Avançar para o conteúdo principal

Fábrica de bioimpressão alimentar diz que “faz em 5 minutos o que um porco faz em 5 anos”


A primeira fábrica de bioimpressão de alimentos vegetais à escala industrial do mundo está localizada em Espanha e alega "fazer em 5 minutos o que um porco demora 5 anos a fazer".

Bacon assinado pelas empresas Foodys e Coccus, conseguido a partir de bioimpressão

Os alimentos de origem vegetal ou artificial reúnem um largo leque de céticos, que descredibilizam essas alternativas. Ainda assim, a tecnologia está a motivar a mudança e as opções não param de chegar.

Em Tudela, Espanha, abriu a primeira fábrica de bioimpressão de alimentos vegetais à escala industrial do mundo. O projeto é assinado pelas empresas Foodys (parte do Grupo ENHOL) e Coccus, que se uniram com o objetivo de encontrar alternativas à carne.

Acreditamos em abrir as portas e queremos seduzir o grande público com produtos ricos [...] conseguimos fazer em 5 minutos o que um porco leva 5 anos para fazer.

Disse Lucas Irisarri, diretor de marketing da Foodys.

Parceria entre a Foodys (parte do Grupo ENHOL) e a Coccus

Parceria entre a Foodys (parte do Grupo ENHOL) e a Coccus

Com a bioimpressão 3D, as empresas pretendem colocar a tecnologia ao serviço da alimentação do futuro, considerando que, segundo Irisarri, "há mais bocas para alimentar do que vacas".

O primeiro produto a resultar da bioimpressão será o bacon, que chegará ao mercado no próximo mês, através do Carrefour. A ele seguir-se-ão alternativas vegetais de camarão, salmão e atum.

Ao contrário da carne in vitro, que será produzida em San Sebastian, a unidade de produção de Tudela é 100% vegetal. A tecnologia utilizada baseia-se em materiais de origem vegetal ou matrizes vegetais, tais como micélio, biorreatores, proteína de ervilha, entre outras.

O nosso bacon tem apenas 10% de gordura.

Embora o desenvolvimento de um bacon com estas características exija o trabalho de engenheiros, matemáticos e técnicos alimentares, baseia-se em três ingredientes: proteína de ervilha, azeite e óleo de girassol.

A emulsão destes últimos dá origem à gordura do bacon, que se liga à proteína de ervilha (a "carne" magra) para formar um bloco. Este é depois cortado em fatias, embalado e distribuído. É definido como um produto com menos gordura do que o original, sem glúten e sem soja, mas com todo o sabor e textura do bacon que as pessoas conhecem.

 

Bioimpressão levará alternativas vegetais a todos

Não estamos prontos para comer comida de astronauta, precisamos de desfrutar de um momento de indulgência a comer bacon, a beber vinho, etc.

A cultura alimentar está profundamente enraizada na história deste país [...] queremos oferecer produtos que possam dinamizar a ementa semanal de uma família e que, gradualmente, encontrem o seu lugar.

A Foodys é uma empresa alimentar que, desde 2008, procura responder aos desafios alimentares atuais, como a escassez de água e as alterações climáticas, através de projetos que assentam na sustentabilidade e na inovação.

Bacon assinado pelas empresas Foodys e Coccus, conseguido a partir de bioimpressão

A Cocuus, por sua vez, procura soluções industriais para a produção de análogos de proteínas animais, vegetais ou celulares por meio de impressão a laser 2D/3D, bioimpressão e mecatrónica. Além disso, precisava de uma injeção de capital para comercializar em massa e industrializar a sua tecnologia.

Para ambas, em parceria, é importante que os produtos sejam semelhantes aos originais, tendo em conta que os consumidores procuram alimentos saborosos, saudáveis e acessíveis. 


Fábrica de bioimpressão alimentar diz que "faz em 5 minutos o que um porco faz em 5 anos" (sapo.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

Condomínio condenado a pagar 450 mil euros pela morte de três alunos esmagados por um muro em Braga

 A Câmara de Braga, que também era ré no processo, foi absolvida. O muro em questão era uma estrutura que, desde 1996, acolhera as caixas de correio de um prédio ali existente, mas que, em 2012, deixou de ter qualquer utilidade. A administração do condomínio tinha sido alertada para o estado de degradação O Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga fixou em 150 mil euros o valor da indemnização a pagar aos pais de cada um dos três estudantes da Universidade do Minho que morreram esmagados por um muro, em 2014. Por sentença de 18 de junho, a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira e que surge mais de um ano depois do início do julgamento, o tribunal determinou que a indemnização seja paga pela empresa administradora de condomínio responsável pela construção, sem licenciamento camarário, do referido muro, para acolher as caixas de correio de um prédio. O pagamento será assegurado pelo condomínio e respetivas seguradoras. A Câmara de Braga, que também era ré no processo, foi absolvid...

Habitação a custos controlados: novas medidas do Governo

 O Governo ajustou as regras da habitação a custos controlados para refletir os aumentos nos custos de construção e atrair mais promotores Com os custos de construção, energia e terrenos a subir nos últimos anos, muitos projetos de habitação acessível deixaram de ser viáveis. Para dar resposta a esta realidade, o Governo decidiu atualizar as regras da habitação a custos controlados, ajustando os limites de custo e tornando o regime mais atrativo para quem quer construir ou reabilitar casas com preços mais baixos. A medida foi publicada na Portaria n.º 265/2025/1 e entra em vigor já este mês. Esta é a terceira revisão da legislação original, criada em 2019, e tem como objetivo adaptar o regime à nova realidade do mercado. O que muda? A principal alteração está na forma como se calcula o custo de promoção (CP) por metro quadrado — ou seja, quanto pode custar a construção de uma casa ao abrigo deste regime. A fórmula foi atualizada para ter em conta: O aumento dos custos de construção...

ET15 é o novo drone português para «missões de emergência médica, defesa nacional e resposta a crises humanitárias em zonas de guerra»

  Na lista de características técnicas deste drone português estão «sensores de navegação avançados e georreferenciação em tempo real». Consegue transportar um máximo de quinze quilos e tem autonomia para cem quilómetros: o ET15 é um drone com o aspecto de um avião, com dois motores a hélice e capacidade VTOL, desenvolvido pela startup nacional Eliot, em parceria com a Rangel Logistics Solutions. A empresa descreve-o como uma «solução logística aérea de baixo custo» preparada para aterrar em «zonas de acesso limitado». Entre as principais aplicações do ET15 estão missões de «emergência médica, defesa nacional e resposta a crises humanitárias em zonas de guerra», com a Eliot a garantir que consegue operar de «forma rápida, segura e silenciosa». Na lista de características técnicas deste drone português estão «sensores de navegação avançados, georreferenciação em tempo real, compartimentos dedicados a transportes de carga sensível [como “sangue, tecidos, medicamentos ou órgãos para t...