Inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica afirma ser necessário saber se existem indícios de prática de especulação, por parte dos operadores.
A alimentação em Portugal está cada vez mais cara. Desde 2022 e até fevereiro, o cabaz de bens essenciais subiu cerca de 29%, disse esta quinta-feira o Inspetor-geral da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), Pedro Portugal Gaspar.
Aquele responsável especificou que janeiro de 2022 estava "em 74,90 euros e agora está em 96,44 euros", o que remete para um crescimento de 28,76%, em peixe, carne, legumes, frutas, massas, arroz, azeite, óleo, ovos açúcar, leite, pão e farinha. Pedro Portugal Gaspar, que intervinha na conferência de imprensa com o ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, sobre as ações do Governo para abrandar o aumento dos preços da alimentação, explicou que estes são os produtos que compõem o cabaz alimentar da ASAE e que durante o período em que os seus preços foram analisados não se verificaram ruturas que justificassem estas subidas.
Como refere o Inspetor-geral da ASAE, é necessário saber se existem, nestas subidas de preços, indícios de prática de lucro ilegítimo (especulação), uma vez que por exemplo, a margem média de lucro bruto da cebola registou um aumento de mais de 50% e a dos ovos, laranjas, cenouras e febras de porco aumentou entre 40 e 50%.
Para além destes valores as margens de lucro bruto também sofreram grandes impactos, desde janeiro a dezembro do ano passado. No açúcar branco, por exemplo, a margem era de 7% no início do ano passado e no final subiu para 23%.
Perante estas subidas, desde setembro de 2022 até março deste mês, a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica levou a cabo operações que envolveram 38 brigadas envolvendo 80 inspetores que fiscalizaram preços de bens alimentares em super e hipermercados.
Aqui foram confrontados os preços de prateleira e os praticados em caixa, aferidos os pesos ou medidas dos produtos com a menção na embalagem e controlados os elementos de pesagem. Ao todo foram elaborados 51 processos-crime de especulação e 91 processos contraordenacionais a 960 operadores económicos.
Perante estes resultados, que o ministro da Economia classificou de "excelentes", as ações da ASAE vão assim continuar, para apurar o que se passa com os preços dos alimentos em Portugal.
ASAE: Cabaz de bens essenciais subiu cerca de 29% (dinheirovivo.pt)
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