Biólogos e ecologistas de todo o mundo lançam um sério aviso de que, se não se tomarem medidas urgentes, metade de todas as espécies da Terra podem desaparecer por completo até ao final deste século.
Este cenário negro foi pintado durante a Conferência Extinção Biológica, que decorreu no Vaticano, sob a chancela do Papa Francisco, nos passados dias 27 de Fevereiro a 1 de Março.
Biólogos e ecologistas de todo o mundo aproveitaram o evento para discutir como se pode evitar esta progressão fatal para a extinção.
“No início do próximo século, enfrentamos a possibilidade de perder metade da nossa vida selvagem”, alerta o biólogo Peter Raven, professor do Jardim Botânico do Missouri, nos EUA, e um dos participantes da conferência, em declarações ao jornal The Guardian.
“Ameaça maior do que as alterações climáticas”
Raven fala de um contexto “muito assustador”, estranhando que os humanos confiem no “mundo vivo” para manter a sustentabilidade do nosso planeta.
“As extinções que enfrentamos colocam uma ameaça ainda maior à civilização do que as alterações climáticas – pela simples razão de que são irreversíveis”, alerta o biólogo.
“O problema é que o perigo não parece óbvio para a maioria das pessoas e isso é algo que temos que acertar”, avisa, por outro lado, o professor Paul Erlich da Universidade de Stanford, na Califórnia, também envolvido na Conferência.
“Os países ricos do ocidente estão a desviar os recursos do planeta e a destruir o seu ecossistema a uma média sem precedentes“, acrescenta Erlich, igualmente em declarações ao The Guardian.
“Queremos construir auto-estradas através do Serengeti para ter mais minerais terrestres raros para os nossos telemóveis. Tiramos todos os peixes do oceano, destruímos as barreiras de coral e deitamos dióxido de carbono para a atmosfera. Despoletamos um grande evento de extinção. A questão é: como é que o travamos?”, eis a pergunta que o professor de Stanford deixa no ar.
E foi essa a questão que esteve em destaque na Conferência realizada no Vaticano, depois de o Papa Francisco ter dado particular ênfase às questões climáticas no seu Pontificado.
“A sobrevivência do mundo natural, e em última instância, a nossa sobrevivência, depende da nossa adopção de princípios de justiça social e de sustentabilidade“, aponta, em jeito de resposta, a Academia de Ciências do Pontificado num documento divulgado no âmbito da Conferência.
“E a sustentabilidade requer o cuidado da biodiversidade que fornece os serviços que permitem à humanidade viver e prosperar”, aponta ainda o mesmo texto.
Quatro ou cinco Terras para aguentar tanta gente
O crescente aumento da população mundial e o impacto que isso acarreta para o ambiente é um dos factores que estes biólogos preocupados evidenciam.
As estatísticas da ONU prevêem que a população mundial vai crescer dos actuais 7.4 mil milhões para os 11.2 mil milhões até 2100, aumento que se verificará em regiões como África.
Com as condições climatéricas a alterarem-se e as catástrofes ecológicas e crises económicas subsequentes, bem como com a escassez de comida, imagina-se como a já actual problemática corrente migratória pode atingir proporções realmente assustadoras e incomportáveis.
Paul Erlich não duvida de que, com quase 12 mil milhões de pessoas, a nossa civilização na Terra vai “colapsar”, permanecendo apenas “umas centenas de sobreviventes”.
“Olhando para os números, é claro que para suportar a sustentabilidade da população mundial actual, seria preciso outro meio planeta para nos fornecer os recursos necessários”, alerta o biólogo.
E “se todos consumissem recursos ao nível dos EUA – que é o que o mundo aspira -, seriam precisas outras quatro ou cinco Terras“, conclui.
https://zap.aeiou.pt/grande-evento-extincao-massa-pode-ocorrer-ate-ao-fim-deste-seculo-151582
Este cenário negro foi pintado durante a Conferência Extinção Biológica, que decorreu no Vaticano, sob a chancela do Papa Francisco, nos passados dias 27 de Fevereiro a 1 de Março.
Biólogos e ecologistas de todo o mundo aproveitaram o evento para discutir como se pode evitar esta progressão fatal para a extinção.
“No início do próximo século, enfrentamos a possibilidade de perder metade da nossa vida selvagem”, alerta o biólogo Peter Raven, professor do Jardim Botânico do Missouri, nos EUA, e um dos participantes da conferência, em declarações ao jornal The Guardian.
“Ameaça maior do que as alterações climáticas”
Raven fala de um contexto “muito assustador”, estranhando que os humanos confiem no “mundo vivo” para manter a sustentabilidade do nosso planeta.
“As extinções que enfrentamos colocam uma ameaça ainda maior à civilização do que as alterações climáticas – pela simples razão de que são irreversíveis”, alerta o biólogo.
“O problema é que o perigo não parece óbvio para a maioria das pessoas e isso é algo que temos que acertar”, avisa, por outro lado, o professor Paul Erlich da Universidade de Stanford, na Califórnia, também envolvido na Conferência.
“Os países ricos do ocidente estão a desviar os recursos do planeta e a destruir o seu ecossistema a uma média sem precedentes“, acrescenta Erlich, igualmente em declarações ao The Guardian.
“Queremos construir auto-estradas através do Serengeti para ter mais minerais terrestres raros para os nossos telemóveis. Tiramos todos os peixes do oceano, destruímos as barreiras de coral e deitamos dióxido de carbono para a atmosfera. Despoletamos um grande evento de extinção. A questão é: como é que o travamos?”, eis a pergunta que o professor de Stanford deixa no ar.
E foi essa a questão que esteve em destaque na Conferência realizada no Vaticano, depois de o Papa Francisco ter dado particular ênfase às questões climáticas no seu Pontificado.
“A sobrevivência do mundo natural, e em última instância, a nossa sobrevivência, depende da nossa adopção de princípios de justiça social e de sustentabilidade“, aponta, em jeito de resposta, a Academia de Ciências do Pontificado num documento divulgado no âmbito da Conferência.
“E a sustentabilidade requer o cuidado da biodiversidade que fornece os serviços que permitem à humanidade viver e prosperar”, aponta ainda o mesmo texto.
Quatro ou cinco Terras para aguentar tanta gente
O crescente aumento da população mundial e o impacto que isso acarreta para o ambiente é um dos factores que estes biólogos preocupados evidenciam.
As estatísticas da ONU prevêem que a população mundial vai crescer dos actuais 7.4 mil milhões para os 11.2 mil milhões até 2100, aumento que se verificará em regiões como África.
Com as condições climatéricas a alterarem-se e as catástrofes ecológicas e crises económicas subsequentes, bem como com a escassez de comida, imagina-se como a já actual problemática corrente migratória pode atingir proporções realmente assustadoras e incomportáveis.
Paul Erlich não duvida de que, com quase 12 mil milhões de pessoas, a nossa civilização na Terra vai “colapsar”, permanecendo apenas “umas centenas de sobreviventes”.
“Olhando para os números, é claro que para suportar a sustentabilidade da população mundial actual, seria preciso outro meio planeta para nos fornecer os recursos necessários”, alerta o biólogo.
E “se todos consumissem recursos ao nível dos EUA – que é o que o mundo aspira -, seriam precisas outras quatro ou cinco Terras“, conclui.
https://zap.aeiou.pt/grande-evento-extincao-massa-pode-ocorrer-ate-ao-fim-deste-seculo-151582
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