Entre janeiro e abril, os proveitos subiram 46,8% face ao mesmo período de 2022, superando em 40,2% os resultados de 2019, ano pré-covid. Impulso deveu-se sobretudo aos crescimentos registados no turismo rural e de habitação e no rendimento médio por quarto.
As receitas totais do alojamento turístico dispararam para quase 1,3 mil milhões de euros, em concreto 1 290,7 milhões de euros, nos primeiros quatro meses do ano, segundo o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgado esta quarta-feira. Impulso deveu-se sobretudo aos crescimentos registados no turismo rural e de habitação e no rendimento médio por quarto (ver mais abaixo).
Os proveitos gerais do setor aumentaram, assim, 46,8% face ao mesmo período do ano passado, superando em 40,2% os resultados de 2019, ano de pré-pandemia da covid-19. Este crescimento corresponde a 7,9 milhões de hóspedes, entre janeiro e abril, uma subida de 31,3% em termos homólogos e de 15,1% em relação a 2019, e a 19,4 milhões de dormidas, uma variação de 30% em relação ao mesmo intervalo de 2022 e de 13,9% comparativamente com o ano que precedeu a crise pandémica.
Os proveitos totais dizem respeito aos "valores resultantes da atividade dos meios de alojamento turístico como aposento, restauração e outros decorrentes da própria atividade (cedência de espaços, lavandaria, tabacaria, comunicações, entre outros)", explica o INE.
Ainda assim, e comparando o crescimento homólogo em cadeia, isto é, entre março e abril, verificou-se um abrandamento. Os proveitos totais cresceram, em abril, 28,6%, tendo atingido 497,1 milhões de euros, quando em março o impulso foi superior, de 45,1%.
As receitas de aposento, que são mais restritas e que dizem respeito aos valores resultantes das dormidas nos meios de alojamento turístico, apresentaram o mesmo movimento.
Entre janeiro e abril, estes proveitos cresceram 955,8 milhões de euros, uma subida de 48,4% em termos homólogos e de 50% em relação a 2019.
Em cadeira, as receitas das dormidas aumentaram, em abril, 29,4%, ascendendo a 373,6 milhões de euros, quando em março tinham tido um incremento bem maior, de 48,7%.
O efeito Páscoa terá atenuado o arrefecimento no setor e impulsionado as dormidas de turistas sobretudo em Albufeira, "que ascendeu à segunda posição entre os municípios com maior representatividade no total de dormidas neste mês (peso de 10,9%), apesar de continuar a registar uma redução das dormidas face a 2019, embora menos expressiva (-5,2% no total, -11,2% nos residentes e -3,7% nos não residentes)", segundo o INE.
"Pelo contrário, no Porto (peso de 7,9%) e Funchal (quota de 7,6%) mantiveram-se acréscimos significativos face a abril de 2019 (+34,5% e +26,7%, respetivamente), tendo as dormidas de residentes mais que duplicado no Funchal", indica o gabinete de estatísticas.
Proveitos mais que duplicaram no turismo rural e de habitação face a abril de 2019
Em abril, a Área Metropolitana de Lisboa concentrou 33,7% dos proveitos totais e 36,2% dos relativos a aposento, seguindo-se o Algarve (24,1% e 21,6%, respetivamente), o Norte (16,6% e 17,5%, respetivamente) e a Região Autónoma da Madeira (11,3% e 10,4%, pela mesma ordem).
Os maiores crescimentos ocorreram nos Açores (+38,6% nos proveitos totais e +41,9% nos de aposento), no Norte (+31,0% e +33,7%, respetivamente) e na região de Lisboa (+30,4% e +32,8%, pela mesma ordem).
Face a abril de 2019, destacaram-se as evoluções na Madeira (+70,2% nos proveitos totais e +75,4% nos de aposento), no Alentejo (+66,9% e +70,7%, respetivamente) e no Norte (+61,8% e +64,4%, pela mesma ordem).
A evolução dos proveitos, em abril, foi positiva nos três segmentos de alojamento. Na hotelaria, as receitas totais e de aposento (peso de 87,3% e 85,4% no total do alojamento turístico) aumentaram 27,7% e 28,3%, respetivamente. Face a abril de 2019, registaram-se crescimentos de 46,5% e 48,1%, pela mesma ordem.
Os proveitos totais e de aposento dos estabelecimentos de alojamento local (quotas de 8,9% e 10,8%, respetivamente) aumentaram, 39,1% nas receitas globais e 40,7% relativamente às dormidas, assim como os do turismo no espaço rural e de habitação (representatividade de 3,8% em ambos), com crescimentos de 27,1% e 23,8%, pela mesma ordem. Comparando com abril de 2019, os proveitos totais e de aposento aumentaram, respetivamente, 49,9% e 51,8% nos estabelecimentos de alojamento local e no turismo no espaço rural e de habitação os acréscimos mais que duplicaram: 107,8% e 102,1%, pela mesma ordem
Rendimento médio por quarto aumenta 30% face a 2019, o maior acréscimo face ao período pré-pandemia
No conjunto dos estabelecimentos de alojamento turístico, o rendimento médio por quarto disponível (RevPAR) atingiu 63 euros em abril de 2023, tendo aumentado 22,7% face a igual mês do ano anterior (+39,7% em março) e 38,4% em comparação com abril de 2019, correspondendo ao maior acréscimo face ao período pré-covid.
Os valores de RevPAR mais elevados foram registados na Área Metropolitana de Lisboa (103 euros) e na Madeira (75,1 euros) e os maiores crescimentos ocorreram nos Açores (+35,8%) e na região de Lisboa (+26,0%).
Receitas do alojamento turístico disparam para 1,3 mil milhões de euros (dinheirovivo.pt)
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