Avançar para o conteúdo principal

Bancos chineses divulgam exposição à Evergrande para dissipar temores


 © Noel Celis/AFP


 Um dos maiores credores da Evergrande, o Zheshang Bank Co., detém 500 milhões de euros, mas afirma ter "garantias suficientes".


Vários bancos chineses divulgaram esta sexta-feira a sua exposição à dívida do grupo imobiliário Evergrande, procurando dissipar os temores de turbulência financeira, ao apontarem que podem lidar com um potencial incumprimento da empresa.


Os anúncios foram feitos numa altura em que a Evergrande Group está em contacto com alguns investidores que compraram títulos emitidos pela empresa, e quando os credores esperam para ver se Pequim intervirá, visando evitar volatilidade no sistema financeiro.


Os esforços da Evergrande para cumprir os limites de dívida impostos pelo Governo chinês gerou temores de que um incumprimento possa perturbar a economia chinesa ou os mercados financeiros globais.


Embora as agências de classificação digam que um incumprimento parece provável, os economistas dizem que Pequim pode evitar uma crise de crédito na China, mas que quer evitar o resgate da Evergrande, enquanto tenta forçar as empresas a reduzir os níveis de dívida.


Um dos maiores credores da Evergrande, o Zheshang Bank Co., disse que detém 3,8 mil milhões de yuans (500 milhões de euros), mas que tem "garantias suficientes".


"O risco geral é controlável", disse o banco, num comunicado publicado por um portal administrado pela Bolsa de Valores de Xangai.


Outros bancos, como o Shanghai Pudong Development Bank Ltd., não forneceram dados financeiros, mas disseram que a sua exposição é pequena e vinculada a projetos individuais e garantidos pelos direitos sobre os terrenos.


O banco Pudong disse que está em "comunicação direta" com a Evergrande.


O Changshu Rural Commercial Bank Co., na província de Jiangsu, leste do país, disse ter 3,9 milhões de yuans (511 mil euros), em títulos de dívida da Evergrande, garantidos por direitos sobre terrenos.


As dificuldades do grupo começaram após Pequim ter imposto limites mais rígidos de endividamento ao mercado imobiliário, no ano passado, visando reduzir os crescentes níveis de endividamento, que o Partido Comunista teme poderem prejudicar o crescimento económico do país a longo prazo.


A Evergrande, com sede em Shenzhen, no sul da China, é a construtora mais endividada do mundo. A dívida ascende ao equivalente a 260 mil milhões de euros - superior ao Produto Interno Bruto (PIB) de Portugal.


Outras grandes construtoras, como a Vanke Co., Poly Group e Wanda Group não relataram problemas semelhantes. Mas centenas de imobiliárias menores fecharam desde que os reguladores começaram a apertar o controlo sobre o financiamento, em 2017.


Os detentores de títulos em dólares norte-americanos da Evergrande continuam hoje sem saber se a empresa pagou os juros referentes ao cupão de quinta-feira, num importante teste à capacidade do grupo imobiliário.


A Evergrande teria de pagar 83,5 milhões de dólares em juros, em 23 de setembro, sobre obrigações no valor de 2,03 mil milhões de dólares.


A empresa tem um período de carência de 30 dias antes de os detentores dos títulos poderem declarar inadimplência.


A confirmar-se este cenário, seria o maior incumprimento de sempre de um título em dólares feito por uma empresa na Ásia.



Esta semana, a empresa negociou em particular com os detentores de títulos emitidos na China, para liquidar o pagamento de um cupão separado sobre obrigações denominadas na moeda chinesa, o yuan.


A empresa não esclareceu se o pagamento, equivalente a cerca de 35,9 milhões de dólares, foi feito em dinheiro ou outros ativos.


A Evergrande propôs anteriormente reembolsar alguns investidores com apartamentos e outros ativos.


https://www.dinheirovivo.pt/economia/internacional/bancos-chineses-divulgam-exposicao-a-evergrande-para-dissipar-temores-14154960.html

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

As obras "faraónicas" e os contratos públicos

  Apesar da instabilidade dos mercados financeiros internacionais, e das dúvidas sobre a sustentabilidade da economia portuguesa em cenário de quase estagnação na Europa, o Governo mantém na agenda um mega pacote de obras faraónicas.  A obra que vai ficar mais cara ao país é, precisamente, a da construção de uma nova rede de alta velocidade ferroviária cujos contornos não se entendem, a não ser que seja para encher os bolsos a alguns à custa do contribuinte e da competitividade. Veja o vídeo e saiba tudo em: As obras "faraónicas" e os contratos públicos - SIC Notícias

Franceses prometem investir "dezenas de milhões" na indústria naval nacional se a marinha portuguesa comprar fragatas

  Se Portugal optar pelas fragatas francesas de nova geração, a construtora compromete-se a investir dezenas de milhões de euros na modernização do Arsenal do Alfeite e a canalizar uma fatia relevante do contrato diretamente para a economia e indústria nacional, exatamente uma das prioridades já assumidas pelo ministro da Defesa, Nuno Melo Intensifica-se a "luta" entre empresas de defesa para fornecer a próxima geração de fragatas da marinha portuguesa. A empresa francesa Naval Group anunciou esta terça-feira um plano que promete transformar a indústria naval nacional com o investimento de "dezenas de milhões de euros" para criar um  hub  industrial no Alfeite, caso o governo português opter por comprar as fragatas de nova geração do fabricante francês. "O Naval Group apresentou às autoridades portuguesas uma proposta para investir os montantes necessários, estimados em dezenas de milhões de euros, para modernizar o Arsenal do Alfeite e criar um polo industrial...