Avançar para o conteúdo principal

IUC agravado para carros com mais de 16 anos e motos. Imposto quadruplica nalguns casos



 O Governo incluiu na proposta de Orçamento do Estado para 2024 um agravamento do Imposto Único de Circulação para os automóveis com matrículas anteriores a 2007 e para os motociclos. A subida no valor a pagar ao fisco chega a mais do que quadruplicar nalguns casos. Veja as simulações da PwC.


O Imposto Único de Circulação (IUC), vulgarmente conhecido como "o selo do carro", vai sofrer um agravamento substancial nos automóveis ligeiros com matrícula anterior a 2007, mas também nos motociclos. 


A proposta de Orçamento do Estado para 2024 (OE 2024) apresentada terça-feira pelo Governo inclui aquilo que denomina de "Reforma Ambiental do IUC". 


Assim, os automóveis de passageiros com matrícula anterior a 2007 e todos os motociclos passam a ser tributados não apenas com base na cilindrada, mas também tendo em conta as emissões de dióxido de carbono (CO2), a chamada componente ambiental. 


A alteração fixa, contudo, um limite no agravamento do IUC a 25 euros no próximo ano, mas este será progressivamente aumentado até que a taxa de IUC reflita por completo a tributação referente às emissões de CO2 destes veículos.


As simulações realizadas pela PwC mostram que o agravamento do IUC num Ford Focus a gasolina com matrícula de 2001 é no montante máximo - 25 euros - o que representa uma subida de 16%, passando de 153,85 euros para 178,85 euros.


Já num Seat Ibiza a gasóleo de 1994 o aumento é de 99%, passando dos 25,37 euros para 50,37 euros, mais uma vez com o agravamento a atingir o limite.


Para veículos menos potentes e mais antigos, como um Fiat Uno a gasolina de 1988, o IUC sobe 147%, passando de 17 para 42 euros.


Mas a maior penalização entre os exemplos da PwC pertence a uma "scooter". A Honda PCX 125 passa a pagar um IUC de 26,19 euros, uma subida de 335% face aos atuais 6,02 euros.


Já numa Kawasaki Ninja, com cilindrada de 649 cc, o agravamento é de 35%, com o valor a pagar ao fisco a subir de 61,83 euros para 83,62 euros.



O IUC procura onerar os contribuintes na medida do custo ambiental e viário que estes provocam. Os veículos ligeiros de passageiros com matrícula posterior a 2007 (categoria B do IUC) são tributados com base na cilindrada e nas emissões de CO2 (componente ambiental). No entanto, os veículos de matrícula anterior a 2007 90 ESTRATÉGIA MACROECONÓMICA E POLÍTICA ORÇAMENTAL PARA 2024 RELATÓRIO (categoria A) e os motociclos (categoria E) são tributados exclusivamente com base na cilindrada, sem se considerar a componente ambiental. Com a reforma proposta, a tributação dos veículos da categoria A e E passa agora a cumprir as exigências ambientais que o Governo pretende acautelar, através da introdução da componente ambiental (emissões de CO2) também para estes veículos. A reforma terá um limite de € 25 por veículo em 2024, sendo este progressivamente aumentado até que a taxa de IUC represente a totalidade da tributação relativa ao CO2 emitido por estes veículos. Esta medida conjuga-se com a criação de um incentivo ao abate de veículos antigos, que visa promover a renovação do parque automóvel e a descarbonização do transporte de passageiros.


Pedro Curvelo pedrocurvelo@negocios.pt

IUC sobe para carros anteriores a 2007 e motos. E quadruplica nalguns casos - Orçamento do Estado - Jornal de Negócios (jornaldenegocios.pt)


Comentários

Notícias mais vistas:

ET15 é o novo drone português para «missões de emergência médica, defesa nacional e resposta a crises humanitárias em zonas de guerra»

  Na lista de características técnicas deste drone português estão «sensores de navegação avançados e georreferenciação em tempo real». Consegue transportar um máximo de quinze quilos e tem autonomia para cem quilómetros: o ET15 é um drone com o aspecto de um avião, com dois motores a hélice e capacidade VTOL, desenvolvido pela startup nacional Eliot, em parceria com a Rangel Logistics Solutions. A empresa descreve-o como uma «solução logística aérea de baixo custo» preparada para aterrar em «zonas de acesso limitado». Entre as principais aplicações do ET15 estão missões de «emergência médica, defesa nacional e resposta a crises humanitárias em zonas de guerra», com a Eliot a garantir que consegue operar de «forma rápida, segura e silenciosa». Na lista de características técnicas deste drone português estão «sensores de navegação avançados, georreferenciação em tempo real, compartimentos dedicados a transportes de carga sensível [como “sangue, tecidos, medicamentos ou órgãos para t...

Condomínio condenado a pagar 450 mil euros pela morte de três alunos esmagados por um muro em Braga

 A Câmara de Braga, que também era ré no processo, foi absolvida. O muro em questão era uma estrutura que, desde 1996, acolhera as caixas de correio de um prédio ali existente, mas que, em 2012, deixou de ter qualquer utilidade. A administração do condomínio tinha sido alertada para o estado de degradação O Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga fixou em 150 mil euros o valor da indemnização a pagar aos pais de cada um dos três estudantes da Universidade do Minho que morreram esmagados por um muro, em 2014. Por sentença de 18 de junho, a que a Lusa teve acesso esta quinta-feira e que surge mais de um ano depois do início do julgamento, o tribunal determinou que a indemnização seja paga pela empresa administradora de condomínio responsável pela construção, sem licenciamento camarário, do referido muro, para acolher as caixas de correio de um prédio. O pagamento será assegurado pelo condomínio e respetivas seguradoras. A Câmara de Braga, que também era ré no processo, foi absolvid...

Habitação a custos controlados: novas medidas do Governo

 O Governo ajustou as regras da habitação a custos controlados para refletir os aumentos nos custos de construção e atrair mais promotores Com os custos de construção, energia e terrenos a subir nos últimos anos, muitos projetos de habitação acessível deixaram de ser viáveis. Para dar resposta a esta realidade, o Governo decidiu atualizar as regras da habitação a custos controlados, ajustando os limites de custo e tornando o regime mais atrativo para quem quer construir ou reabilitar casas com preços mais baixos. A medida foi publicada na Portaria n.º 265/2025/1 e entra em vigor já este mês. Esta é a terceira revisão da legislação original, criada em 2019, e tem como objetivo adaptar o regime à nova realidade do mercado. O que muda? A principal alteração está na forma como se calcula o custo de promoção (CP) por metro quadrado — ou seja, quanto pode custar a construção de uma casa ao abrigo deste regime. A fórmula foi atualizada para ter em conta: O aumento dos custos de construção...