Não chega investir e criar empregos, um empresário tem também de ser politicamente correto nas opiniões para evitar o populismo das redes sociais e de outras, as menos sociais.
Há um empresário português que, em conjunto com outros empresários e investidores, criou uma marca, investiu milhões, abriu mais de 50 lojas e já emprega mais de mil trabalhadores. Que se saiba, sempre dentro da lei. Quer investir mais, continuar a fazer crescer o negócio e a criar emprego – coisa que não abunda, como se sabe – e, por causa disso, defendeu publicamente uma maior flexibilização da legislação laboral. Azar o dele, passou a ser o alvo de todos os ataques, nas redes sociais e não só. Azar o nosso. É (também) com isto que se faz a nossa pobreza.
O empresário é Nuno Carvalho, a empresa é a Padaria Portuguesa, uma conhecida rede de padarias que nasceu em 2010, quando Portugal já estava em crise. Arriscou o investimento e trouxe inovação a um setor no momento em que não se via nada de novo. E o que disse, primeiro à SIC e, depois, em entrevista ao Expresso (acesso pago)? É preciso tornar as contratações, os despedimentos e os horários de trabalho mais flexíveis.
O que Nuno Carvalho diz é o que diz, também, a OCDE. E é o que dizia, por exemplo, o economista Mário Centeno, o especialista em mercado de trabalho que estava no gabinete de Estudos do Banco de Portugal. O economista Mário Centeno que contribuiu para o estudo do PS também defendia um contrato único, o candidato a ministro Mário Centeno desistiu dessas ideias e converteu-se ao politicamente necessário para o PS ganhar as eleições. E do ministro Mário Centeno já nem vale a pena falar.
O mercado de trabalho está dividido em dois, entre os trabalhadores que estão muito protegidos e com contrato sem termo e os que saíram ou querem entrar e não encontram emprego a não ser em situação precária. Enquanto não se flexibilizar o primeiro dos mercados, não haverá mudanças na precariedade do segundo mercado. Os trabalhadores é que pagam. Os despedimentos coletivos estão relativamente facilitados, os individuais são muito difíceis.
Em Portugal, dá mais votos, mais likes, mais partilhas nas redes sociais atacar o gestor. Mesmo aquele que está a investir e a criar emprego. É mais uma evidência, se preciso fosse, de que o país não gosta de empresários e de empresas, dos que arriscam do seu capital. Há uma contradição insanável: queremos mais emprego, melhor emprego, mas não gostamos dos que arriscam para o criar.
Há até pedidos de boicote à Padaria Portuguesa, como se percebe, o melhor caminho para mandar mais umas centenas de trabalhadores para o desemprego. Nem pensar. Eu vou à Padaria Portuguesa.
PS: Ironicamente, ou talvez não, os que os atacam agora não apareceram em maio do ano passado a elogiar Nuno Carvalho por criticar a descida do IVA na restauração para 13%, também no Expresso. Poderia lá ser, elogiar um empresário que investe e cria emprego.
https://eco.pt/opiniao/eu-vou-a-padaria-portuguesa/
Há um empresário português que, em conjunto com outros empresários e investidores, criou uma marca, investiu milhões, abriu mais de 50 lojas e já emprega mais de mil trabalhadores. Que se saiba, sempre dentro da lei. Quer investir mais, continuar a fazer crescer o negócio e a criar emprego – coisa que não abunda, como se sabe – e, por causa disso, defendeu publicamente uma maior flexibilização da legislação laboral. Azar o dele, passou a ser o alvo de todos os ataques, nas redes sociais e não só. Azar o nosso. É (também) com isto que se faz a nossa pobreza.
O empresário é Nuno Carvalho, a empresa é a Padaria Portuguesa, uma conhecida rede de padarias que nasceu em 2010, quando Portugal já estava em crise. Arriscou o investimento e trouxe inovação a um setor no momento em que não se via nada de novo. E o que disse, primeiro à SIC e, depois, em entrevista ao Expresso (acesso pago)? É preciso tornar as contratações, os despedimentos e os horários de trabalho mais flexíveis.
O que Nuno Carvalho diz é o que diz, também, a OCDE. E é o que dizia, por exemplo, o economista Mário Centeno, o especialista em mercado de trabalho que estava no gabinete de Estudos do Banco de Portugal. O economista Mário Centeno que contribuiu para o estudo do PS também defendia um contrato único, o candidato a ministro Mário Centeno desistiu dessas ideias e converteu-se ao politicamente necessário para o PS ganhar as eleições. E do ministro Mário Centeno já nem vale a pena falar.
O mercado de trabalho está dividido em dois, entre os trabalhadores que estão muito protegidos e com contrato sem termo e os que saíram ou querem entrar e não encontram emprego a não ser em situação precária. Enquanto não se flexibilizar o primeiro dos mercados, não haverá mudanças na precariedade do segundo mercado. Os trabalhadores é que pagam. Os despedimentos coletivos estão relativamente facilitados, os individuais são muito difíceis.
Em Portugal, dá mais votos, mais likes, mais partilhas nas redes sociais atacar o gestor. Mesmo aquele que está a investir e a criar emprego. É mais uma evidência, se preciso fosse, de que o país não gosta de empresários e de empresas, dos que arriscam do seu capital. Há uma contradição insanável: queremos mais emprego, melhor emprego, mas não gostamos dos que arriscam para o criar.
Há até pedidos de boicote à Padaria Portuguesa, como se percebe, o melhor caminho para mandar mais umas centenas de trabalhadores para o desemprego. Nem pensar. Eu vou à Padaria Portuguesa.
PS: Ironicamente, ou talvez não, os que os atacam agora não apareceram em maio do ano passado a elogiar Nuno Carvalho por criticar a descida do IVA na restauração para 13%, também no Expresso. Poderia lá ser, elogiar um empresário que investe e cria emprego.
https://eco.pt/opiniao/eu-vou-a-padaria-portuguesa/
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