Morreram 125 mil pessoas em Portugal no ano passado, mais 15 mil do que as autoridades de saúde esperavam
Houve mais 15 mil óbitos ao longo do ano de 2022 do que era esperado pelas autoridades de saúde. No total, morreram quase 125 mil pessoas. É o terceiro ano acima dos 120 mil.
Morreu quase tanta gente no ano de 2022 quanto se tinha registado no ano anterior, confirmam os dados mais recentes que a Direção-Geral da Saúde (DGS) disponibilizou no Sistema de Informação de Certificados de Óbito (SICO). O número observado de mortes está mais de 15 mil óbitos acima do que era esperado pelas autoridades de saúde.
Entre 1 de janeiro e 31 de dezembro do ano passado, morreram 124.734 pessoas em Portugal, apenas menos 464 do que em 2021 — ano em que se registaram as maiores vagas de óbitos por Covid-19 no país. O número estimado para o ano de 2022 era de 109.511 É também o terceiro ano consecutivo em que os óbitos ficam acima dos 120 mil.
De acordo com o Jornal de Notícias, que cita os registos do Instituto Nacional de Estatística, é preciso recuar até 1942 para encontrar números na ordem dos registados nos últimos três anos, quando as autoridades contabilizaram mais de 126 mil mortes em Portugal.
Morreram mais de 10 mil pessoas em todos os meses exceto entre agosto e setembro. Segundo o Expresso, desde 1923 que não se ultrapassava essa marca em todos os meses entre janeiro e julho. Há cem anos, a causa foi a gripe espanhola — mas numa época em que a população portuguesa era pouco maior que seis milhões.
Mais: em dezembro, só não se registou um excesso de mortalidade nos últimos dois dias do mês. E o número de mortes (12.187) é 20% superior à média de dezembro nos últimos 100 anos, de acordo com o Expresso. Os óbitos começaram a subir em novembro, como era expectável, mas a níveis que colocaram a mortalidade sempre acima do que era esperado.
Em 2022, a Covid-19 não explica toda a mortalidade. Na verdade, a doença provocada pelo SARS-CoV-2 só causou 5,5% dos óbitos registados ao longo do ano passado, quase metade do que aconteceu em 2021. Parte da resposta pode estar noutras infeções respiratórias e nas ondas de calor no verão. O Ministério da Saúde já pediu à DGS e ao Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) para analisarem a evolução da mortalidade.
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