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Onda de solidariedade faz ABC terminar suspensão de Jimmy Kimmel



 A ABC vai retomar na terça-feira o programa do humorista Jimmy Kimmel, criticado pelos seus comentários sobre o homicídio do ativista de extrema-direita Charlie Kirk, adiantaram os responsáveis da estação norte-americana.


"Passámos os últimos dias a falar com o Jimmy e, após essas conversas, tomámos a decisão de regressar ao programa na terça-feira (quarta-feira em Lisboa)", frisou a estação, em comunicado.


A ABC suspendeu Kimmel por tempo indeterminado, após comentários que este fez sobre Kirk, morto em 10 de setembro, durante um monólogo.


"A pandilha MAGA (Make America Great Again, o lema de Trump) tentou desesperadamente rotular este tipo [Tyler Robinson] que assassinou Charlie Kirk como tudo menos um deles e fez tudo o que podia para retirar dividendos políticos" da situação, disse Kimmel na segunda-feira passada.


Kimmel apresenta o programa "Jimmy Kimmel Live!" na ABC desde 2003 e é uma presença constante na televisão e na comédia há ainda mais tempo. É também conhecido como apresentador, tendo apresentado os Óscares quatro vezes.


A reação aos comentários de Kimmel sobre Kirk foi rápida. A Nexstar e a Sinclair, duas das maiores proprietárias de afiliadas da ABC, disseram que iriam retirar o "Jimmy Kimmel Live!" das suas emissoras. Outros, incluindo vários colegas comediantes, saíram em sua defesa.


O Presidente Trump, um dos alvos frequentes de Kimmel, publicou nas redes sociais que a suspensão de Kimmel era "uma grande notícia para os Estados Unidos". Pediu ainda a demissão de outros apresentadores de programas noturnos.


A suspensão do programa pela ABC levantou uma onda de protestos nas ruas. 


Kimmel foi questionado numa entrevista à Variety no verão passado se estava preocupado com a possibilidade de o governo perseguir os humoristas, manifestando preocupação com a possibilidade de uma repressão estar a caminho.


A suspensão de Kimmel ocorreu numa altura em que Trump e a sua administração têm vindo desenvolver ameaças, processos judiciais e pressões através do governo federal para tentar exercer um maior controlo sobre a indústria dos media. Trump chegou a acordos com a ABC e a CBS sobre a cobertura mediática.


Trump também interpôs ações por difamação contra o The Wall Street Journal e o The New York Times. Os republicanos no Congresso cortaram o financiamento federal da NPR e da PBS.


Brendan Carr, líder da Comissão Federal de Comunicações (FCC, na sigla em inglês), emitiu um alerta antes da suspensão de Kimmel, criticando os comentários de Kimmel sobre o assassinato de Kirk.


A suspensão também ocorreu numa altura em que o cenário noturno está a mudar. A CBS anunciou o cancelamento da série de Stephen Colbert durante o verão.


O contrato de Kimmel com a emissora detida pela Walt Disney Co. expira em maio de 2026.


A notícia da reintegração surgiu quando centenas de estrelas de Hollywood e da Broadway --- incluindo Robert De Niro, Ben Affleck, Jennifer Aniston, Selena Gomez, Lin-Manuel Miranda, Tom Hanks e Meryl Streep --- instaram os norte-americanos a "lutar para defender e preservar os nossos direitos constitucionalmente protegidos" após a suspensão de Jimmy Kimmel.


Mais de 430 estrelas de cinema, TV e teatro, bem como comediantes, realizadores e argumentistas, juntaram os seus nomes a uma carta aberta da União Americana pelas Liberdades Civis, que defendeu hoje que este é "um momento sombrio para a liberdade de expressão na nossa nação".


ABC termina suspensão de Jimmy Kimmel e programa retoma na terça-feira


Comentário do Wilson:

América 1 - Donald Trump 0.



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