Século 19, usado como base para cálculos do aquecimento global, pode ter sido mais frio do que se acreditava anteriormente, descobrem pesquisadores
Dados científicos mostram que, no verão passado do hemisfério norte (entre junho e setembro), a meta de um aquecimento global de até 1,5ºC foi ultrapassada por uma margem considerável em algumas regiões do planeta, como a Europa, a maior parte da América do Norte e da Ásia. Nestes locais, a temperatura média foi 2,07°C mais quente do que entre 1850 e 1900, época que os cientistas têm usado como “período de referência” para medir as médias antes da revolução industrial, que começou a alterar o clima de maneira drástica.
Porém, conforme revelou o Guardian, mesmo estas medições podem ser consideradas otimistas. Isso porque uma nova pesquisa feita por geográfos da Johannes Gutenberg University Mainz, na Alemanha, e da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, afirma que, no século 19, muitos dos termômetros e estações meteorológicas em que se baseava essa média não estavam devidamente posicionados ou protegidos do sol, o que pode significar que o mundo na verdade era mais frio do que as medições que temos da época refletem.
Para obter uma “média” melhor, o estudo usou dados de anéis do tronco de árvores de todo o hemisfério norte durante os últimos 2.000 anos e concluiu que o clima temperado entre 1850 e 1900 na verdade foi 0,24ºC mais baixo do que o anteriormente estimado. Neste caso, o aumento da temperatura do verão passado seria, na verdade, de 2,31ºC, e não de 2,07°C.
"Isto demonstra claramente a natureza sem paralelo do actual aquecimento da Terra e quão importante é que tomemos medidas imediatas para reduzir os níveis de emissão de gases com efeito de estufa”, disse o professor Jan Esper, do Instituto de Geografia da Universidade de Mainz, na Alemanha, um dos pesquisadores do novo estudo.
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