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Bison lança-se no mundo das moedas virtuais à espera de “verão cripto”

 

António Henriques, CEO do Bison Bank. Foto: Hugo Amaral/ECO


Bison Bank acabou de lançar a unidade de exchange de bitcoin e ethereum e prepara o lançamento de fundos de investimento ligados à blockchain e Web3, enquanto espera pelo “verão cripto”.


Em pleno inverno cripto, o Bison Bank entrou no mundo das moedas virtuais, com o lançamento oficial da subsidiária Bison Digital Assets esta quarta-feira. Os clientes do banco já podem aceder aos serviços de exchange e custódia de bitcoin e ethereum diretamente a partir das suas contas bancárias, uma novidade em Portugal. Mas não pretende ficar por aqui: quer oferecer fundos de investimento ligados à blockchain e Web3. E isto enquanto espera pela chegada do verão cripto.


“Com a Bison Digital Assets, queremos fazer a ponte entre o mundo financeiro tradicional e o mundo digital dos criptoativos”, assumiu o CEO do Bison Bank, António Henriques, na sessão de apresentação do primeiro “criptobanco” português – isto é, a primeira empresa com licença para a atividade com criptomoedas detida diretamente por um banco em Portugal.


É exatamente isso que distingue a Bison Digital Assets das outras VASP (empresas que podem ter atividade com ativos virtuais) que já estão registadas no Banco de Portugal. “Todas têm uma exchange de criptoativos e serviço de custódia, mas nenhuma delas tem um banco”, apontou o responsável.


Na prática, a grande vantagem competitiva é esta: o cliente vai poder comprar e vender bitcoin e ethereum na Bison Digital Assets com o dinheiro depositado na sua conta bancária do Bison Bank. Da mesma forma, “quando vende [as criptomoedas], o produto dessa venda vai chegar à sua conta de depósito à ordem que tem no banco”, explicou António Henriques aos jornalistas.


Nem todos poderão ser clientes: operando na banca privada, o Bison Bank (o antigo banco de investimento do Banif, comprado em 2018 pelo Bison, de Hong Kong) aponta a clientes de elevado rendimento, com uma lógica internacional. É o que procura também para a Bison Digital Assets.


Fundos de investimento cripto? “Quero que aconteça rapidamente”

O Bison Bank pretende alargar a oferta cripto para lá dos serviços de exchange e custódia. Questionado sobre fundos de investimento cripto, o CEO revelou que está a trabalhar em “alguns projetos com esse objetivo”, mas não há prazos.


“Somos muito bons como banco depositário, é algo que queremos transportar rapidamente para o ecossistema de ativos virtuais. Estou pessoalmente empenhado para que isso aconteça muito rapidamente”, adiantou António Henriques, também piscando o olho a outros segmentos de ativos virtuais, como o setor das finanças descentralizadas (Defi) e da custódia dos NFT (non fungible tokens).


“A ambição de ter mais ativos virtuais e outros tipos de ativos virtuais existe. Se queremos fazer amanhã? Não queremos”, referiu.


Inverno assusta? “Regulação trará verão cripto”

O ano de 2022 ficou marcado pelo “inverno cripto”, depois sucessivos escândalos no mundo das criptomoedas, desde o crash da TerraUSD, então a terceira maior stablecoin do mundo, e pela queda da exchange FTX. Estes eventos arrasaram o mercado das criptomoedas.


António Henrique vê o que aconteceu no último ano “com grande naturalidade” e com uma “perspetiva altamente positiva”, fazendo um paralelo com a bolha das dotcom, em 2000. “Na altura achamos que tinha acabado o mundo, hoje nem sabemos o que é viver sem dotcom”, disse.


O mesmo se está a passar com os criptoativos, segundo António Henriques. “O que aconteceu faz parte do processo de inovação e do que está agora a acontecer na regulação. É impossível gerir este tipo de inovação no contexto de uma discrepância enorme de conhecimento. Sem regulação, o que acontecerá é que as pessoas que estão nesse gap vão continuar a ser enganadas ou a enganarem-se elas próprias sozinhas”, afirmou.


“A regulação é o que tem de acontecer em cima do inverno que aconteceu e que culmine num verão fantástico”, frisou.


Bison lança-se no mundo das moedas virtuais à espera de “verão cripto” – ECO (sapo.pt)

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