Avançar para o conteúdo principal

Governo da China propõe iniciativa que pode tramar a Huawei

China cidade proibida

 A proposta feita pelo governo chinês intitula-se como Iniciativa Global de Proteção de Dados e visa proibir práticas de que a China e a Huawei são acusadas de praticar. O intuito, aparente, é nobre, mas o anúncio causou incredulidade em vários meios.

Segundo o The Register, a proposta visa proibir infraestruturas de hacking financiadas pelos Estados, ou a instalação de backdoors nos mais variados equipamentos. Um total de oito pontos com vista à prossecução do bem comum e de um futuro harmonioso.


Iniciativa Global para a Proteção de Dados

A China espera que o mundo adote os pontos por si enunciados, tanto os demais Estados e setor público, bem como as entidades privadas. O "código de conduta" foi hoje revelado pelo conselheiro de Estado e Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.

Aproveitando o Seminário Internacional de Administração Digital, o membro do governo chinês deu a conhecer esta surpreendente iniciativa. Vale referir que a China tem apenas dez conselheiros de estado, compondo um órgão similar a um gabinete.

Serve isto para reforçar a importância e autoridade de Wang Yi no governo da China, estando assim assegurada a importância e seriedade da proposta. Note-se que a China não encarregou um mero funcionário de baixa patente esta tarefa.


Os 8 pontos de Yi para a Proteção de Dados:

Gerir a segurança de dados com uma atitude racional e manter uma cadeia, segura e estável, de comunicação global.

Condenar a utilização das novas tecnologias de informação e comunicação (TIC) para prejudicar Estados rivais, enfraquecendo as suas infraestruturas, ou roubando informações importantes.

Tomar ações de prevenção e erradicação de atividades que violam a privacidade de informações pessoais. Opor-se ao abuso das TIC para levar a cabo ações de vigilância contra outros Estados, ou levar a cabo a recolha não autorizada de informações e dados pessoais de outros Estados.

Sensibilizar as empresas para que respeitem o ordenamento legal dos países que as acolhem. Cessar a pressão para que as empresas domésticas armazenem os dados gerados e obtidos no estrangeiro em servidores e instâncias análogas instaladas no país de origem.

Respeitar a soberania, jurisdição e administração de dados de outros Estados, evitando pedir a empresas, ou indivíduos, que forneçam os dados recolhidos nos outros Estados sem a permissão destes.

Cumprir os requisitos normativos e ir ao encontro da legislação estrangeira mediante o apoio e consultadoria jurídica, ou outros meios e canais apropriados a esse fim.

Produtos relacionados com as TIC e fornecedores de serviços não devem instalar backdoors nos respetivos produtos e serviços para, ilegalmente, obter acesso e/ou recolher dados do utilizador.

As empresas de TICs não devem procurar interesses ilegítimos, ou tirar proveito da dependência criada nos utilizadores com os seus produtos.


A proposta foi apresentada na China

Wang Yi acredita que o mundo precisa de adotar estes pontos para assim dar resposta aos novos desafios que surgiram com a digitalização da economia global. A iniciativa, se adotada, poderá servir de catalisador à economia digital global.

O garante da proteção de dados é, para Yi, uma necessidade urgente. Para ele, o atual status quo pode colocar em risco a segurança nacional, interesses públicos e direitos pessoais, sendo o maior desafio atual.

Yi apontou também o dedo às leis nacionais inconsistentes que dificultam a implementação destes padrões de segurança digital e proteção de dados. "Para fazer frente a estas dificuldades os estados devem aumentar a comunicação e coordenação", avança a figura de Estado. "É necessário obter uma confiança mútua e aprofundar a cooperação entre Estados", acrescenta Wang Yi.


A Huawei e a posição do governo chinês

O discurso de Yi, entre outras motivações, pode ter tentado responder a algumas das acusações de que a China e a Huawei têm sido alvo. Mais concretamente, a suposição de que as tecnológicas e o governo chinês tem laços "demasiado" estreitos.

"Nós não pedimos, nem pediremos a empresas chinesas que transfiram dados colhidos no estrangeiro para qualquer órgão estatal, naquilo que seria uma violação do ordenamento legal desses países.

Em jeito de comentário, o apelo à cessação da espionagem industrial pode parecer um tanto vazio, ou sonhador. Isto, claro, sem desculpar nenhuma nação das tentações colocadas pelos grandes volumes de dados em constante circulação.

https://4gnews.pt/governo-da-china-propoe-iniciativa-que-pode-tramar-a-huawei/

Comentários

Notícias mais vistas:

Constância e Caima

  Fomos visitar Luís Vaz de Camões a Constância, ver a foz do Zêzere, e descobrimos que do outro lado do arvoredo estava escondida a Caima, Indústria de Celulose. https://www.youtube.com/watch?v=w4L07iwnI0M&list=PL7htBtEOa_bqy09z5TK-EW_D447F0qH1L&index=16

Bolsas europeias recuperam com Trump a adiar para 9 de julho aplicação de direitos aduaneiros de 50% à UE

Futuros das ações subiram depois de o presidente dos EUA ter concordado em adiar a imposição de tarifas de 50% sobre a União Europeia, mas o dólar americano manteve-se sob pressão devido à diminuição da confiança dos investidores, o que levou o euro a atingir um máximo de um mês. O presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou no domingo que tinha concordado em adiar a aplicação de uma tarifa de 50% sobre as importações da UE para 9 de julho, na sequência de um telefonema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. O anúncio provocou uma forte recuperação nos futuros das ações dos EUA e deverá impulsionar as ações europeias na segunda-feira. "Concordei com a prorrogação - 9 de julho de 2025 - Foi um privilégio fazê-lo", publicou Trump no Truth Social, citando a declaração de von der Leyen no X, na qual escreveu: "A UE e os EUA partilham a relação comercial mais importante e estreita do mundo. A Europa está pronta para avançar com as conversações de forma rá...

Aeroporto: há novidades

 Nenhuma conclusão substitui o estudo que o Governo mandou fazer sobre a melhor localização para o aeroporto de Lisboa. Mas há novas pistas, fruto do debate promovido pelo Conselho Económico e Social e o Público. No quadro abaixo ficam alguns dos pontos fortes e fracos de cada projeto apresentados na terça-feira. As premissas da análise são estas: IMPACTO NO AMBIENTE: não há tema mais crítico para a construção de um aeroporto em qualquer ponto do mundo. Olhando para as seis hipóteses em análise, talvez apenas Alverca (que já tem uma pista, numa área menos crítica do estuário) ou Santarém (numa zona menos sensível) escapem. Alcochete e Montijo são indubitavelmente as piores pelas consequências ecológicas em redor. Manter a Portela tem um impacto pesado sobre os habitantes da capital - daí as dúvidas sobre se se deve diminuir a operação, ou pura e simplesmente acabar. Nem o presidente da Câmara, Carlos Moedas, consegue dizer qual escolhe... CUSTO DE INVESTIMENTO: a grande novidade ve...