Avançar para o conteúdo principal

Estónia prepara-se para criar um juiz robô



Ott Velsberg é o chief data officer na Estónia, responsável por várias iniciativas governamentais tecnologicamente avançadas. Uma duas suas próximas missões é criar um juiz robótico que use Inteligência Artificial.

Velsberg foi contratado pelo governo estónio no ano passado para introduzir Inteligência Artificial (IA) em vários ministérios e departamentos para agilizar todos os serviços oferecidos aos cidadãos. Por exemplo, os inspetores já não precisam de verificar presencialmente quais os agricultores que ceifam os seus terrenos e devem receber incentivos do governo. Toda a verificação é feita através de imagens de satélite e processadas por algoritmos de Inteligência Artificial que compara imagens do Antes e do Depois.

Agora, a missão de Velsberg é mais difícil: criar um juíz robô que possa ser usado para resolver disputas até aos sete mil euros e que ajude a limpar o backlog de casos que entopem os tribunais. O conceito vai ser testado durante um piloto ainda este ano, focado primariamente em disputas contratuais. As duas partes vão ser convidadas a fazer upload dos documentos e outras informações relevantes. O juiz robô vai decidir, mas os envolvidos podem decidir apresentar recurso para um juiz humano depois, explica o ArsTechnica. O trabalho vai ser desenvolvido com o feedback de advogados e juízes.

Esta não é a primeira tentativa de se combinar IA com a lei. Nos EUA, alguns estados recorrem a algoritmos para obter recomendações de sentenças, o chatbot DoNotPay já foi usado para apelar mais de 160 mil multas de estacionamento em Londres e Nova Iorque. A iniciativa estónia será, no entanto, a primeira a dar poder de decisão efetivo a um algoritmo.

A Estónia apresenta-se como um terreno fértil para esta experiência. Os 1,3 milhões de cidadãos já têm identificação nacional que lhes permite aceder a um cardápio de serviços online como e-voto ou preenchimento de declarações de impostos online.

As autoridades oficiais gabam-se ainda da segurança da infraestrutura, explicando que não houve qualquer roubo de dados ou vulnerabilidade significativa desde que foi arrancado o “caminho digital” nos primórdios dos anos 2000.

http://exameinformatica.sapo.pt/noticias/mercados/2019-04-01-Estonia-prepara-se-para-criar-um-juiz-robo

Comentários

Notícias mais vistas:

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...