. “O número de unidades militares colocadas ao longo da nossa fronteira aumentou drasticamente”, acrescentou, sem precisar quando é que isso aconteceu.

O chefe de Estado ucraniano apontou igualmente um forte aumento do número de barcos militares russos no mar de Azov e de uma presença militar russa reforçada na Crimeia, península ucraniana anexada por Moscovo há quatro anos, citando dados dos serviços secretos da Ucrânia.

Na Crimeia, desde 2014, “o número de soldados triplicou, o de blindados quintuplicou e o da artilharia quase decuplicou”, indicou ainda. “Não quero que alguém pense que se trata de brincadeiras de criança. A Ucrânia enfrenta a ameaça de uma guerra total com a Federação Russa”, afirmou.

Poroshenko relatou ter tentado telefonar ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, após o apresamento pela Rússia, no domingo à noite, de três embarcações militares ucranianas no mar Negro, ao largo da Crimeia, mas não obteve resposta.

“Na mesma noite, pedi uma reunião com o Presidente russo, Putin. Não recebemos resposta. E vi-me obrigado a pedir à chanceler alemã, Angela Merkel, para discutir com Putin este incidente”, disse o chefe de Estado ucraniano.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado por agências russas, limitou-se a declarar que “nenhum contacto telefónico ocorreu entre os presidentes”.

A Ucrânia e a Rússia estão desde domingo envolvidas no seu pior braço-de-ferro desde há vários anos, na sequência do apresamento pelos russos de três barcos militares ucranianos com 24 marinheiros a bordo.

Este incidente armado alarmou a Ucrânia, que instaurou a lei marcial nas suas regiões fronteiriças durante um mês, e os seus aliados ocidentais.

https://zap.aeiou.pt/ucrania-guerra-total-russia-228616

Comentários

Notícias mais vistas:

Avião onde viajava Von der Leyen afetado por interferência de GPS da Rússia

 O GPS do avião onde viajava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi afetado por uma interferência que as autoridades suspeitam ser de origem russa, no domingo, forçando uma aterragem com mapas analógicos. Não é claro se o avião seria o alvo deliberado. A aeronave aterrou em segurança no Aeroporto Internacional de Plovdiv, no sul da Bulgária, sem ter de alterar a rota. "Podemos de facto confirmar que houve bloqueio do GPS", disse a porta-voz da Comissão Europeia, Arianna Podesta, numa conferência de imprensa em Bruxelas. "Recebemos informações das autoridades búlgaras de que suspeitam que se deveu a uma interferência flagrante da Rússia". A região tem sofrido muitas destas atividades, afirmou o executivo comunitário, acrescentando que sancionou várias empresas que se acredita estarem envolvidas. O governo búlgaro confirmou o incidente. "Durante o voo que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para Plovdiv, o s...

O maior aliado da Rússia a defender a Ucrânia: eis a proposta de Trump

 Proposta de Trump foi apresentada aos aliados e à Ucrânia na reunião na Casa Branca. A ideia não caiu nada bem, até porque já tinha sido sugerida anteriormente por Putin. Tropas norte-americanas nunca farão parte das garantias de segurança a dar à Ucrânia e isso já se sabia, mas a proposta do presidente dos Estados Unidos é, no mínimo, inquietante para Kiev, já que passa por colocar soldados amigos da Rússia a mediar o conflito. De acordo com o Financial Times, que cita quatro fontes familiarizadas com as negociações, o presidente dos Estados Unidos sugeriu que sejam destacadas tropas chinesas como forças da paz num cenário pós-guerra. Uma proposta que, segundo as mesmas fontes, vai ao encontro do que Vladimir Putin sugeriu, até porque a China é um dos mais fortes aliados da Rússia, mesmo que tenha mantido sempre uma postura ambígua em relação ao que se passa na Ucrânia. A proposta de Trump passa por convidar a China a enviar pacificadores que monitorizem a situação a partir de um...

Maduro diz que 4.200 soldados americanos estão prontos para invadir a Venezuela

O presidente venezuelano garante ter declarado a "preparação máxima" do exército venezuelano face a uma hipotética ameaça da marinha americana, tendo mesmo apontado para a presença de armas nucleares do lado de Washington. Nicolás Maduro afirma que estão a manter "todos os canais diplomáticos abertos" perante a escalada diplomática e bélica que a Venezuela e os Estados Unidos vivem há semanas. O líder bolivariano diz que os canais estão "quebrados" perante o reagrupamento de forças norte-americanas que está a ocorrer em torno da costa venezuelana, como confirmam vários meios de comunicação norte-americanos. "Oito navios militares com 1.200 mísseis e um submarino nuclear têm a Venezuela como alvo", garantiu Maduro. "Eles quiseram avançar para o que chamam de pressão militar máxima (...) e nós declarámos a máxima preparação para a defesa da Venezuela". Maduro descreveu os acontecimentos como a maior ameaça militar que o país caribenho enf...