Avançar para o conteúdo principal

Advogado de Trump condenado a três anos de prisão

Michael Cohen colaborou com as investigações sobre as suspeitas de interferência da Rússia, mas a acusação já tinha dito que o seu papel foi menos relevante do que se dizia.

Michael Cohen, o antigo advogado pessoal do Presidente norte-americano, Donald Trump, foi condenado esta quarta-feira a três anos de prisão. É a sentença mais pesada nos processos saídos das investigações sobre as suspeitas de interferência da Rússia nas eleições de 2016.

Escreve a Bloomberg que, apesar de três anos de prisão ser "significativo", trata-se da pena mínima recomendada para estes casos. O tribunal federal decretou que Cohen tem até 6 de Março para se entregar às autoridades nova-iorquinas para cumprir a pena de prisão.

O antigo aliado do Presidente dos Estados Unidos já se havia declarado culpado dos crimes de que estava acusado — fraude bancária, fuga aos impostos e violação das leis federais de campanha — em Agosto deste ano.

Cohen, que chegou a dizer que daria a vida por Trump, é a primeira pessoa do círculo próximo do actual Presidente a ser condenada na sequência da investigação à alegada interferência do Kremlin nas eleições presidenciais norte-americanas.

No passado, Cohen tinha afirmado que "levaria uma bala por Trump". Esta quarta-feira, no tribunal de Manhattan, o antigo advogado afirmou que Trump forçou-o a "seguir o caminho da escuridão e não da luz". Ao juiz, William Pauley, o advogado de 52 anos declarou que a sua fraqueza "foi a lealdade a Trump" e que parte do seu trabalho era "ocultar os negócios sujos" do multimilionário eleito Presidente em 2016, refere a BBC.

Os pagamentos à actriz pornográfica Stormy Daniels e à modelo da Playboy Karen McDougal – com quem Trump terá tido casos amorosos –, foram confessados em tribunal pelo advogado ainda em Agosto como exemplos dessa função para com o Presidente norte-americano. Foram considerados financiamentos de campanha porque tinham como objectivo melhorar as hipóteses de Trump de vencer as eleições e ultrapassaram o limite de três mil dólares imposto às contribuições individuais para campanhas.

O actual Presidente afirma que só soube desses pagamentos depois de eles terem sido feitos, e por iniciativa de Cohen, mas o advogado garantiu em tribunal que agiu sob as ordens de Trump e para o provar partilhou uma gravação feita em Setembro de 2016 com o Presidente norte-americano na qual ambos discutem o pagamento à ex-modelo da Playboy. A gravação aconteceu a dois meses das eleições presidenciais.

O líder norte-americano, que se refere à investigação às suspeitas de conluio entre a sua campanha eleitoral e a Rússia como uma "caça às bruxas", tornou-se um crítico de Cohen quando o antigo advogado começou a colaborar com os investigadores da equipa de Robert Mueller.

Cohen e Trump conheceram-se em 2006, por intermédio de Donald Trump Jr.. Um ano depois, Cohen começou a trabalhar para o actual Presidente.

https://www.publico.pt/2018/12/12/mundo/noticia/exadvogado-trump-condenado-tres-anos-prisao-1854503

Comentários

Notícias mais vistas:

Motores a gasolina da BMW vão ter um pouco de motores Diesel

Os próximos motores a gasolina da BMW prometem menos consumos e emissões, mas mais potência, graças a uma tecnologia usada em motores Diesel. © BMW O fim anunciado dos motores a combustão parece ter sido grandemente exagerado — as novidades têm sido mais que muitas. É certo que a maioria delas são estratosféricas:  V12 ,  V16  e um  V8 biturbo capaz de fazer 10 000 rpm … As novidades não vão ficar por aí. Recentemente, demos a conhecer  uma nova geração de motores de quatro cilindros da Toyota,  com 1,5 l e 2,0 l de capacidade, que vão equipar inúmeros modelos do grupo dentro de poucos anos. Hoje damos a conhecer os planos da Fábrica de Motores da Baviera — a BMW. Recordamos que o construtor foi dos poucos que não marcou no calendário um «dia» para acabar com os motores de combustão interna. Pelo contrário, comprometeu-se a continuar a investir no seu desenvolvimento. O que está a BMW a desenvolver? Agora, graças ao registo de patentes (reveladas pela  Auto Motor und Sport ), sabemos o

Saiba como uma pasta de dentes pode evitar a reprovação na inspeção automóvel

 Uma pasta de dentes pode evitar a reprovação do seu veículo na inspeção automóvel e pode ajudá-lo a poupar centenas de euros O dia da inspeção automóvel é um dos momentos mais temidos pelos condutores e há quem vá juntando algumas poupanças ao longo do ano para prevenir qualquer eventualidade. Os proprietários dos veículos que registam anomalias graves na inspeção já sabem que terão de pagar um valor avultado, mas há carros que reprovam na inspeção por força de pequenos problemas que podem ser resolvidos através de receitas caseiras, ajudando-o a poupar centenas de euros. São vários os carros que circulam na estrada com os faróis baços. A elevada exposição ao sol, as chuvas, as poeiras e a poluição são os principais fatores que contribuem para que os faróis dos automóveis fiquem amarelados. Para além de conferirem ao veículo um aspeto descuidado e envelhecido, podem pôr em causa a visibilidade durante a noite e comprometer a sua segurança. É devido a este último fator que os faróis ba

A falsa promessa dos híbridos plug-in

  Os veículos híbridos plug-in (PHEV) consomem mais combustível e emitem mais dióxido de carbono do que inicialmente previsto. Dados recolhidos por mais de 600 mil dispositivos em carros e carrinhas novos revelam um cenário real desfasado dos resultados padronizados obtidos em laboratório. À medida que as políticas da União Europeia se viram para alternativas de mobilidade suave e mais verde, impõe-se a questão: os veículos híbridos são, realmente, melhores para o ambiente? Por  Inês Moura Pinto No caminho para a neutralidade climática na União Europeia (UE) - apontada para 2050 - o Pacto Ecológico Europeu exige uma redução em 90% da emissão de Gases com Efeito de Estufa (GEE) dos transportes, em comparação com os valores de 1990. Neste momento, os transportes são responsáveis por cerca de um quinto destas emissões na UE. E dentro desta fração, cerca de 70% devem-se a veículos leves (de passageiros e comerciais). Uma das ferramentas para atingir esta meta é a regulação da emissão de di