A Comissão Técnica Independente passou à fase seguinte nove opções estratégicas para a expansão aeroportuária da região de Lisboa.
A Comissão Técnica Independente (CTI) deu luz verde a nove das 17 opções estratégicas para o novo aeroporto da região de Lisboa e que irão passar agora à fase seguinte de avaliação. A short list com sete localizações, que foi anunciada esta quinta-feira, 27, durante a primeira conferência da CTI, inclui além das cincos hipóteses indicadas pelo governo na resolução do Conselho de Ministros - Portela+Montijo; Montijo + Portela; Campo de Tiro de Alcochete; Portela + Santarém e Santarém - mais quatro possibilidades.
As opções Portela+ Alcochete, Pegões, Portela+Pegões e Rio Frio+Poceirão vão também seguir caminho para a segunda fase de estudos.
A triagem destas nove soluções estratégicas foi feita com base em 10 critérios de viabilidade técnico-científica. Da lista, há três que assumem maior relevância: a proximidade e distância do centro de Lisboa (a média europeia são 22 quilómetros), infraestrutura rodo e ferroviária existente e planeada e a área de expansão (mínimo 1000 ha).
À lista, detalhada esta tarde nas instalações do LNEC, acrescenta ainda outros aspetos como a capacidade de movimentos/hora; se há ou não conflitos com espaço aéreo militar; riscos naturais; população afetada pelo ruído; áreas naturais e corredores migratórios; importância estratégica para a Força Aérea e a existência de estudos de impacte ambiental e de declarações de impacte ambiental que, segundo a presidente da CTI, "podem acelerar os processos de aprovação".
Recorde-se que o rol de futuros locais e combinações tem vindo a crescer nos últimos meses. Depois de o governo ter dado o tiro de partida com cinco opções estratégicas, no final de 2022, em janeiro, entraram na lista Portela + Alverca e Beja. JÁ este mês, o presidente da Câmara Municipal de Leiria fez também chegar à CTI a proposta de Monte Real. Já depois de concluída a fase de audição pública, através da plataforma online aeroparticipa.pt, foram ainda integradas oito novas opções: Ota, Rio Frio, Pegões, Poceirão, Évora, Apostiça, Sintra e Tancos.
Alverca, Monte Real e Beja de fora
O interesse pela futura resposta aeroportuária da região de Lisboa tem sido crescente e, no total, chegaram à CTI 781 sugestões de localização. Destas, 17 foram integradas numa primeira avaliação e, por fim, foi hoje anunciada a lista final de opções com viabilidade. Várias foram as localizações que ficaram pelo caminho e que não passaram no teste dos critérios aplicado pela CTI.
"É um aeroporto para a região de Lisboa não é para ser colocado em qualquer parte do país"; relembrou Maria do Rosário Partidário.
A solução Alverca+Portela não integra a short list apesar de ser "uma opção extremamente criativa". A coordenadora da CTI admite que a solução de acessibilidades é "muito inteligente" mas há condicionantes que chumbaram a hipótese. Nomeadamente o facto de ser a solução "que afeta o maior número de população, 762 mil pessoas".
Beja Monte Real e Évora chumbaram no critério de proximidade. " "Já a Ota é uma opção histórica e já foi muito estudada, por isso permitiu-nos ter acesso a mais informação. É ideal do ponto de vista de acessibilidades mas não tem área de expansão. Os estudos mostraram dificuldades em segurança aérea, risco de inundação e custos elevados na remoção de obstáculos", justificou a coordenadora.
A Apostiça apresenta conflitos militares com paióis NATO, e não tem ferrovia, motivos que ditaram a exclusão.
Já Pegões, que também não cumpre o critério de proximidade, tem capacidade para ir até às quatro pistas. Maria do Rosário Partidário indicou que a localização "apresenta conflitos com a área militar" mas este ponto "pode ser resolúvel". O facto de ficar a 10 quilómetros de Rio Frio e ser uma área logística com potencial levaram a CTI a considerá-las como uma solução mista, apesar de Rio Frio já ter sido estudado anteriormente e ter sido rejeitado por razões ambientais.
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