Avançar para o conteúdo principal

Tempestade Odette traz muita chuva esta sexta-feira. E há 30% de hipóteses de se tornar um ciclone


 Há 30% de hipóteses de a tempestade passar a um ciclone, segundo o Centro Nacional de Furacões dos EUA, que está a seguir o fenómeno. Há alertas para cheias em todo o país.

Há uma grande possibilidade de um ciclone atingir Portugal a partir desta sexta-feira à noite. O Centro Nacional de Furacões dos EUA (Hurricane Center) está a seguir o fenómeno, que se desloca dos Açores para o Continente como um centro de baixas pressões não tropical, e aponta neste momento para cerca de 30% de hipóteses de a depressão evoluir para uma situação meteorológica mais grave. Se assim for, a tempestade terá o nome de Odette.

Trata-se de uma tempestade pouco frequente que se aproveita do ar tropical e subtropical húmido que estávamos a viver. Ainda que não seja um fenónemo desconhecido nestas latitudes, as chuvas habituais destas alturas do ano devem-se normalmente a outro tipo de formações meteorológicas, superfícies frontais associadas a depressões. E há condições favoráveis no percurso até à Península Ibérica para que adquira de facto características semelhantes às dos ciclones tropicais.


▲ Para já é apenas uma depressão que vai trazer muita chuva. Mas pode passar a ciclone

Seja qual for a evolução, do mau tempo não nos livraremos: a tempestade entrará pelo sul do país, causando uma grande instabilidade no tempo a partir da madrugada desta quinta-feira, com chuva, alguma vezes em forma de granizo, trovoadas, e algum vento. A precipitação poderá mesmo ser forte ou muito forte e persistente em algumas zonas do país, daí que a Proteção Civil tenha alertado para a possibilidade de cheias e deixando conselhos de como agir em caso de tal vir a acontecer (como aliás já se passou no Alentejo). A situação manter-se-á ao longo de sexta-feira e, pelo menos, até meio de sábado.

As temperaturas máximas vão baixar, mantendo-se contudo acima dos 20º em todo o país. Já as mínimas poderão cair bastante, mas apenas no interior, chegando aos 10º em algumas das cidades mais frias.


Paulette chega aos Açores

Ao mesmo tempo que o continente — e toda a Península Ibérica esperará pela Odette –, a depressão Paulette deverá provocar um agravamento gradual do tempo nos Açores, em especial nas ilhas das Flores e do Corvo, prevendo-se um aumento da agitação marítima e da intensidade do vento e da chuva.

Na terça-feira, o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou que o furacão Paulette deveria afetar o grupo ocidental dos Açores este fim de semana já como tempestade pós-tropical, depois de ter atingido na segunda-feira a costa das Bermudas.


O IPMA já tinha emitido esta quinta-feira avisos amarelos meteorológicos para as ilhas do grupo ocidental e oriental. Num comunicado, o IPMA informou que, para o grupo ocidental dos Açores (ilhas das Flores e Corvo), o aviso amarelo referente a agitação marítima com ondas de noroeste vai estar em vigor das 6h locais (7h em Lisboa) de sexta-feira até às 6h de sábado.

Para aquelas duas ilhas foi também emitido aviso amarelo devido às previsões de chuva, por vezes forte, entre as 21h de sexta-feira e as 12h de sábado.

No grupo oriental do arquipélago (São Miguel e Santa Maria), o aviso amarelo meteorológico vai vigorar entre as 6h e as 12h de sexta-feira, uma vez que as previsões apontam também para precipitação por vezes forte naquelas duas ilhas.


Fenómenos extremos

As alterações climáticas estão a provocar alguns fenómenos extremos: além dos cinco ciclones ativos ao mesmo tempo no Atlântica esta semana, algo que aconteceu pela primeira vez na história (a última tinha sido em 1971), a Grécia prepara-se para receber nas próximas horas uma forte tempestade tropical. Antes muito raros no Mediterrâneo, os ciclones nesta zona passaram a ser cada vez mais frequentes nos últimos anos. Os gregos conheceram-nos pela primeira vez em 1995, mas em 2017 um tempestade provocou inundações repentinas que causaram 25 mortes e deixaram centenas sem casa e em 2018 houve outra situação semelhante, mas sem vítimas mortais.


O furacão sobre a Grécia

São conhecidos como furacões mediterrâneos, ou medicanes, e este que se aproxima agora das illhas gregas provocará ventos de 200 km/h e chuvas fortes de entre 200 e 400 l/m2 em poucas horas. As autoridades gregas já pediraram às populações que vivam junto ao mar ou a rios e riachos que tentem mudar-se e que se evitem viagens desnecessárias.


https://observador.pt/2020/09/17/tempestade-odette-traz-muita-chuva-esta-sexta-feira-e-ha-30-de-hipoteses-de-se-tornar-um-ciclone/

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Armazenamento holográfico

 Esta técnica de armazenamento de alta capacidade pode ser uma das respostas para a crescente produção de dados a nível mundial Quando pensa em hologramas provavelmente associa o conceito a uma forma futurista de comunicação e que irá permitir uma maior proximidade entre pessoas através da internet. Mas o conceito de holograma (que na prática é uma técnica de registo de padrões de interferência de luz) permite que seja explorado noutros segmentos, como o do armazenamento de dados de alta capacidade. A ideia de criar unidades de armazenamento holográficas não é nova – o conceito surgiu na década de 1960 –, mas está a ganhar nova vida graças aos avanços tecnológicos feitos em áreas como os sensores de imagem, lasers e algoritmos de Inteligência Artificial. Como se guardam dados num holograma? Primeiro, a informação que queremos preservar é codificada numa imagem 2D. Depois, é emitido um raio laser que é passado por um divisor, que cria um feixe de referência (no seu estado original) ...

TAP: quo vadis?

 É um erro estratégico abismal decidir subvencionar uma vez mais a TAP e afirmar que essa é a única solução para garantir a conectividade e o emprego na aviação, hotelaria e turismo no país. É mentira! Nos últimos 20 anos assistiu-se à falência de inúmeras companhias aéreas. 11 de Setembro, SARS, preço do petróleo, crise financeira, guerras e concorrência das companhias de baixo custo, entre tantos outros fatores externos, serviram de pano de fundo para algo que faz parte das vicissitudes de qualquer empresa: má gestão e falta de liquidez para enfrentar a mudança. Concentremo-nos em três casos europeus recentes de companhias ditas “de bandeira” que fecharam as portas e no que, de facto, aconteceu. Poucos meses após a falência da Swissair, em 2001, constatou-se um fenómeno curioso: um número elevado de salões de beleza (manicure, pedicure, cabeleireiros) abriram igualmente falência. A razão é simples, mas só mais tarde seria compreendida: muitos desses salões sustentavam-se das assi...