Por Wilson:
TAP e Efacec são exemplos de como o contribuinte é vítima deste governo que nacionaliza por mero capricho ideológico e, depois de ver que foi um erro, reprivatiza com grande prejuízo, mas é incapaz de reconhecer o erro e pedir desculpas ao contribuinte.
Por Alexandra Machado:
O Estado já assinou a venda da Efacec ao fundo alemão Mutares. O Estado no fecho da operação aumenta esforço em 160 milhões. A Mutares entra com 15 milhões em capital e 60 milhões para empréstimo.
O Estado já assinou a venda da Efacec ao fundo alemão Mutares. António Costa Silva, ministro da Economia, assume que é “um dia que é feliz para a economia portuguesa”. O acordo foi assinado na terça-feira. O ministro da economia diz que o colapso da Efacec significaria o colapso de muitas pequenas e médias empresas portuguesas. Para Costa Silva o problema foi resolvido “com dedicação, inteligência e não com gritos”.
O Estado injetou 10 milhões por mês durante 20 meses, num total de 200 milhões de euros em suprimentos. O ministro da Economia quis no entanto expressar a importância da Efacec para a economia portuguesa, dizendo que a empresa “é um centro de um ecossistema”, que contrata 445 milhões a fornecedores nomeadamente PME portuguesas, tem um total de 2.800 fornecedores. “O colapso da empresa significaria colapso de muitas PME”.
Além dos suprimentos, vai colocar agora mais 160 milhões (201 milhões de investimento, 30 milhões em contingências reduzindo a estes valores a libertação de 72 milhões de garantias) “num contrato ligado à valorização da empresa”, enquanto a Mutares entra com 15 milhões de euros em capital e 60 milhões em garantias. O Banco de Fomento vai fazer um empréstimo de 35 milhões de euros. O Governo diz que este esforço do Estado é para garantir que a empresa consegue continuar a trabalhar e retoma confiança da banca para financiamentos. E já ficou garantido um empréstimo de até 160 milhões (os tais 60 milhões da Mutares e mais 94 milhões da banca) para que a Efacec consiga responder a encomendas e à atividade operacional. O ciclo de produção na Efacec é longo e, por isso, tem desfasamento em relação aos recebimentos por parte dos clientes.
“Dormiria muito mal se mandássemos cerca de duas mil pessoas para desemprego e deixasse cair uma empresa de alta tecnologia”, diz Costa Silva, assumindo que o Estado colmatou uma falha. “Se tivermos fé cega no mercado e deixarmos que os mercados resolvam tudo, os mercados não vão não só resolver, mas vão criar problemas”.
João Nuno Mendes, secretário de Estado das Finanças, em conferência de imprensa, diz que o Estado espera receber algum rendimento quer ao garantir que se a Efacec distribuir caixa (dividendos ou outras formas), o Estado recebe 75% desse valor e numa futura venda receberá dois terços do montante. Ainda assim isto fica dependente da rentabilidade futura. E, por isso, o secretário de Estado referiu: “Não é um depósito a prazo”. Por fim o Estado ainda recebeu, enfatizou o mesmo responsável, 100 milhões em IRS e segurança social, o que não aconteceria se a empresa tivesse falido.
Em comunicado, o fundo alemão já realçou que “a Efacec é uma aquisição ideal para o portefólio da Mutares e beneficiará de uma plataforma sólida através da qual gerará melhorias que agregam valor”, assumindo que “este passo permitirá que a empresa recupere uma posição de destaque no mercado e retome o crescimento”, tendo já sido identificadas “sinergias relevantes com outras companhias do portefólio da Mutares”, acreditando que “beneficiará de atraentes novas oportunidades de negócio”.
A gestão da empresa, liderada por Ângelo Ramalho, deverá manter-se.
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