Avançar para o conteúdo principal

Salários terão de ser públicos a partir de 2026. Estarão as empresas portuguesas preparadas?



 Já ouviu falar da Diretiva Europeia sobre a Transparência Salarial? Todas as empresas de todos os Estados-membros terão de respeitá-la, mas 40% das empresas portuguesas assumem não conhecer.


Transparência Salarial tornará os salários públicos em 2026

De forma simples, por via da Diretiva Europeia sobre Transparência Salarial, as empresas são convidadas a revelar os salários que pagam aos seus funcionários, de modo claro e transparente. Desta forma, a União Europeia (UE) procura uma maior justiça salarial.


Esta diretiva da UE foi publicada em junho de 2023, e promoverá novas regras em matéria de transparência remuneratória, combatendo a discriminação e ajudando a colmatar as disparidades remuneratórias em função do género na UE.


Ao abrigo das novas regras, as empresas da UE serão obrigadas a partilhar informações sobre os salários e a tomar medidas, caso a disparidade remuneratória em função do género for superior a 5%.


A diretiva inclui, também, disposições sobre a indemnização das vítimas de discriminação remuneratória e sanções, incluindo coimas, para os empregadores que violem as regras.


Segundo a UE, "a falta de transparência salarial foi identificada como um dos principais obstáculos à eliminação da disparidade salarial entre homens e mulheres, que em 2020 na UE foi de cerca de, em média, 13%". Ou seja, as mulheres ganham, em média, menos 13% do que os homens por hora.


Empresas portuguesas desconhecem a diretiva da UE

Conforme esclarecido pela Ordem dos Advogados, esta medida, recentemente aprovada pelos órgãos europeus, "terá de ser transposta pelos Estados-membros para a legislação nacional até 2026, mas é um tema ainda pouco claro para um número muito significativo de empresas em Portugal".


O estudo "Readiness Assessment – Transparência Salarial", desenvolvido pela Mercer Portugal, concluiu que 59% das organizações diz estar a trabalhar ativamente o tema da transparência salarial. Contudo, 40% admite que ainda não conhece bem a diretiva e as implicações da mesma.


Segundo Marta Dias, Rewards Leader da Mercer Portugal, em entrevista à Visão, isto acontece, porque "em Portugal, não existe uma cultura de partilha de informação relativamente à compensação. Até porque muitas organizações não têm uma estrutura que dê forma aquilo que são as suas práticas ou que regule aquilo que são as suas normas".


Existe transparência salarial quando a empresa partilha informação com os seus colaboradores sobre, por exemplo, a política de compensação, as formas de renumeração.


Disse Marta Dias, revelando que a Mercer Portugal conduziu o estudo, por forma a "perceber quais eram as principais dores das empresas, digamos assim, mas também para conseguir identificar boas práticas que as organizações já implementaram".


No estudo analisou-se o panorama e o progresso das empresas no âmbito da equidade e transparência salarial e o nível de preparação para esta Diretiva Europeia sobre a Transparência Salarial. Envolveu 120 empresas de diferentes setores: Aeroespacial e Defesa; Alimentação & Bebidas; Automóvel; Banca / Serviços Financeiros; Bens de Consumo; Ciências Médicas; Energia; Hi-Tech / Tecnologia; Logística; Outros Não-Produção; Outros Produção; Retalho e Venda por Atacado; Seguros / Resseguros; Serviços (Não-Financeiros); Serviços de Saúde.


Das empresas inquiridas, 40% afirmaram ainda não conhecer suficientemente a nova diretiva e as suas implicações.


"As organizações reconhecem enfrentar desafios significativos, apontando como mais proeminentes estarem ainda a perceber o que fazer em matéria de transparência salarial (43%), a criação de uma estrutura de classificação que permita a identificação de postos de trabalho comparáveis (41%) e o desenvolvimento de análises de equidade salarial (38%)."

Lê-se na publicação da Ordem dos Advogados.


Atualmente, entre as empresas inquiridas para o estudo, apenas 33% partilha com os colaboradores a banda salarial para a sua função e apenas 10% partilha informação sobre a compensação prevista para a função. Adicionalmente, sempre que existe algum tipo de informação partilhada, a mesma é divulgada apenas internamente (61%).


Salários terão de ser públicos a partir de 2026. Estarão as empresas portuguesas preparadas? (sapo.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...

Feliz 45²

Feliz 45² 2025 = 45² é um "ano-quadrado-perfeito." É representado pelo quadrado da soma de todos os algarismos do sistema de numeração decimal: (0 + 1 + 2 + 3 + 4 + 5 + 6 + 7 + 8 + 9)² = 2025. Representa, também, a soma dos cubos de todos os algarismos do sistema de numeração decimal: (0³ + 1³ + 2³ + 3³ + 4³ + 5³ + 6³ + 7³ + 8³ + 9³) = 2025. O último "ano-quadrado-perfeito" ocorreu em 1936 e depois de 2025 só vi em 2116. Feliz 2025, ou melhor Feliz 45² !!! 🙂