Avançar para o conteúdo principal

Empresas de energia têm 338 milhões por pagar ao Estado

Dos 655 milhões de euros que deviam ter sido recebidos pelo Estado com a contribuição extraordinária sobre o setor energético, só foram pagos apenas 317 milhões de euros.

Segundo o Expresso, a resposta do Ministério das Finanças à pergunta feita no final de novembro pelo PCP sobre o balanço da Contribuição Extraordinária sobre o Sector Energético (CESE) mostra que o ano de 2017 foi o ano com pior execução na cobrança.

Em 2014, o Estado português recebeu 92,2 milhões de euros, em 2015 arrecadou 94,1 milhões, em 2016 encaixou 95,1 milhões mas, em 2017, a receita desta taxa criada em 2014 não passou dos 35,8 milhões de euros.

De acordo com o semanário, dos 655 milhões de euros que as Finanças estimam que deviam ter sido recebidos pelo Estado, na prática só foram pagos 317 milhões, estando 338 milhões ainda por liquidar.


Esta diferença tão grande – segundo o ministério estão pendentes 156,1 milhões relativamente ao ano passado – é justificada pelo facto de a EDP ter deixado de pagar a CESE, juntando-se à Galp que, desde 2014, boicota o pagamento desta taxa.

Fonte oficial da empresa confirmou ao Observador que a “EDP decidiu passar a exercer o seu direito de proceder à prestação das garantias necessárias e aplicáveis pela Lei”, que é o mecanismo legal previsto quando não se paga uma liquidação de imposto e se avança com uma reclamação.

O Expresso escreve que a REN – Redes Energéticas Nacionais – também já está a contestar a legalidade desta taxa de 0,85%, criada pelo anterior Governo e mantida pelo atual Executivo, sobre o ativo líquido que as empresas de energia têm em Portugal.

António Costa lamenta “atitude hostil” da EDP
O primeiro-ministro considerou, este sábado, que a EDP tem mantido uma “atitude hostil” em relação ao atual Governo, o que lamentou, afirmando que representa “uma alteração da política” que tinha com o anterior Executivo PSD/CDS-PP.

António Costa assumiu esta posição no final de uma visita ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, em declarações aos jornalistas, que o questionaram sobre a notícia de que a EDP se vai juntar à Galp e deixar de pagar a contribuição extraordinária sobre o setor energético.

“Eu não vou comentar. Só lamento a atitude hostil que a EDP tem mantido e que representa, aliás, uma alteração da política que tinha com o anterior Governo”, respondeu.

Esta contribuição extraordinária tinha como um dos objetivos reduzir a dívida tarifária, em benefício dos consumidores de eletricidade. No entanto, dos 150 milhões de euros que o Governo previa encaixar anualmente para esse propósito, apenas recebeu cinco milhões de euros em 2016.

O semanário escreve que apesar de a afetação dessa receita ser muito inferior ao previsto, o regulador da energia, durante o período de aplicação da CESE, já incorporou, em benefício dos consumidores, 100 milhões de euros.

Para as tarifas de 2018, a ERSE – Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos decidiu não inscrever qualquer montante relativo à CESE, dada a baixa execução desta receita.

https://zap.aeiou.pt/empresas-energia-338-milhoes-pagar-ao-estado-186619

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Candidatura a empréstimos europeus inclui fragatas, investimento no Alfeite, blindados, satélites e drones

  O ministro da Defesa Nacional anunciou hoje que a candidatura portuguesa aos empréstimos europeus SAFE inclui a aquisição de fragatas, recuperação do Arsenal do Alfeite e a produção de blindados, munições, satélites e drones em Portugal. "Vamos investir em fragatas, em artilharia de campanha, em satélites, em veículos médios de combate, em viaturas estáticas, em munições, em sistemas antiaéreos e em drones, sendo que, no caso dos drones, o projeto do SAFE é liderado por Portugal", adiantou Nuno Melo, numa conferência de imprensa que decorreu no Instituto de Defesa Nacional (IDN), em Lisboa. No passado dia 28, o Conselho de Ministros aprovou a candidatura formal de Portugal ao programa europeu de empréstimos para a Defesa SAFE, no valor de 5,8 mil milhões de euros. Após a candidatura inicial, "abre-se agora um processo que é de contratação até ao final de fevereiro, quando então a Comissão Europeia confirmará em concreto tudo o que vai suceder", explicou Nuno Melo....

Um terço das empresas da UE na China ponderam desviar produção face a restrições

  Mais de um terço das empresas europeias na China estão a considerar desviar parte da cadeia de abastecimento para fora do país asiático, para mitigar o impacto do controlo das exportações implementado por Pequim. Lusa De acordo com um inquérito divulgado na segunda-feira pela Câmara de Comércio da União Europeia na China, 36% das empresas estão a considerar desenvolver capacidade de fornecimento fora da China e 32% planeiam obter `inputs` de outros mercados, enquanto 43% ainda não tomaram uma decisão estratégica. O inquérito, realizado entre 06 e 24 de novembro com respostas de 131 empresas, revela que a maioria já foi afetada ou espera ser afetada pelas medidas chinesas, que abrangem minerais de terras raras, tecnologias de baterias de lítio, materiais superduros e controlos extraterritoriais sobre produtos que incorporam componentes processados na China. De acordo com o relatório, o impacto mais imediato é nos prazos de entrega: 40% dos inquiridos indicaram que os procedimentos...