“A sua eficiência energética é de ‘rebentar’ a escala”, afirma Damien Querlioz, um investigador da Universidade de Paris-Saclay, citado pela Science, ao conhecer em detalhe o novo chip NorthPole da IBM. Cientistas daquela tecnológica criaram um processador que dispensa o acesso frequente à memória externa e que consegue, por isso, realizar tarefas de reconhecimento de imagem muito mais rápido do que as arquiteturas existentes e consumir menos energia no processo.
Estes chips assentam em redes neurais, com múltiplas camadas de unidades computacionais simples programadas para reconhecer padrões. Alguns chips já desenvolvidos fazem o mesmo tipo de cálculos, mas precisam, para isso, de recorrer a memórias externas, RAM, de cada vez que calculam uma camada, o que acaba por prejudicar o desempenho possível e exigir mais energia. O coautor deste trabalho da IBM, Dharmendra Modha, estima que, para simular um cérebro humano com a arquitetura habitual necessitaria de energia equivalente a 12 reatores nucleares.
Os NorthPole são compostos por 256 unidades computacionais, cada uma com a sua própria memória, o que mitiga o efeito descrito anteriormente. Cada unidade destas, ou núcleo, trabalha em conjunto, numa lógica de rede, numa forma inspirada pela forma da matéria branca no cérebro humano.
Os autores estimam que se os NorthPole fossem implementados com os processos de manufatura mais atuais, a sua eficiência seria 25 vezes melhor do que a dos processadores mais convencionais. O desafio da equipa passa agora por estudar aplicações destes chips a cenários atuais, como os dos carros autónomos, por exemplo.
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