Apesar da opacidade do partido, dados divulgados noutros anos permitem concluir que o número deverá ser muito inferior à lotação apontada pelo PCP, avança o Expresso. As insuficiências e irregularidades são apontadas de forma constante nos relatórios e decisões da Entidade das Contas.
Ninguém sabe quantas pessoas vão à festa do Avante que marca a "rentrée" do PCP, partido que rejeita, ano após ano, explicar à Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) quantos bilhetes vendeu, com a Entidade a encontrar recorrentemente insuficiências e irregularidades nas receitas e despesas da iniciativa comunista, que é uma mistura de comício, evento político e festival de música.
Uma opacidade que permitiu ao PCP negociar à vontade com a Direção-Geral da Saúde (DGS), deixando fluir a informação de que teria cortado a lotação máxima licenciada, de 100 mil para 33 mil pessoas - para, finalmente, ser fixada em 16.500 - em simultâneo na Quinta da Atalaia.
Ora, segundo as contas do semanário Expresso, com base nos dados entregues pelo PCP à ECFP, esse corte brutal na lotação não iria limitar de forma decisiva o número de visitantes.
"As contas mais conservadoras, feitas com base nas receitas que o partido registou com a venda de entradas permanentes no relatório de 2017 (o último disponível no site da ECFP), revelam que o número de frequentadores anual estará bem abaixo dos 100 mil e mais perto dos 33 mil", lê-se na edição do Expresso deste sábado, 5 de setembro.
É uma questão de fazer as contas: "Considerando que o PCP comunicou à entidade uma faturação de 918,7 mil euros com as entradas na festa, isso significa que, se todos tivessem comprado o bilhete mais barato (a entrada comprada antecipadamente custava 23 euros), teriam estado na festa, em simultâneo, um máximo de 39.922 pessoas — um número mais parecido com a lotação máxima que o partido anunciou antes de ser forçado pela Direção-Geral de Saúde a baixar para 16.563 participantes", concluiu o semanário.
O Expresso também questionou o PCP sobre o número de entradas vendidas este ano, mas não obteve resposta.
As insuficiências e irregularidades são apontadas de forma constante nos relatórios e posteriores decisões da ECFP sobre a festa, que, segundo contas reveladas pela SIC, registou prejuízos de quase dois milhões de euros nos últimos seis anos.
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