Durante décadas, a Irlanda era vista como o “patinho feio” entre as economias avançadas, sendo muitas vezes alvo de piadas devido à sua pobreza em comparação com os seus vizinhos. No entanto, desde os anos 90, a Irlanda passou por uma transformação económica impressionante, que a elevou ao estatuto de uma das nações mais ricas da Europa.
Em 1988, a revista The Economist publicou um artigo intitulado “Os mais pobres dos ricos”, que destacava as dificuldades económicas da Irlanda e ilustrava a sua pobreza com a imagem de uma jovem a mendigar nas ruas. Na altura, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do país era apenas 64% da média da Comunidade Europeia. No entanto, a década de 90 marcou o início de uma viragem drástica para a economia irlandesa.
Este “milagre” deveu-se a uma combinação de factores, como conta o ‘elEconomista’, incluindo a localização geográfica estratégica, o uso do inglês como língua principal, reformas fiscais audaciosas e uma política de baixos impostos. Estes factores, associados à adesão à União Europeia, permitiram que a Irlanda atraísse grandes investimentos de empresas multinacionais e estimulasse o seu crescimento económico.
Atualmente, a Irlanda tem um PIB per capita que ultrapassa os 100 mil dólares por habitante, segundo dados do Fundo Monetário Internacional (70 mil euros segundo o Eurostat), sendo o país mais rico da zona euro, excluindo o Luxemburgo. Esta impressionante ascensão deve-se, em parte, à decisão de reduzir o imposto sobre as empresas para 12,5%, o que atraiu um grande número de multinacionais para o país. No entanto, não foi apenas a política fiscal que impulsionou este crescimento. A educação, as mudanças demográficas favoráveis e a estabilidade política também desempenharam papéis cruciais no desenvolvimento económico da Irlanda.
Além disso, a melhoria nos níveis educacionais foi fundamental para a criação de uma força de trabalho qualificada, capaz de ocupar os milhares de empregos gerados pelas empresas multinacionais.
Embora o crescimento económico da Irlanda tenha sido amplificado pelos lucros das multinacionais, os benefícios são inegáveis. O país conseguiu não só crescer, mas também reduzir a desigualdade de rendimentos e manter uma taxa de desemprego baixa, em torno dos 4,3%.
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