Avançar para o conteúdo principal

Procuradora da Venezuela denuncia golpe de Estado

A procuradora fez as declarações no Ministério Público, no qual anunciou que não comparecerá ao julgamento aberto contra ela no Tribunal Supremo

Luisa Ortega: "Isso é um golpe de Estado, mais grotesco do que o de Pedro Carmona" (Carlos Garcia Rawlins/Reuters)
Caracas – A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, afirmou nesta terça-feira que está em andamento no país um golpe de Estado “mais grotesco” do que o realizado contra o ex-presidente Hugo Chávez em 2002, uma manobra feita a partir da dissolução, como ocorreu há 15 anos, dos poderes públicos.

A procuradora fez as declarações em um discurso no Ministério Público, no qual anunciou que não comparecerá ao julgamento aberto contra ela no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) por considerar que não cometeu crimes.

Além disso, Ortega Díaz afirmou que a instância máxima judicial da Venezuela é ilegítima por ser apenas um braço executor do governo na dissolução de poderes.

“Isso é um golpe de Estado, mais grotesco do que o de Pedro Carmona. Carmona foi quem dissolveu os poderes públicos aqui”, afirmou a procuradora-geral.

Ortega Díaz disse que a denúncia contra ela é uma “fraude processual”, um instrumento com o qual pretendem calá-la. Ela acusou um grupo de juízes do TSJ de terem abandonado a Constituição, usurpando “qualquer poder”, seja o da Assembleia Nacional como o do Ministério Público da Venezuela.

“Eles querem calar-me para que eu não siga dizendo verdades, tais como que atualmente existe na Venezuela uma grosseira ruptura da ordem constitucional, que provém da repressão desmedida por parte dos órgãos de segurança do governo e das sentenças do TSJ”, disse.

A procuradora-geral afirmou que, caso seja “removida arbitrariamente” de seu cargo pelo TSJ devido ao processo iniciado hoje, irá colaborar para o restabelecimento da vigência da Constituição ao lado do povo venezuelano.

Para Ortega Díaz, o processo contra ela é uma prova da “falta de objetividade e imparcialidade” dos juízes do TSJ, no “afã de executar a perseguição ordenada pelo governo”.

A Venezuela vive uma onda de protestos contra o governo do presidente Nicolás Maduro há mais de três meses, que deixou até o momento 90 mortos e mais de mil feridos.

http://exame.abril.com.br/mundo/procuradora-da-venezuela-denuncia-golpe-de-estado/

Comentários

Notícias mais vistas:

EUA criticam prisão domiciliária de Bolsonaro e ameaçam responsabilizar envolvidos

 Numa ação imediatamente condenada pelos Estados Unidos, um juiz do Supremo Tribunal do Brasil ordenou a prisão domiciliária de Jair Bolsonaro por violação das "medidas preventivas" impostas antes do seu julgamento por uma alegada tentativa de golpe de Estado. Os EUA afirmam que o juiz está a tentar "silenciar a oposição", uma vez que o ex-presidente é acusado de violar a proibição imposta por receios de que possa fugir antes de se sentar no banco dos réus. Numa nota divulgada nas redes sociais, o Escritório para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado dos Estados Unidos recorda que, apesar do juiz Alexandre de Morais "já ter sido sancionado pelos Estados Unidos por violações de direitos humanos, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia". Os Estados Unidos consideram que "impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender publicamente não é um serviço público...

Aníbal Cavaco Silva

Diogo agostinho  Num país que está sem rumo, sem visão e sem estratégia, é bom recordar quem já teve essa capacidade aliada a outra, que não se consegue adquirir, a liderança. Com uma pandemia às costas, e um país político-mediático entretido a debater linhas vermelhas, o que vemos são medidas sem grande coerência e um rumo nada perceptível. No meio do caos, importa relembrar Aníbal Cavaco Silva. O político mais bem-sucedido eleitoralmente no Portugal democrático. Quatro vezes com mais de 50% dos votos, em tempos de poucas preocupações com a abstenção, deve querer dizer algo, apesar de hoje não ser muito popular elogiar Cavaco Silva. Penso que é, sem dúvida, um dos grandes nomes da nossa Democracia. Nem sempre concordei com tudo. É assim a vida, é quase impossível fazer tudo bem. Penso que tem responsabilidade na ascensão de António Guterres e José Sócrates ao cargo de Primeiro-Ministro, com enormes prejuízos económicos, financeiros e políticos para o país. Mas isso são outras ques...

Supercarregadores portugueses surpreendem mercado com 600 kW e mais tecnologia

 Uma jovem empresa portuguesa surpreendeu o mercado mundial de carregadores rápidos para veículos eléctricos. De uma assentada, oferece potência nunca vista, até 600 kW, e tecnologias inovadoras. O nome i-charging pode não dizer nada a muita gente, mas no mundo dos carregadores rápidos para veículos eléctricos, esta jovem empresa portuguesa é a nova referência do sector. Nasceu somente em 2019, mas isso não a impede de já ter lançado no mercado em Março uma gama completa de sistemas de recarga para veículos eléctricos em corrente alterna (AC), de baixa potência, e de ter apresentado agora uma família de carregadores em corrente contínua (DC) para carga rápida com as potências mais elevadas do mercado. Há cerca de 20 fabricantes na Europa de carregadores rápidos, pelo que a estratégia para nos impormos passou por oferecermos um produto disruptivo e que se diferenciasse dos restantes, não pelo preço, mas pelo conteúdo”, explicou ao Observador Pedro Moreira da Silva, CEO da i-charging...