Avançar para o conteúdo principal

Há mais 100 mortes por dia do que era esperado pelas autoridades de saúde.



 Estão a morrer todos os dias 470 pessoas no país. Médicos alertam para força do vírus gripal deste ano e para a fraca adesão às vacinas

A par do caos que se instalou nos hospitais, a mortalidade está a registar valores excessivos. As autoridades de saúde tinham previsto para estes dias uma média de 375 mortes diárias, mas a realidade está a ser bem diferente: em média, na última semana, morreram por dia 470 pessoas em Portugal. 


"São praticamente 100 óbitos a mais do que era esperado", confirma à CNN Portugal Carlos Antunes, investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Quanto ao pico de mortes está, diz o matemático, a ocorrer nestes primeiros dias de 2024. "Agora a situação pode manter-se ou começar a descer" explica ainda o investigador, considerando que a situação estará relacionada com diversos fatores, entre eles o aumento das infeções respiratórias, as condições meteorológicas, o pico da incidência da gripe A, a diminuição da imunidade das pessoas face à proteção sanitária feita na pandemia e ainda a menor adesão à vacina da gripe.


Segundo dados da Direção-Geral de Saúde foram observados 741 óbitos em excesso, nos últimos dias

De acordo com Manuel Carmo Gomes, a adesão a vacina entre os portugueses está  "abaixo do desejável".  Nas pessoas com mais de 60 anos, só 62% se vacinaram. Já nas idades dos 70 aos 79 a taxa de vacinação situou-se nos 72% e na faixa dos mais de 80 anos, 76% foram imunizados. "Era desejável que tivéssemos nos que tem mais de  70 anos taxas de vacinação de 80-85%", refere Carmo Gomes, da comissão técnica de vacinação.


Nos últimos dias, o cenário de rutura das urgências e de camas de cuidados intensivos tem sido acompanhado de um excesso de mortalidade. Em especial nas pessoas com mais de  70 anos, sendo mais marcante no Norte, depois  no Centro e a seguir em Lisboa e Vale o Tejo. Segundo fontes médicas, "não há ainda dados que causas com confiança, mas há sinais de que esteja relacionado  com complicações da gripe A(H1N1)".


Pneumonias e outras complicações nos cuidados intensivos

O mesmo admite Paulo Mergulhão, presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina Intensiva. "Este excesso de mortalidade estará relacionado, em parte, com a elevada atividade da gripe A e das suas complicações", diz o especialista à CNN Portugal. De acordo com Paulo Mergulhão, nas últimas semanas tem havido nos cuidados intensivos de norte a sul do pais muitos casos de pneumonias virais ou subinfeções bacterianas, resultado da gripe A.


A gripe A é um tipo de gripe, explica o pneumologista Filipe Froes, notando que o vírus influenza tem quatro tipos: A, B, C e D que se dividem em diferentes subtipos. "O tipo A e B são os que, em regra, provocam doença no humano", refere o especialista, acrescentando que depois o tipo A tem dois subtipos - o H1N1 e o H3N2. Apesar de este ano haver registo de todos estes a circular, o mais predominante, rondando os 90%, é sem dúvida o H1N1. 


Quanto ao covid-19, este não parece estar a ter impato no valor total de mortes. De acordo com Carlos Antunes, os últimos dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS), no dia 29 de dezembro, mostram que os óbitos por covid-19 eram em média 5,3 por dia. Ou seja, um valor sem significado no total de 470 mortes diárias.


Há mais 100 mortes por dia do que era esperado pelas autoridades de saúde. Gripe A pode ser parte da explicação - CNN Portugal (iol.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...