Os reformados e pensionistas com pensões mais baixas - até 509,26 euros, valor do indexante dos apoios sociais (IAS) - irão receber, em outubro, um “suplemento extraordinário” único de 200 euros, anunciou ontem o primeiro-ministro, Luís Montenegro, na Festa do Pontal, no Algarve. No mesmo mês, serão também pagos 150 euros aos reformados e pensionistas que recebem entre um e dois IAS (ou seja, até 1018,82 euros) e 100 euros a quem recebe até três IAS (1527,78 euros).
Montenegro disse estar a cumprir o prometido na campanha eleitoral, quando anunciou o reforço dos apoios aos reformados e pensionistas. Deixou a promessa de voltar a tomar uma medida extraordinária semelhante em 2025, se a situação financeira do país for “igual ou melhor” à de hoje.
Esta foi uma de três medidas ontem reveladas no Calçadão de Quarteira. A segunda prendeu-se com a ferrovia, com Montenegro a anunciar a criação de um passe, com o custo de 20 euros por mês, que “dará acesso a todos os comboios urbanos, regionais e inter-regionais e, também, à rede do Intercidades”. Sustentou que não se trata de uma “benesse”, mas sim de um “investimento” no ambiente e na população.
Mais vagas em medicina
Em terceiro lugar, o chefe do Governo disse que fará “tudo” para que o país passe a formar mais médicos. Frisando que este ano abriram 1684 vagas em Medicina e que, a cada ano, estão a reformar-se cerca de 1500 médicos, Montenegro expressou o desejo de acelerar a criação de cursos de Medicina nas universidades de Évora e de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Antes de elencar estas medidas, o primeiro-ministro afirmou que o Governo está “a transformar o país nos planos estratégico e estrutural”. Apontando a mira ao PS, criticou os que passam a imagem de que é “fácil” resolver os problemas do país: “As pessoas acham que os portugueses são estúpidos?”. Sobre o Orçamento do Estado, insistiu que não abrirá mão dos “princípios” do PSD.
Em reação, a líder parlamentar do PS, Alexandra Leitão, disse que os números provam o “quase descalabro” do SNS, que “está pior” do que há um ano: há “mais 40%” de urgências fechadas do que em igual período de 2023 e as grávidas têm hoje mais “imprevisibilidade” nas urgências, argumentou.
Pensões baixas terão suplemento de 200 euros em outubro (jn.pt)
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