Avançar para o conteúdo principal

Bruxelas está menos otimista que o Governo. Défice de 2019 pode ser o triplo

A Comissão Europeia estima que o défice português recuará uma décima entre este ano e o próximo, antecipando um valor de 0,6% do PIB para 2019, acima das previsões do Governo, que aponta para um défice de 0,2%.

Nas Previsões Económicas de Outono, hoje publicadas em Bruxelas, o executivo comunitário colocou-se em linha com as previsões do Governo relativamente ao défice para este ano, estimando um valor de 0,7% – quando nas previsões da primavera, em maio, antecipava 0,9% – , mas antevê que no próximo recuará apenas uma décima, para os 0,6%.

A meta “histórica” de 0,2% para o défice que o Executivo tem alinhado para o próximo ano, Bruxelas só a vê como possível em 2020.

Na proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), entregue no mês passado a Bruxelas – e sobre o qual a Comissão se pronunciará em 21 de novembro próximo -, o Governo manteve a estimativa de défice orçamental de 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2019, a meta com que se comprometera no Programa de Estabilidade 2018-2022 apresentado em abril.


Menos otimismo também no crescimento:

A Comissão Europeia estima ainda um abrandamento do ritmo de crescimento da economia portuguesa, para 2,2% este ano e 1,8% no próximo, abaixo das previsões do Governo, cujas estimativas são respetivamente de 2,3% e 2,2%.

Nas Previsões Económicas de Outono, o executivo comunitário aponta que “a procura interna continua forte, mas o crescimento do PIB em Portugal deverá abrandar em 2019 e 2020 face ao enfraquecimento das exportações líquidas”, projetando valores abaixo dos 2% nos dois próximos anos.

Para 2018, Bruxelas mantém a previsão de crescimento do PIB português em 2,2%, tal como antecipara nas anteriores previsões de verão (divulgadas em julho), enquanto na sua proposta de Orçamento do Estado para 2019 (OE2019), adotada no mês passado, o Governo manteve a meta de 2,3%.

Mais vincada é a diferença de projeções de Bruxelas e Lisboa para 2019, já que enquanto o OE2019 antecipa um crescimento do PIB de 2,2% (o que já constitui uma ligeira revisão em baixa do Governo face à estimativa do Programa de Estabilidade, apresentado em abril, que apontava para 2,3%), a Comissão antecipa hoje um abrandamento do crescimento da economia portuguesa para os 1,8% no próximo ano, e para os 1,7% em 2020.

https://zap.aeiou.pt/bruxelas-menos-preve-defice-tres-vezes-maior-225830

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...