No final de abril, os bancos emprestaram 99,6 mil milhões de euros, menos 100 milhões do que no mês anterior. A taxa de variação anual caiu de 4,8% em julho de 2022 para 1,4%. Pelo contrário, o crédito ao consumo cresceu 4,4%, totalizando 20,7 mil milhões de euros.
O crédito à habitação tem vindo a desacelerar há nove meses consecutivos. No final de abril, os bancos emprestaram 99,6 mil milhões de euros às famílias para comprar casa, menos 100 milhões de euros face ao mês anterior. "A concessão destes empréstimos desacelerou, relativamente ao mês homólogo do ano anterior, pelo nono mês consecutivo: a taxa de variação anual passou de 4,8% em julho de 2022 para 1,4% em abril de 2023", de acordo com o relatório do Banco de Portugal divulgado esta terça-feira.
Juro implícito do crédito à habitação nos 3,110% em abril bate máximo desde 2009
Em sentido inverso, os empréstimos ao consumo, para adquirir automóveis ou eletrodomésticos, por exemplo, cresceram, em abril deste ano, 4,4% comparativamente com o mesmo mês de 2022, totalizando 20,7 mil milhões de euros, segundo os dados estatísticos do supervisor da banca nacional.
Já o financiamento bancário às empresas voltou a cair pelo quarto mês, afetando sobretudo pequenas, médias e grandes empresas dos setores da eletricidade, gás e água, alojamento e restauração e das indústrias transformadoras.
"No final de abril de 2023, o montante de empréstimos concedidos pelos bancos às empresas foi de 74,2 mil milhões de euros, menos 400 milhões de euros que em março", indica o Banco de Portugal, liderado por Mário Centeno.
"Quando comparado com abril de 2022, o montante de empréstimos decresceu 1,6%. Este foi o quarto mês consecutivo em que os empréstimos às empresas se reduziram relativamente ao mês homólogo do ano anterior. Esta redução foi mais expressiva nas pequenas, médias e grandes empresas e nos setores da eletricidade, gás e água, do alojamento e restauração e das indústrias transformadoras", de acordo com o mesmo relatório.
Poupanças das famílias nos bancos encolhem 400 milhões de euros
Em abril de 2023, o stock de depósitos de particulares nos bancos residentes reduziu-se pelo quarto mês consecutivo, totalizando 174,4 mil milhões de euros, menos 400 milhões de euros do que no mês anterior. Ainda assim, "esta redução foi menos expressiva do que a registada nos meses anteriores", destaca o Banco de Portugal.
Face há um ano, as poupanças das famílias nos bancos localizados em Portugal caíram 1,6%. "Este é o segundo mês consecutivo em que os depósitos de particulares se reduzem por comparação com o mesmo mês do ano anterior", segundo o relatório do supervisor.
No que diz respeito ao setor empresarial, a evolução foi positiva. No final de abril, o stock de depósitos de empresas nos bancos residentes era de 65,5 mil milhões de euros, mais 500 milhões de euros do que em março. Estes depósitos cresceram 1,8% em relação a abril de 2022 (2,6% em março).
Salomé Pinto:
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