Avançar para o conteúdo principal

Ministério Público investiga obras da Câmara de Lisboa

A Câmara de Lisboa diz que ainda não foi notificada “nem oficial nem oficiosamente” de qualquer diligência do Ministério Público

O Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) está a investigar as decisões tomadas pelos serviços de Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, durante a liderança do atual primeiro-ministro, António Costa, e do presidente atual da cidade, Fernando Medina, relativas à construção da Torre das Picoas e as obras de ampliação do Hospital da Luz. A Associação de Turismo de Lisboa também é suspeita.

A notícia, avançada pelo “Público” esta terça-feira, foi confirmada pela PGR, que adiantou ainda não terem sido constituídos arguidos. Questionada pelo matutino, a Câmara de Lisboa diz que ainda não foi notificada “nem oficial nem oficiosamente” destas diligências.

“Nenhum técnico, dirigente ou qualquer outro responsável foi ouvido em qualquer condição a propósito de qualquer processo”, responde, por email, o departamento de comunicação da autarquia.

Os inquéritos do Ministério Público centram-se em dossiês sobre os quais houve decisões polémicas durante os mandatos de António Costa e Fernando Medina, com Manuel Salgado como vereador do Urbanismo. Muitos deles já são conhecidos dos portugueses.

Em 2011, o município de Lisboa, liderado por António Costa, disse ao proprietário de uns terrenos em Picoas que apenas podia construir ali um prédio com sete andares. Passado um ano, já com os terrenos na posse de uma empresa ligada ao antigo BES, a autarquia autorizou um aumento de área em 89% e os 17 andares atualmente em construção. Na época, a Câmara justificou a mudança com a entrada em vigor, em 2012, de um novo Plano Diretor Municipal.

Mas a polémica a envolver esta torre em Picoas não acabou por aqui. Mais tarde, percebeu-se que o empreiteiro tinha anexado ao terreno de construção àrea municipal – a denúncia partiu do Bloco de Esquerda. O promotor da torre foi mesmo obrigado a comprar os metros quadrados (27) que tinha anexado ilegalmente.

Já a ampliação do Hospital da Luz, na Avenida Lusíada, deu que falar por ter obrigado à demolição de um quartel do Regimento de Sapadores Bombeiros que, na época, era o mais moderno de Lisboa. Segundo o matutino, o terreno em que estava o quartel foi vendido em hasta pública, em 2014, à Espírito Santo Saúde, que pagou um euro a mais do valor-base de licitação: 15,580 milhões de euros.

http://expresso.sapo.pt/revista-de-imprensa/2017-07-18-Ministerio-Publico-investiga-obras-da-Camara-de-Lisboa

https://www.publico.pt/2017/07/18/local/noticia/diap-investiga-decisoes-polemicas-da-camara-de-lisboa-em-materia-de-urbanismo-1779363#

Comentários

Notícias mais vistas:

Como uma entrevista matou João Rendeiro

João Rendeiro, após ser acusado de irregularidades no banco que fundou e presidia, o BPP, fugiu, não para um país que não tivesse acordo de extradição com Portugal mas para África do Sul onde tinha negócios. Acreditando na privacidade concedida por uma VPN, deu uma entrevista à CNN Portugal (TVI), via VPN. A partir dessa entrevista as autoridades portuguesas identificaram a localização de João Rendeiro que nunca acreditou que as autoridades sul-africanas o prendessem pois considerava as acusações infundadas e não graves ao ponto de dar prisão. No entanto João Rendeiro foi preso e, não acreditando na justiça portuguesa, recusou a extradição para Portugal acreditando que seria libertado, o tempo foi passando e ele teve de viver numa das piores prisões do mundo acabando por ter uma depressão que o levou ao suicídio. Portanto, acreditando no anonimato duma VPN, deu uma entrevista que o levou à morte. Este foi o meu comentário, agora o artigo da Leak: A falsa proteção da VPN: IPTV pode pôr-...

"Assinatura" típica do Kremlin: desta vez foi pior e a Rússia até atacou instalações da UE

Falamos de "um dos maiores ataques combinados" contra a Ucrânia, que também atingiu representações de países da NATO Kiev foi novamente bombardeada durante a noite. Foi o segundo maior ataque aéreo da Rússia desde a invasão total à Ucrânia. Morreram pelo menos 21 pessoas, incluindo quatro crianças, de acordo com as autoridades. Os edifícios da União Europeia e do British Council na cidade foram atingidos pelos ataques, o que levou a UE e o Reino Unido a convocarem os principais diplomatas russos. Entre os mortos encontram-se crianças de 2, 17 e 14 anos, segundo o chefe da Administração Militar da cidade de Kiev. A força aérea ucraniana afirmou que o Kremlin lançou 629 armas de ataque aéreo contra o país durante a noite, incluindo 598 drones e 31 mísseis. Yuriy Ihnat, chefe de comunicações da Força Aérea, disse à CNN que os foi “um dos maiores ataques combinados” contra o país. O ministério da Defesa da Rússia declarou que atacou “empresas do complexo militar-industrial e base...

Avião onde viajava Von der Leyen afetado por interferência de GPS da Rússia

 O GPS do avião onde viajava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foi afetado por uma interferência que as autoridades suspeitam ser de origem russa, no domingo, forçando uma aterragem com mapas analógicos. Não é claro se o avião seria o alvo deliberado. A aeronave aterrou em segurança no Aeroporto Internacional de Plovdiv, no sul da Bulgária, sem ter de alterar a rota. "Podemos de facto confirmar que houve bloqueio do GPS", disse a porta-voz da Comissão Europeia, Arianna Podesta, numa conferência de imprensa em Bruxelas. "Recebemos informações das autoridades búlgaras de que suspeitam que se deveu a uma interferência flagrante da Rússia". A região tem sofrido muitas destas atividades, afirmou o executivo comunitário, acrescentando que sancionou várias empresas que se acredita estarem envolvidas. O governo búlgaro confirmou o incidente. "Durante o voo que transportava a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para Plovdiv, o s...