O ato físico de escrever ajuda a memorizar novas palavras de forma mais eficaz, devido aos movimentos complexos envolvidos. Nos mais velhos, estes movimentos também melhoram o processo cognitivo envolvido na aprendizagem.
Apesar de a revolução digital ter transformado a forma como registamos e processamos a informação, a tão desvalorizada escrita à mão continua a ser uma competência essencial na vida humana, com vastos benefícios cognitivos.
Muitos de nós optámos por tomar notas digitais devido à sua conveniência e rapidez, mas estudos sugerem que a caneta e o papel têm vantagens para a aprendizagem e memória.
Para os profissionais de áreas criativas, como os escritores, o valor da caligrafia é há muito reconhecido como uma ferramenta para melhorar a criatividade e os processos de pensamento. No entanto, a comunidade científica só recentemente começou a explorar e a fundamentar estes benefícios. A investigação inicial aponta para impactos positivos, particularmente em contextos educativos.
Uma investigação centrada no ensino pré-escolar, publicada na Science Direct, revelou que as crianças que aprendem as letras através da escrita à mão, como o traçado, apresentam um reconhecimento e uma compreensão mais fortes e duradouros do que os seus colegas que aprendem através da dactilografia. O ato físico de escrever ajuda a memorizar novas palavras de forma mais eficaz, devido aos movimentos complexos envolvidos, ditou um estudo de 2021.
Nos adultos, a prática predominante de utilizar dispositivos digitais para tomar notas pode não ser tão benéfica como se pensava. Um estudo de 2014 revelou que os estudantes que tomavam notas à mão durante as aulas e seminários tinham tendência a ter um melhor desempenho na compreensão de materiais conceptuais do que aqueles que escreviam as suas notas. Isto graças aos movimentos complexos e coordenados necessários para escrever à mão, que envolvem diferentes áreas cerebrais, melhorando o processo cognitivo envolvido na aprendizagem.
A escrita à mão exige um maior grau de movimento, habilidade e atenção visual do que a dactilografia. Envolve uma interação abrangente entre as capacidades motoras e as funções cognitivas, em que o cérebro deve coordenar-se continuamente com os olhos para garantir a precisão do conteúdo escrito.
O envolvimento do cérebro na escrita à mão é complexo, uma vez que tem a função de supervisionar a formação das letras, a pressão exercida sobre o instrumento de escrita e o movimento global ao longo da página, ajustando quaisquer desvios em tempo real.
Em contrapartida, a dactilografia é menos exigente em termos de coordenação motora. Os dactilógrafos podem confiar na identificação e no acionamento das teclas corretas, o que exige um mínimo de movimento e de envolvimento cognitivo, podendo levar a um processamento menos eficaz da informação.
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