Se você acha que os motores a combustão interna têm os seus dias contados, é bom prestar atenção a esta nova invenção. Um engenheiro de inventou um novo tipo de motor a combustão que promete mudar tudo o que entendemos sobre eficiência energética
O engenheiro mecânico Juan Garrido Requena, através da sua empresa INNengine, apresentou um novo conceito de motor dois tempos, mas com tamanho compacto, baixas emissões, alto desempenho e arquitectura diferenciada. Segundo o inventor, o motor promete potências equivalentes aos 2.0 L comuns, mas com um quarto dessa capacidade volumétrica, 25% do seu tamanho e ainda com quase nenhuma vibração.
Segundo entrevista publicada pelo site Motor.es, Juan Garrido já trabalha no desenvolvimento do conceito há uma década e construiu o seu protótipo para fazer os primeiros testes em um Mazda MX-5.
Até aqui, o dois-tempos tem apresentado resultados tão satisfatórios e promissores que, segundo a matéria, até a Fórmula 1 considera a possível utilização do conceito no futuro.
Uma prova de que o conceito está a ter enorme atenção é que o gigante de energia Saudi Aramco está de olho nesta invenção, pois estima-se que, se produzida em série, poderia resolver vários problemas do mercado e dar nova vida aos motores à combustão.
Vantagens
Para entender o verdadeiro impacto que esta invenção teria a nível mundial, precisamos colocar alguns números na mesa: praticamente todos os 100 milhões de carros produzidos anualmente no mundo têm motores de combustão interna, excepção feita apenas aos modelos elétricos. Além disso, motores de combustão interna ainda são aplicados em motos, geradores elétricos, máquina de cortar relva, barcos a motor, moto-serras e ferramentas de vários tipos.
Com o avanço da eletrificação, muitos países já estabeleceram a abolição dos veículos movidos a combustão num futuro próximo sob a alegada diminuição da emissões de poluentes na atmosfera. Já com o novo motor dois tempos, os veículos à combustão podem ganhar uma nova vida e a hibridização parece ser o caminho mais eficiente no curto e médio prazo, deixando os elétricos para aplicações mais seletivas até que as cidades estejam mais preparadas para os receber.
Características
O motor Granadino pesa apenas 35 kg e, segundo o inventor, gera potência equivalente ao de capacidade cúbica quatro vezes maior e que pesa cerca de 150 Kg.
O motor não tem bielas, cambota ou cabeçote com válvulas. Os pistons são contrapostos e são montados sempre em pares e a energia rotativa é gerada através de uma curva cinemática.
Um dos mistérios de seu desempenho é que, ao eliminar todas essas partes, quase três quartos, o atrito é bastante reduzido, a manutenção é menor, a possibilidade de avarias diminui e as forças não se dissipam nem se perdem. Por outro lado, um motor de quatro tempos fornece a sua energia a cada duas voltas do motor, o motor de dois tempos comum faz isso em cada ciclo, enquanto esta nova arquitetura oferece dois ‘pulsos de energia’ a cada volta.
Apesar de ser capaz de mover um veículo sozinho, o inventor diz que a ideia principal é utilizar o novo motor como um gerador para motores elétricos, usando este segundo como tração principal para a viatura.
Segundo Garrido, várias marcas já se interessaram por esse mecanismo, chamado “1Stroke Internal Combustion Engine (1S ICE)” e não apenas carros e motos, mas também para uso em aviões e drones. O mecanismo já foi apresentado no Salão Automóvel de Genebra, e obteve a patente para a Índia, China, Estados Unidos, Europa, Coréia e Japão. O cérebro da ideia promete mais para o futuro com uma maior evolução da sua invenção, e revela que grande parte dos gases de escape não passam de energia dissipada que pode ser recuperada. “Isso vai revolucionar tudo”, finaliza Garrido.
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