MP diz que Lacerda pode continuar alegada actividade criminosa porque Costa, "o seu melhor amigo", está em funções até dia 10 de março
Os três procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) que estão à frente da investigação da Operação Influencer solicitam no recurso que apresentaram no Tribunal da Relação de Lisboa que este tribunal superior reconheça os perigos de continuação de atividade criminosa e de perturbação de inquérito dos cinco arguidos detidos em novembro. Para tal, alegam que “existe a forte possibilidade de o arguido Diogo Lacerda Machado” poder “continuar a actividade criminosa”, “tanto mais que o primeiro-ministro [António Costa]”, tido “como o seu melhor amigo, continuará em funções pelo menos até ao dia 10 de Março de 2024”, lê-se no texto do recurso ao qual o Observador teve acesso.
No recurso às medidas de coação de Nuno Dias Costa, o MP diz que lhe parece "cristalino" que Galamba foi "na verdade o autor e verdadeiro mentor" do alegado esquema que daria vantagens ao data center.
O ex-ministro das Infraestruturas João Galamba é considerado pelos procuradores do Ministério Público (MP) o “verdadeiro mentor” do alegado esquema que daria vantagens ao data center da Start Campus, em Sines, e admite que Lacerda Machado pode continuar a “atividade criminosa”, avança o Expresso (acesso pago).
No recurso às medidas de coação de Nuno Dias Costa, o MP defende que lhe parece “cristalino” que o ex-governante “não só atuou conluiado com os arguidos Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, da Start Campus, como foi, na verdade, o autor e verdadeiro mentor dos factos ora em apreço”.
De acordo com os procuradores, “todos os atos foram praticados” por Galamba, enquanto membro do Executivo, “ou, pelo menos, seriam por si preparados e apresentados em Conselho de Ministros”. O MP admite ainda que há “perigo de continuação da atividade criminosa” de Lacerda Machado, dado que “nada exclui que (…) possa continuar a desenvolver a sua rede de contactos junto de diversas entidades e titulares de cargos políticos em prol da sociedade Start Campus”, aponta ainda o documento citado pelo semanário.
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