A Ciência determinou: 536 d.C foi o pior ano para a Humanidade. Esta é a conclusão de um estudo levado a cabo por uma equipa de cientistas da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos.
Se alguém lhe perguntasse qual foi o pior ano de sempre para alguém estar vivo, que ano escolheria? 1347, o ano em que a Peste negra atingiu a Europa, poderia ser uma boa aposta. Qualquer um dos anos do Holocausto, entre 1941 e 1945, também. Ou 1918, o ano em que a Gripe Espanhola dizimou 100 milhões de pessoas em todo o Mundo.
Mas, segundo uma equipe de cientistas da Universidade de Harvard, nenhum destes é o pior ano de sempre para estar vivo. A escolha coube ao ano de 563, o início de um dos piores períodos de sempre – se não o pior – na história da Humanidade.
“Foi o começo de um dos piores períodos para estar vivo“, disse o arqueólogo e historiador medieval Michael McCormick. Este testemunho vai ao encontro à descrição que fez Procópio de Cesaréia – importante historiador bizantino do século VI – nas suas obras sobre as guerras travadas com os vândalos.
Segundo escreveu este historiador antigo, durante o décimo ano do reinado de Justiniano (527 a 565 d.C), “o Sol emitiu a sua luz fraca, como a lua” e, a partir do momento em que esse fenómeno ocorreu, “os homens não estavam livres da guerra ou da praga ou de outra qualquer coisa que não os levasse à morte”.
Também McCormick destaca este “misterioso nevoeiro” que assolou a Europa, o Médio oriente e algumas das regiões da Ásia durante um ano e meio.
De acordo com o arqueólogo, houve um nevoeiro que bloqueou os raios solares, fazendo com que as temperaturas caíssem drasticamente, desencadeando anos de caos em todo o mundo: nevou na China em pleno mês de agosto, proliferaram-se secas fortes – como as que afetaram a civilização Moche do Peru – em vários países e impôs-se uma fome generalizada devido às colheitas agrícolas perdidas.
Os relatos de ambos os historiadores sugerem por detrás deste bizarro nevoeiro estiveram várias erupções vulcânicas catastróficas. As consequências causadas pelo acentuado arrefecimento global foram tão fortes que se refletiram nos detritos acumulados desde os núcleos de gelo na Antártida até aos anéis das árvores na Gronelândia.
A investigação, agora publicada na Antiquity, dá conta que no ano de 536 d.C cinzas vulcânicas e detritos misturam-se nas camadas de gelo, não havendo nenhum sinal de recuperação económica desta catástrofe até ao ano de 640 d.C – mais de um século depois.
Estes vestígios indicam que houve uma segunda erupção já em 540 d.C, que terá prolongado a onda de desastres. No ano seguinte, a praga de Justiniano – que tal como o nome indica ocorreu no reinado do imperador Justiniano I, “o Grande” (527 a 565 d.C) – fez com que tudo piorasse.
As evidências recolhidas nos detritos acumulados nas camadas de gelo analisadas, que continham vestígios de chumbo, permitiram aos cientistas concluir que só depois de 640 d.C a humanidade começou a recuperar do terrível “século de todas as catástrofes”.
Tais vestígios de chumbo, explicam os cientistas, são por si só uma má notícia, mas também um indício de que entre 660 e 695 d.C, houve um aumento significativo da actividade de cunhagem de moedas de prata – um sinal claro de que a Humanidade estava em plena recuperação económica.
https://zap.aeiou.pt/ciencia-determinou-pior-ano-da-humanidade-227119
Se alguém lhe perguntasse qual foi o pior ano de sempre para alguém estar vivo, que ano escolheria? 1347, o ano em que a Peste negra atingiu a Europa, poderia ser uma boa aposta. Qualquer um dos anos do Holocausto, entre 1941 e 1945, também. Ou 1918, o ano em que a Gripe Espanhola dizimou 100 milhões de pessoas em todo o Mundo.
Mas, segundo uma equipe de cientistas da Universidade de Harvard, nenhum destes é o pior ano de sempre para estar vivo. A escolha coube ao ano de 563, o início de um dos piores períodos de sempre – se não o pior – na história da Humanidade.
“Foi o começo de um dos piores períodos para estar vivo“, disse o arqueólogo e historiador medieval Michael McCormick. Este testemunho vai ao encontro à descrição que fez Procópio de Cesaréia – importante historiador bizantino do século VI – nas suas obras sobre as guerras travadas com os vândalos.
Segundo escreveu este historiador antigo, durante o décimo ano do reinado de Justiniano (527 a 565 d.C), “o Sol emitiu a sua luz fraca, como a lua” e, a partir do momento em que esse fenómeno ocorreu, “os homens não estavam livres da guerra ou da praga ou de outra qualquer coisa que não os levasse à morte”.
Também McCormick destaca este “misterioso nevoeiro” que assolou a Europa, o Médio oriente e algumas das regiões da Ásia durante um ano e meio.
De acordo com o arqueólogo, houve um nevoeiro que bloqueou os raios solares, fazendo com que as temperaturas caíssem drasticamente, desencadeando anos de caos em todo o mundo: nevou na China em pleno mês de agosto, proliferaram-se secas fortes – como as que afetaram a civilização Moche do Peru – em vários países e impôs-se uma fome generalizada devido às colheitas agrícolas perdidas.
Os relatos de ambos os historiadores sugerem por detrás deste bizarro nevoeiro estiveram várias erupções vulcânicas catastróficas. As consequências causadas pelo acentuado arrefecimento global foram tão fortes que se refletiram nos detritos acumulados desde os núcleos de gelo na Antártida até aos anéis das árvores na Gronelândia.
A investigação, agora publicada na Antiquity, dá conta que no ano de 536 d.C cinzas vulcânicas e detritos misturam-se nas camadas de gelo, não havendo nenhum sinal de recuperação económica desta catástrofe até ao ano de 640 d.C – mais de um século depois.
Estes vestígios indicam que houve uma segunda erupção já em 540 d.C, que terá prolongado a onda de desastres. No ano seguinte, a praga de Justiniano – que tal como o nome indica ocorreu no reinado do imperador Justiniano I, “o Grande” (527 a 565 d.C) – fez com que tudo piorasse.
As evidências recolhidas nos detritos acumulados nas camadas de gelo analisadas, que continham vestígios de chumbo, permitiram aos cientistas concluir que só depois de 640 d.C a humanidade começou a recuperar do terrível “século de todas as catástrofes”.
Tais vestígios de chumbo, explicam os cientistas, são por si só uma má notícia, mas também um indício de que entre 660 e 695 d.C, houve um aumento significativo da actividade de cunhagem de moedas de prata – um sinal claro de que a Humanidade estava em plena recuperação económica.
https://zap.aeiou.pt/ciencia-determinou-pior-ano-da-humanidade-227119
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