Avançar para o conteúdo principal

Concorrência trava compra da Nowo pela Vodafone por considerar levaria a subida de preços fixos e móveis


Nuno da Cunha Rodrigues é o presidente da Autoridade da Concorrência


A Autoridade da Concorrência (AdC) confirmou ao Expresso que emitiu um projeto de decisão no sentido de oposição à operação da compra da Nowo pela Vodafone Portugal, uma operação notificada há quase um ano e meio, comunicada aos visados na passada sexta-feira.


"A adquirente, embora tenha apresentado vários pacotes de compromissos, falhou em demonstrar que esta aquisição não teria impacto negativo na concorrência", afirma fonte oficial da Concorrência ao Expresso. Apesar de ter apresentado alguns pacotes de remédios para mitigar os problemas de concorrência que se levantavam com esta aquisição, a Vodafone não conseguiu convencer a equipa de Nuno Cunha Rodrigues que o mercado ficaria mais competitivo.

"As preocupações da AdC com a operação prendem-se com a pressão concorrencial que a Nowo atualmente exerce no mercado nacional das telecomunicações e que deixaria de exercer caso fosse adquirida pela Vodafone", explica. A Nowo tem presença em alguns regiões do país e nessas ficou demonstrado que os preços ficam mais baixos, e a AdC está convencida que o desaparecimento deste operador em alguns regiões reduziria a pressão concorrencial.

"O modelo de simulação da AdC para esta aquisição demonstra que a operação poderia levar inclusivamente a aumentos dos preços nas tarifas praticadas pelas operadoras nos serviços móveis e nos fixos", assegura a Concorrência. A Nowo, cuja quota se situa entre os 2,5% e os 3%, tem uma fixa, mas também móvel que se estende a todo o país.


Ativos da Nowo podem servir para novos concorrentes

A AdC desdramatiza a ameaça de saída da Nowo no mercado português, feita pelo seu presidente ao Eco, que alegou que o faria se a compra fosse chumbada. "Quanto às alegações de que se a Vodafone não adquirir a Nowo, tal elimina um concorrente no mercado, a AdC discorda porque os ativos da Nowo, nomeadamente a sua base de clientes, pode servir para alavancar a entrada de outros operadores no mercado", salienta. A Concorrência não o diz mas um dos operadores a que se refere é a Digi.

A 27 de fevereiro, a Conconcorrência já tinha dito ao Eco que não se verificava em "nenhuma das condições" em "falência iminente" e que via inclusive "cenários alternativos" a uma venda à Vodafone.


Em Portugal a compra da Nowo pela Vodafone criaria um operador com uma quota de mercado que rondaria os 25%. A Nowo, operadora detida pela espanhola MásMóvil, tem uma quota de mercado que se situa entre os 2,5% e os 3%, com 275 mil clientes no negócio móvel e 132 mil no fixo, e atua sobretudo nos mercados rurais e em cidades mais pequenas, como Setúbal, Caldas da Rainha ou Coimbra. A Vodafone é o terceiro operador do mercado.


Concorrência trava compra da Nowo pela Vodafone por considerar levaria a subida de preços fixos e móveis - Expresso


Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

Putin admite que defesas aéreas russas abateram avião da Azerbaijan Airlines em 2024

    Os destroços do Embraer 190 da Azerbaijan Airlines jazem no chão perto do aeroporto de Aktau, 25 de dezembro de 2024  -    Direitos de autor    AP Photo Direitos de autor AP Photo O avião de passageiros da Azerbaijan Airlines despenhou-se em Aktau, a 25 de dezembro de 2024, durante um voo de Baku para Grozny. PUBLICIDADE O presidente russo, Vladimir Putin, admitiu na quinta-feira que as defesas aéreas da Rússia foram responsáveis pelo abate de um avião de passageiros do Azerbaijão em dezembro, que matou 38 pessoas, na sua primeira admissão pública de culpa pelo acidente. Putin fez a declaração durante um encontro com o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, em Dushanbe, capital do Tajiquistão, onde ambos participam numa cimeira regional, e prometeu pagar uma indemnização às pessoas afetadas. O avião de passageiros da Azerbaijan Airlines despenhou-se a 25 de dezembro de 2024 em Aktau, no Cazaquistão, quando fazia a ligação entre Baku e Grozny,...

Bruxelas obriga governo a acabar com os descontos no ISP

 Comissão Europeia recomendou o fim dos descontos no imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos O ministro das Finanças garantiu que o Governo está a trabalhar numa solução para o fim dos descontos no imposto sobre os produtos petrolíferos e energéticos (ISP), recomendado pela Comissão Europeia, que não encareça os preços dos combustíveis. “Procuraremos momentos de redução dos preços, para poder reverter estes descontos”, afirmou o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, que apresentou esta quinta-feira a proposta de Orçamento do Estado para 2026, em Lisboa. O governante apontou que esta questão é colocada pela Comissão Europeia desde 2023, tendo sido “o único reparo” que a instituição fez na avaliação do Programa Orçamental de Médio Prazo, em outubro do ano passado, e numa nova carta recebida em junho, a instar o Governo a acabar com os descontos no ISP. O ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, tinha já admitido "ajusta...