Oposição afastada, pressões sobre funcionários e pensionistas e possibilidade de se votar duas vezes. Eis o retrato das eleições para a Assembleia Constituinte venezuelana que decorreu este domingo, marcada por incidentes nas ruas que, para já, causaram nove mortos Há algo de realismo mágico nestas eleições venezuelanas que um Garcia Marquez não teria desdenhado como tema. De facto, na votação para a Assembleia Constituinte, convocada para este domingo pelo presidente Nicolás Maduro, só há uma possibilidade de escolha, já que a oposição se recusou a participar. A votação é electrónica mas as máquinas não estão programadas para aceitar o voto branco. E cada eleitor pode, em plena legalidade, votar duas vezes… Esta votação peculiar serve, para além de reforçar os poderes de Maduro, que perdeu as eleições legislativas de Dezembro de 2015, também para medir forças com a oposição que, a 16 de Julho e com a cobertura da Assembleia Nacional, promoveu um referendo à margem do chavismo no q