Avançar para o conteúdo principal

Cientistas estão a gerar energia solar sem painéis

 

Energia solar

Gerar energia solar sem recorrer aos tradicionais painéis? Aparentemente, é possível! Cientistas de Oxford estão a revestir objetos como mochilas, carros e telemóveis com um novo material que torna a geração de energia possível.

Conhecemos uma ideia semelhante, em 2023, quando o Massachusetts Institute of Technology (MIT) partilhou estar a trabalhar para produzir uma célula solar tão fina e leve que podia ser colocada em quase qualquer superfície, incluindo tecidos.

Agora, o novo material fotossensível dos cientistas de Oxford é, pela primeira vez, suficientemente fino e flexível para ser aplicado na superfície de quase todos os edifícios ou objetos comuns.

Painéis solares

Ao sobrepor várias camadas absorventes de luz numa célula solar (conhecida como abordagem multi-junção), é aproveitada uma gama mais vasta do espetro de luz, permitindo gerar mais energia a partir da mesma quantidade de luz solar, segundo o Electrek.

Este material de perovskite de película fina foi certificado de forma independente pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Industrial Avançada (AIST) do Japão para fornecer mais de 27% de eficiência energética. Pela primeira vez, iguala o desempenho da tecnologia fotovoltaica tradicional de silício de camada única.

Em apenas cinco anos de experiências com a nossa abordagem de sobreposição ou de multi-junção, aumentámos a eficiência de conversão de energia de cerca de 6% para mais de 27%, perto dos limites do que a energia fotovoltaica de camada única pode alcançar atualmente.

Acreditamos que, com o tempo, esta abordagem poderá permitir que os dispositivos fotovoltaicos atinjam eficiências muito maiores, superiores a 45%.

Explicou Shuaifeng Hu, pós-doutorado em Física pela Universidade de Oxford.

Shuaifeng Hu, pós-doutorado em Física pela Universidade de Oxford. Crédito: Martin Small, via University of Oxford

Shuaifeng Hu, pós-doutorado em Física pela Universidade de Oxford. Crédito: Martin Small, via University of Oxford

A versatilidade do novo material ultrafino - quase 150 vezes mais fino do que uma wafer de silício - e flexível é fundamental. Afinal, os sistemas fotovoltaicos atuais são geralmente aplicados em painéis de silício, mas este pode ser aplicado em quase todas as superfícies.

Podemos prever a aplicação de revestimentos de perovskite em tipos de superfícies mais vastos para gerar energia solar barata, como os telhados dos automóveis e dos edifícios e mesmo a parte de trás dos telemóveis.

Se for possível gerar mais energia solar desta forma, podemos prever, a longo prazo, uma menor necessidade de utilizar painéis de silício ou de construir mais e mais parques solares.

Segundo o mesmo órgão de comunicação social, os 40 cientistas que trabalham na área da energia fotovoltaica no Departamento de Física da Universidade de Oxford são liderados por Henry Snaith, professor de Energias Renováveis, que explora a energia fotovoltaica há cerca de uma década.


Cientistas estão a gerar energia solar sem painéis (sapo.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

"A NATO morreu porque não há vínculo transatlântico"

 O general Luís Valença Pinto considera que “neste momento a NATO morreu” uma vez que “não há vínculo transatlântico” entre a atual administração norte-americana de Donald Trump e as nações europeias, que devem fazer “um planeamento de Defesa”. “Na minha opinião, neste momento, a menos que as coisas mudem drasticamente, a NATO morreu, porque não há vínculo transatlântico. Como é que há vínculo transatlântico com uma pessoa que diz as coisas que o senhor Trump diz? Que o senhor Vance veio aqui à Europa dizer? O que o secretário da Defesa veio aqui à Europa dizer? Não há”, defendeu o general Valença Pinto. Em declarações à agência Lusa, o antigo chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, entre 2006 e 2011, considerou que, atualmente, ninguém “pode assumir como tranquilo” que o artigo 5.º do Tratado do Atlântico Norte – que estabelece que um ataque contra um dos países-membros da NATO é um ataque contra todos - “está lá para ser acionado”. Este é um dos dois artigos que o gener...

Esta cidade tem casas à venda por 12.000 euros, procura empreendedores e dá cheques bebé de 1.000 euros. Melhor, fica a duas horas de Portugal

 Herreruela de Oropesa, uma pequena cidade em Espanha, a apenas duas horas de carro da fronteira com Portugal, está à procura de novos moradores para impulsionar sua economia e mercado de trabalho. Com apenas 317 habitantes, a cidade está inscrita no Projeto Holapueblo, uma iniciativa promovida pela Ikea, Redeia e AlmaNatura, que visa incentivar a chegada de novos residentes por meio do empreendedorismo. Para atrair interessados, a autarquia local oferece benefícios como arrendamento acessível, com valores médios entre 200 e 300 euros por mês. Além disso, a aquisição de imóveis na região varia entre 12.000 e 40.000 euros. Novas famílias podem beneficiar de incentivos financeiros, como um cheque bebé de 1.000 euros para cada novo nascimento e um vale-creche que cobre os custos da educação infantil. Além das vantagens para famílias, Herreruela de Oropesa promove incentivos fiscais para novos moradores, incluindo descontos no Imposto Predial e Territorial Urbano (IBI) e benefícios par...

Defender a escola pública

 1. Escrevo sobre o conflito que envolve os professores preocupada, em primeiro lugar, com o efeito que este está a ter na degradação da escola pública, na imagem e na confiança dos pais no sistema educativo, nos danos que estão a ser causados a milhares de alunos cujas famílias não têm condições para lhes proporcionar explicações ou frequência de colégios privados. Parece-me importante que, nas negociações entre Governo e sindicatos, esta dimensão do problema seja equacionada. Escrevo, em segundo lugar, porque espero poder dar um contributo para a compreensão e boa resolução do conflito, apesar de todo o ruído e falta de capacidade para ouvir. 2. Nos anos pré-pandemia, eram muitos os sinais das dificuldades das escolas em prestar um serviço de qualidade. A existência de milhares de alunos sem professor, em várias disciplinas e em vários pontos do país, gerou um clamor sobre a falta de docentes e a fraca atratividade da carreira. Porém, o problema da falta de professores nas escola...