Com o preço a que andam os combustíveis parece que estranho que os pilotos de avião alguma vez ejectem intencionalmente o seu combustível. O que é ainda mais espantoso é que o façam no ar, durante o voo. Assim vamos explicar-lhe a razão pela qual os aviões deitam fora o combustível antes de aterrarem!
Embora pareça estranho, um despejo de combustível, algo conhecido como “fuel jettison” é um procedimento seguro – e feito por boas razões. E também não é um desperdício tão grande como parece. As companhias aéreas consideram que, em determinadas circunstâncias, o despejo de combustível pode ser mais barato do que não o fazer. Mas não é algo que os pilotos façam de forma rotineira.
Tudo se resume ao facto de certos aviões serem concebidos para serem significativamente mais leves quando aterram do que quando descolam. Isto pode parecer um contrassenso; poder-se-ia pensar que descolar com um peso elevado seria necessariamente mais difícil do que aterrar com esse mesmo peso. Mas a aterragem pode colocar mais stress num avião. Quando um avião aterra com um peso elevado, é muito fácil bater no chão com demasiada força e causar danos no avião.
No entanto, este problema normalmente resolve-se sozinho. Durante a descolagem para um voo longo, um grande avião comercial pode transportar dezenas de milhares de litros de combutível. Mas, durante o longo voo, o avião irá, naturalmente, utilizar e queimar o combustível, perdendo esses quilos pelo caminho. Os fabricantes têm isto em conta na concepção de um avião, para que, quando este chegar ao seu destino, seja suficientemente leve para aterrar em segurança.
No entanto, por vezes, numa situação de emergência, um avião pode ser obrigado a aterrar mais cedo do que o previsto. E é aí que entra em ação o despejo de combustível.
O procedimento de descarga
Digamos que, pouco depois da descolagem, um passageiro a bordo tem uma emergência médica que requer uma aterragem antecipada ou que o comandante se apercebe de um problema de manutenção que requer atenção. Nenhuma destas situações é invulgar.
O piloto terá algumas opções. Pode optar por dar a volta para queimar combustível. Neste caso, o piloto pode baixar o trem de aterragem ou os flaps para ajudar o avião a queimar combustível mais rapidamente. No entanto, esta opção não é a ideal para uma emergência médica.
Outra solução é ejetar combustível. Isto pode ser tão fácil como acionar um interrutor no cockpit. O sistema consiste em bombas e válvulas concebidas para permitir a ejeção de combustível a partir de bocais nas asas do avião. Este sistema pode ejetar milhares de libras de combustível por minuto e, quando é libertado, tem o aspeto de um rasto.
No entanto, nem todos os aviões estão equipados com este sistema sofisticado. Os aviões de fuselagem estreita, como o Airbus A320 ou o Boeing 757, não estão equipados com este sistema de ejeção de combustível. Mas os aviões maiores, como o Boeing 777 e o 747, que têm tanques adicionais, podem despejar combustível.
Felizmente, a maior parte do combustível evapora-se antes mesmo de atingir o solo. Isto é mais provável em dias mais quentes e quando o avião está numa posição elevada na atmosfera.
A última opção numa emergência é simplesmente aterrar com excesso de peso. De facto, a Boeing afirma que nem a aterragem com excesso de peso nem o despejo de combustível provocaram qualquer acidente. Numa emergência, quando o tempo é essencial, aterrar com excesso de peso pode ser a melhor opção.
Aviões deitam fora o combustível antes de aterrarem! Sabia? - Leak
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