Avançar para o conteúdo principal

Wyoming, EUA, quer multar empresas que usem energias renováveis

Wyoming, EUA, quer multar empresas que usem energias renováveis para produzir eletricidade

Um grupo de senadores e congressistas do estado do Wyoming, nos Estados Unidos, apresentou uma proposta para contrariar as exigências de utilização de energia de fontes renováveis. Aliás, o objetivo é exatamente o oposto: um projeto de lei apresentado este mês quer multar as empresas que forneçam eletricidade produzida a partir de energia eólica ou solar.

O Wyoming é dos principais estados norte-americanos em termos de potencial para a energia eólica, mas as indústrias dos hidrocarbonetos – carvão, petróleo e gás natural – constituem a espinha dorsal da sua economia.

A energia renovável, acusam alguns, tem sido pesadamente promovida e subsidiada pelo Governo à custa da indústria dos hidrocarbonetos. “Quero a eletricidade na minha casa produzida com carvão, porque é a maneira mais barata de a fazer“, afirmou o republicano David Miller, sobre a proposta.

O presidente do senado, Eli Bebout, disse que não gosta da ideia de penalizar os produtores de energias de fonte renovável. Mas acrescentou que os clientes de eletricidade do Wyoming pagam mais do que devem por esta, porque parte da que recebem vem de outros estados que subsidiam a produção de energia renovável.

“Não acredito que devamos subsidiar as suas crenças e a sua legislação e a sua direção sobre a forma de produzir renováveis”, argumentou Bebout.

O Wyoming é o principal estado produtor de carvão dos Estados Unidos, mas alguns analistas questionam se tanto favorecimento deste hidrocarboneto é boa política e se vai embaratecer a fatura elétrica no longo prazo.

A tendência da produção de energia eólica e solar ficar cada vez mais barata vai continuar nos próximos anos, afirmou Rob Godby, professor associado e diretor do Centro de Economia de Energia e Políticas Públicas da Universidade do Wyoming.

A iniciativa dos congressistas do Wyoming para punir a energia renovável “escolhe claramente uma fonte de energia, independentemente do seu custo”, considerou Godby, que acrescentou: “Isto pode prejudicar os contribuintes e os consumidores no Wyoming, tal como o potencial (do Estado) para atrair novas empresas”.

Nos EUA, existem 37 estados que têm objetivos ou padrões para a inclusão de energia renovável na sua carteira produtiva, incluindo o Havai, que planeou obter toda a sua eletricidade a partir de fontes renováveis até 2045. O Wyoming é um dos 13 Estados que não tem qualquer planificação ou objetivos neste assunto.

Penalizar a energia eólica e solar vai colocar o Wyoming ainda mais desalinhado com o resto do país, afirmou Shannon Anderson, do Conselho de Recursos da bacia do Rio Powder, que trabalha com comunidades rurais para proteger os seus interesses em problemas ambientais suscitados pela produção de hidrocarbonetos.

http://zap.aeiou.pt/wyoming-quer-multar-empresas-que-usem-energias-renovaveis-para-produzir-eletricidade-146857

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

As obras "faraónicas" e os contratos públicos

  Apesar da instabilidade dos mercados financeiros internacionais, e das dúvidas sobre a sustentabilidade da economia portuguesa em cenário de quase estagnação na Europa, o Governo mantém na agenda um mega pacote de obras faraónicas.  A obra que vai ficar mais cara ao país é, precisamente, a da construção de uma nova rede de alta velocidade ferroviária cujos contornos não se entendem, a não ser que seja para encher os bolsos a alguns à custa do contribuinte e da competitividade. Veja o vídeo e saiba tudo em: As obras "faraónicas" e os contratos públicos - SIC Notícias

Franceses prometem investir "dezenas de milhões" na indústria naval nacional se a marinha portuguesa comprar fragatas

  Se Portugal optar pelas fragatas francesas de nova geração, a construtora compromete-se a investir dezenas de milhões de euros na modernização do Arsenal do Alfeite e a canalizar uma fatia relevante do contrato diretamente para a economia e indústria nacional, exatamente uma das prioridades já assumidas pelo ministro da Defesa, Nuno Melo Intensifica-se a "luta" entre empresas de defesa para fornecer a próxima geração de fragatas da marinha portuguesa. A empresa francesa Naval Group anunciou esta terça-feira um plano que promete transformar a indústria naval nacional com o investimento de "dezenas de milhões de euros" para criar um  hub  industrial no Alfeite, caso o governo português opter por comprar as fragatas de nova geração do fabricante francês. "O Naval Group apresentou às autoridades portuguesas uma proposta para investir os montantes necessários, estimados em dezenas de milhões de euros, para modernizar o Arsenal do Alfeite e criar um polo industrial...