Avançar para o conteúdo principal

Solução para trabalho remoto é o quinto unicórnio com ADN português

 Com Marcelo Lebre como um dos fundadores, Remote recebeu 150 milhões de dólares em série B de investimento. Plataforma que resolve burocracia do trabalho remoto estará em todo o mundo até ao final de 2022 e vai triplicar a equipa no próximo ano e meio.


Marcelo Lebre (à esquerda) e Job van der Voort são os fundadores da Remote.  - © DR


A Remote é o quinto e mais recente unicórnio com ADN português. A solução para trabalho remoto viu a sua avaliação ultrapassar o patamar dos mil milhões de dólares esta terça-feira. A startup captou uma ronda de investimento em série B, no valor de 150 milhões de dólares (126,4 milhões de euros).


O português Marcelo Lebre é um dos fundadores da plataforma que lida com as burocracias do trabalho remoto. Nunca uma startup com ADN português tinha atingido tão depressa o estatuto de unicórnio - a Remote foi fundada no início de 2019. É também a maior série B de investimento privado de sempre para uma empresa com identidade nacional.


Depois desta operação, a startup vai contratar entre 400 e 700 pessoas até ao final de 2022, adianta Marcelo Lebre ao Dinheiro Vivo.


A operação foi liderada pela sociedade de capital de risco Accel e contou com a participação de investidores que já estavam na estrutura acionista da Remote, como Sequoia, Index Ventures, Two Sigma, General Catalyst e Day One Ventures.


A solução atual permite às pessoas "criarem uma entidade para poderem faturar a empresas e passarem a ser vistas à lei local como trabalhadores com os benefícios normais de um funcionário e com proteção social", explicou em abril de 2020 ao Dinheiro Vivo o português Marcelo Lebre, que já foi responsável de engenharia da plataforma Unbabel. O outro co-fundador é o neerlandês Job van der Voort (ex-responsável de produto da plataforma GitLab).


Uma solução deste género cria mais oportunidades: os trabalhadores ficam com um maior leque de empresas onde podem trabalhar; as companhias têm um potencial de recrutamento mundial em vez de ser à escala local.



Para garantir que os trabalhadores ficam com as condições certas, a Remote vai criando uma entidade por cada país, que serve como base para a elaboração dos contratos com as empresas a nível local.


A nova ronda de investimento também vai permitir o desenvolvimento de uma infraestrutura de serviços financeiros para facilitar os processos de pagamento entre trabalhadores e empresas.


Atualmente em 50 países e com 300 trabalhadores (em formato remoto) a Remote pretende chegar a todo o mundo até ao final de 2022.


Antes da série B, a Remote já tinha obtido 46 milhões de dólares de investimento privado.


Os outros quatro unicórnios com ADN português são a plataforma de moda de luxo Farfetch; a empresa de desenvolvimento de software com pouca necessidade de código (low-code) OutSystems; a solução para os centros de apoio ao cliente Talkdesk; e a ferramenta de combate à fraude financeira Feedzai.


Por Diogo Ferreira Nunes em:

https://www.dinheirovivo.pt/fazedores/solucao-para-trabalho-remoto-e-o-quinto-unicornio-com-adn-portugues-13933671.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

As obras "faraónicas" e os contratos públicos

  Apesar da instabilidade dos mercados financeiros internacionais, e das dúvidas sobre a sustentabilidade da economia portuguesa em cenário de quase estagnação na Europa, o Governo mantém na agenda um mega pacote de obras faraónicas.  A obra que vai ficar mais cara ao país é, precisamente, a da construção de uma nova rede de alta velocidade ferroviária cujos contornos não se entendem, a não ser que seja para encher os bolsos a alguns à custa do contribuinte e da competitividade. Veja o vídeo e saiba tudo em: As obras "faraónicas" e os contratos públicos - SIC Notícias

Franceses prometem investir "dezenas de milhões" na indústria naval nacional se a marinha portuguesa comprar fragatas

  Se Portugal optar pelas fragatas francesas de nova geração, a construtora compromete-se a investir dezenas de milhões de euros na modernização do Arsenal do Alfeite e a canalizar uma fatia relevante do contrato diretamente para a economia e indústria nacional, exatamente uma das prioridades já assumidas pelo ministro da Defesa, Nuno Melo Intensifica-se a "luta" entre empresas de defesa para fornecer a próxima geração de fragatas da marinha portuguesa. A empresa francesa Naval Group anunciou esta terça-feira um plano que promete transformar a indústria naval nacional com o investimento de "dezenas de milhões de euros" para criar um  hub  industrial no Alfeite, caso o governo português opter por comprar as fragatas de nova geração do fabricante francês. "O Naval Group apresentou às autoridades portuguesas uma proposta para investir os montantes necessários, estimados em dezenas de milhões de euros, para modernizar o Arsenal do Alfeite e criar um polo industrial...