Segundo a empresa com participação de Renault e Geely, conjunto revelado é tão pequeno que terá tamanho de uma mala
Apresentado às vésperas do Salão de Munique, que ocorre entre os dias 9 e 14 de setembro, o novo conceito da HORSE, uma joint venture entre Renault e Geely, antecipa um extensor de autonomia do tamanho de uma maleta. A proposta é facilitar a conversão de elétricos em modelos EREV, usando o motor a combustão apenas como gerador de energia.
O sistema, batizado de HORSE C15, integra motor, gerador e inversor em um único módulo compacto. A solução pode ser instalada tanto na dianteira quanto na traseira dos veículos, na posição horizontal ou vertical, com pouca ou nenhuma modificação estrutural. Com isso, fabricantes conseguem ampliar o alcance de seus modelos sem redesenhar por completo as plataformas já existentes. Além disso, a empresa afirma que o conjunto terá o tamanho de uma mala.
A unidade utiliza um motor 1.5 de quatro cilindros, que pode trabalhar em versões aspirada ou turbinada. Na configuração de entrada, voltada a veículos dos segmentos compactos, a potência chega a 70 kW (95 cv). Para SUVs médios, utilitários e modelos maiores, o turbocompressor eleva a entrega para até 120 kW (163 cv). A operação é sempre como gerador, sem ligação direta com as rodas, o que garante funcionamento na faixa ideal de rotação e maior eficiência energética.
Na prática, isso permite reduzir o tamanho da bateria, diminuindo peso, custo e consumo de matérias-primas críticas, sem sacrificar a autonomia. A condução continua a mesma de um elétrico puro, com suavidade, silêncio e resposta imediata. A recarga por tomada segue disponível, complementando o funcionamento do extensor.
De acordo com o CEO da Horse, Matias Giannini, os veículos elétricos de alcance estendido são uma das categorias que mais crescem no mundo. Para ele, o C15 se apresenta como uma solução flexível e econômica, capaz de atender montadoras em diferentes mercados. O sistema foi desenvolvido para atender às normas Euro 7, China 7 e SULEV20 e também aceita combustíveis sintéticos de baixo carbono.
Brasil já estuda modelo com motor de Kardian
Enquanto a HORSE revela conceitos promissores na Europa, a operação brasileira da joint venture entre Renault e Geely já trabalha em uma solução mais próxima da realidade local. Durante o Electric Days Brasil 2025, realizado entre 24 e 26 de junho no Rio de Janeiro, dentro do Energy Summit, a empresa apresentou um protótipo funcional baseado no Renault Master elétrico, que utiliza um motor HR10 1.0 turbo flex, mesmo do Kardian, como extensor de autonomia. Para apresentação no evento, o propulsor foi instalado na área de carga, mas sua aplicação prevê instalação no cofre, como em um carro comum.
O HR10 funciona exclusivamente como gerador, sem tracionar as rodas, operando entre 2.500 e 3.500 rpm conforme a necessidade de recarga das baterias ou fornecimento direto de energia ao motor elétrico. O sistema conta ainda com um gerador nacional da WEG, um inversor e um módulo de gerenciamento que distribui a energia conforme o uso. A recarga por tomada segue funcionando normalmente, o que preserva a lógica de uso de um elétrico tradicional.
Compacto, o conjunto pode equipar desde carros até embarcações, mas também tem escala suficiente para alimentar ônibus e vans. Quando necessário, motores maiores como o HR13 1.3 turbo - utilizado no Duster e em breve no Bigster - podem ser utilizados na mesma arquitetura. E como o extensor opera em regime fixo e sem exigir potência máxima, o desgaste é menor e a vida útil, maior.
A HORSE também testa a redução do número de módulos de bateria em veículos com extensor, o que pode significar menos peso, menor custo e mais agilidade na recarga. Toda a operação é automática: o motorista não precisa ativar ou desligar nada, e todas as funções do carro original são mantidas.
Com componentes nacionais, o extensor já está em testes para diversos produtos, como ônibus e carros, e será a solução em diversos níveis para os desafios da eletrificação da frota de veículos no país, principalmente ao colaborar na conversão de veículos a diesel, por exemplo.
Renault e Geely terão motor a combustão para carros elétricos
Comentários
Enviar um comentário