Disney diz que homem não os pode processar pela morte da sua mulher num resort. O motivo? Subscreveram plataforma de streaming
Médico processou Disney por considerar que houve homícidio culposo na morte da mulher. Empresa diz que cláusula do contrato para aceder à plataforma de streaming proíbe o recurso legal.
▲O casal terá escolhido o restaurante "Raglan Road Irish Pub", mas o staff não atendeu aos pedidos de atenção às alergias da vítima
O parque Disney World em Orlando, nos EUA, diz que o homem, cuja mulher morreu após ter sofrido uma reação alérgica num restaurante do parque, não os pode processar devido aos termos e condições que este aceitou ao inscrever-se num período gratuito da plataforma de streaming Disney +, avança a BBC.
Jeffrey Piccolo preencheu uma ação judicial por homicídio culposo contra a empresa depois da última refeição da mulher, Kanokporn Tangsuan, num dos restaurantes do resort em Orlando, durante a visita do casal em 2023. Médico da Universidade de Nova Iorque, Piccolo alega que o restaurante não tomou precauções suficientes relativamente às alergias da sua mulher, que reforça ter mencionado múltiplas vezes aos funcionários do estabelecimento.
De acordo com a queixa, o casal terá escolhido o “Raglan Road Irish Pub” porque a Disney tinha dito que “trataria com prioridade os clientes com alergias alimentares”, como conta o Telegraph. O marido da vítima reforçou ter questionado múltiplas vezes os funcionários relativamente à presença dos alergénios indicados pela vítima e que lhes foi garantido que o pedido tinha sido tratado com muita atenção.
Cerca de 45 minutos depois de terem acabado a refeição, e quando fazia compras com a sogra, a vítima sofreu uma reação alérgica severa e colapsou. De seguida, foi transportada para o hospital, onde foi declarado o óbito. A causa de morte foi então declarada como “anafilaxia devido a grandes quantidades de produtos lácteos e nozes no seu sistema”, reportou o Telegraph.
Piccolo decidiu então processar a Disney em mais de 45 mil euros, mais custos legais. No entanto, os advogados da empresa argumentaram que o caso terá de ser resolvido fora do tribunal, via arbitragem, devido aos termos que terá aceite quando criou uma conta no Disney +, em 2019. Este argumento, descrito como “absurdo” e “insano” pelos advogados de Piccolo, foi reforçado pelos termos aceites na compra dos bilhetes para o parque, como indicado pela defesa.
Um advogado britânico, especialista em lei comercial, adiantou à BBC que o argumento referente à subscrição à Disney + é “fraco”, mas que as condições aceites na compra do bilhete podem ser mais problemáticos para o caso de Piccolo. “Isto pode deixar a Disney levar o caso para arbitragem, apesar de existirem muitos outros fatores que podem o prevenir, dadas as circunstâncias delicadas deste caso”, acrescentou.
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