Avançar para o conteúdo principal

EDP já subiu o preço da eletricidade. Vale a pena voltar para o regulado?

A elétrica subiu o preço da luz no mercado liberalizado em 2,5%, em média, nesta quinta-feira. Já no regulado há uma descida este ano. Compensa voltar ao mercado regulado ou escolher outro fornecedor?


Mais de quatro milhões de portugueses vão ver a fatura de eletricidade agravada. Depois de anunciar, a EDP cumpriu: nesta quinta-feira aumentou 2,5%, em média, o preço que cobra aos seus clientes do mercado liberalizado de eletricidade. A elétrica liderada por António Mexia que tem mais de 80% dos clientes deste segmento decidiu assim não acompanhar a descida média de 0,2% anunciada pela ERSE para a tarifa regulada. Tendo em conta estas alterações, impõe-se a questão: compensa a estes consumidores manterem a solução atual, regressar ao mercado regulado ou mudar de fornecedor?


Para perceber o que faz sentido fazer, o ECO realizou um conjunto de simulações no site da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). Simulações que tiveram em consideração três tipologias distintas de consumo — horário simples, bi-horário e tri-horário –, bem como o cenário de referência considerado pelo regulador do setor na determinação da poupança média na revisão das tarifas de eletricidade para este ano. Mais em específico foi considerado um consumo médio anual de 2.225 kWh e potência contratada de 3,45 kVA. Desta análise foram excluídos os tarifários com ofertas que implicassem custos adicionais ou estivessem dependentes de parcerias.

Tendo em conta este cenário, no caso da tarifa simples, a mudança para o mercado regulado não compensa para os clientes da EDP. A fatura dos clientes da EDP que estão no mercado liberalizado, já após a subida de preços deste operador, ascende a 556 euros anuais. Este valor fica aquém face aos 562 euros anuais que seriam cobrados a quem preferisse regressar ao mercado regulado, uma opção que passou a ser possível no início deste ano. Mas o mesmo já não acontece face a outros fornecedores de energia que apresentam propostas mais económicas. O tarifário mais barato permite poupar ao final de um ano 36 euros. Essa poupança é conseguida com a adesão a um produto que a Endesa tem em campanha: o tarifário Aniversário.

Custo anual na tarifa simples

Fonte: Simulador da ERSE | Considera os cinco tarifários mais baratos no mercado liberalizado e a tarifa da EDP Comercial, bem como o tarifário regulado (1) Reflete o desconto da 12ª fatura a cada 12 meses. Proposta válida até 31-1-2018; (2) Requer contratação online. Proposta válida até 31-12-2018; (3) Requer contratação online. Oferta válida até 20-1-2018; (4) Devolução ao cliente de 50% da margem no preço de energia (kWh) após 12 meses de contrato. Obrigatoriedade de subscrição online. Oferta válida até 31-12-2018; (5) Tarifa transitória de Venda a Clientes Finais. Oferta disponibilizada pela EDP Serviço Universal, Energia Simples, Goldenergy e Luzboa.
De salientar que a Endesa foi um dos operadores que logo no início deste ano, já após a EDP Comercial ter surpreendido com o anúncio de que iria rever em alta as suas tarifas, informou que não pretendia avançar com uma decisão semelhante. A mesma decisão foi tomada pela Gold Energy, que possui um dos tarifários mais baratos na tarifa simples, o tarifário Monoelétrico + Cliente, com a fatura anual a ascender a 540 euros.

Já no que respeita à simulação para a solução de bi-horário, foi considerado um consumo em vazio de 40% do total. Tendo em conta este cenário, os clientes da EDP Comercial conseguem encontrar tarifas mais em conta tanto no mercado regulado, como em muitos operadores concorrentes do mercado liberalizado. A mudança para a tarifa regulada iria permitir uma poupança anual de 33 euros: de 575 euros anuais para 542. Maior seria a poupança de escolher o tarifário mais em conta: o Tarifa e-luz da Endesa. A fatura anual associada a este tarifário é de 500 euros, ou seja, 75 euros mais barato. Também a Gold Energy, a Galp ou a low cost YLCE estão entre os fornecedores que propõem as tarifas mais baixas no bi-horário.

Custo anual na tarifa bi-horária

Fonte: Simulador da ERSE | Considera os cinco tarifários mais baratos no mercado liberalizado e a tarifa da EDP Comercial, bem como o tarifário regulado; (1) Requer contratação online. Proposta válida até 31-3-2018; (2) Requer contratação online. Oferta válida até 20-1-2018; (3) Requer contratação online. Proposta válida até 31-12-2018; (4) Obrigatoriedade de subscrição online.Oferta válida até 31-12-2018; (5) Tarifa transitória de Venda a Clientes Finais. Oferta disponibilizada pela EDP Serviço Universal, Energia Simples, Goldenergy e Luzboa
Mas para quem tenha hábitos de consumo mais adequados a uma utilização tri-horária, o cenário muda radicalmente. Para os clientes da EDP Comercial ou de outros fornecedores de eletricidade do mercado liberalizado, regressar ao mercado regulado compensa sempre. Assumindo uma utilização de 40% do consumo no período vazio e os restantes 60% repartidos por igual nos restantes dois horários, a fatura anual no regulado ascenderia a 520 euros, abaixo de qualquer das propostas do mercado liberalizado.

Custo anual na tarifa tri-horária

Fonte: Simulador da ERSE | Considera os cinco tarifários mais baratos no mercado liberalizado, bem como o tarifário regulado; (1) Tarifa transitória de Venda a Clientes Finais. Oferta disponibilizada pela EDP Serviço Universal e Energia Simples; (2) Proposta válida até 31-12-2018; (3) Requer contratação e fatura electrónica. Proposta válida até 31-12-2018; (4) Oferta válida até 31-12-2018; (5) Proposta válida até 31-12-2018.
A poupança seria de 66 euros anuais face ao tarifário mais barato do mercado liberalizado — plano base da jafPlus –, cujo custo anual ascende a 613 euros. Maior ainda seria a poupança de quem deixasse a EDP Comercial para passar ao mercado regulado: 81 euros. O tarifário tri-horário mais económico da EDP Comercial implica uma fatura anual de 628 euros.


https://eco.pt/2018/01/19/edp-ja-subiu-o-preco-da-eletricidade-vale-a-pena-voltar-para-o-regulado/

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...