Uma equipa de investigadores encontrou fortes evidências de que o evento na história da Terra conhecido como a Grande Mortandade, a maior extinção em massa, foi causada por erupções de vulcões.
As conclusões do estudo, realizado por investigadores da Universidade de Cincinnati, nos EUA, e da Universidade de Geociências da China, foram publicadas a 5 de abril na revista Nature Communications.
A extinção em massa do Permiano-Triássico, ocorrida há cerca de 250 milhões de anos, terminou com a vida de 95% das espécies marinhas e 70% dos vertebrados terrestres. Hipóteses diferentes ainda estão a ser consideradas e a sua causa exata ainda não foi esclarecida pela ciência.
De acordo com o portal Science Daily, o grupo de cientistas liderado por Jun Shen encontrou no registo geológico da época um aumento de mercúrio em quase uma dúzia de regiões do mundo, o que, segundo eles, representa evidência de que o cataclismo foi causado por vulcões.
Assim, as erupções inflamaram vastos depósitos de carbono, libertando vapor de mercúrio na atmosfera que choveu e acabou nos sedimentos marinhos do planeta. Os investigadores situam estas erupções no sistema vulcânico dos chamados “socalcos siberianos”, localizados na atual Rússia.
Esses eventos eram frequentes e duradouros, durando por um período de centenas de milhares de anos e libertanto tanto material para o ar que as temperaturas subiram cerca de 10ºC no planeta. O clima mais quente, a chuva ácida e o aquecimento da água foram apontados pelos especialistas como os principais responsáveis pela extinção.
Thomas Algeo diz que os investigadores ainda se estão a perguntar o que foi mais prejudicial. “Criaturas adaptadas a ambientes mais frios não teriam sorte, por isso, o meu palpite é que a mudança na temperatura seria o assassino número 1. Os efeitos seriam agravados pela acidificação e outras toxinas no meio ambiente”, disse.
Além disso, o cientista destacou como um fator importante o facto de as erupções terem ocorrido durante um período prolongado de tempo. “O que importa não é necessariamente a intensidade, mas a duração“, disse Algeo. “Quanto mais tempo passava, mais pressão era exercida sobre o meio ambiente”, concluiu.
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