Avançar para o conteúdo principal

Covid-19. Cientistas italianos detetam o novo coronavírus em partículas de ar poluído no Norte de Itália


Será que o vírus se mantém ativo? E a que distância poderá chegar? Poderá aumentar número de infetados? Investigadores italianos recolheram amostras de ar poluído numa zona urbana e noutra industrial da província de Bérgamo, o epicentro da tragédia italiana

É uma hipótese, uma investigação preliminar. Cientistas italianos detectaram o novo coronavírus em partículas de ar no Norte de Itália, uma das zonas mais poluídas da Europa. Falta saber, entre outras coisas, se o vírus se mantém ativo nessas partículas e se é transportado em doses suficientes para evoluir para a doença, a covid-19, conta o “The Guardian”.

Será que o vírus pode ser transportado nessas partículas para longas distâncias? Será que pode aumentar o nível de infetados? Estas são algumas das perguntas a que estes cientistas procuram responder. Usaram técnicas standard para recolher as amostras de ar poluído numa zona urbana e noutra industrial da província de Bérgamo, o epicentro da tragédia italiana. Essa deteção de partículas com o novo coronavírus terá sido confirmada por um laboratório independente.

De acordo com o “The Guardian”, não é a primeira vez que um grupo de investigadores sugere ou coloca a hipótese de a poluição poder ser favorável à propagação do novo coronavírus. Desta vez, o estudo pertence à Universidade de Bolonha.

No mesmo artigo, o diário britânico recorda que investigações anteriores mostraram que as partículas de ar poluído alojam micróbios, assumindo ainda que é provável que a poluição tenha feito viajar os vírus que levaram, por exemplo, à gripe aviária e sarampo a distâncias significativas. A hipótese ainda está por ser comprovada cabalmente, testada e validada por pares.

A zona do norte de Itália é das mais poluídas da Europa. Há um mês, sensivelmente, foi noticiado que os níveis de dióxido de azoto (NO2) baixaram em 40% em Milão e noutras zonas do norte de Itália. Também a China, no leste e no centro do país, registava então quebras entre 10 e 30%. O dióxido de azoto é um gás reativo que resulta da queima de combustíveis fósseis a altas temperaturas.

Na altura, a Organização Mundial da Saúde assinalou que o NO2 é um gás tóxico, cuja excessiva concentração “pode provocar inflamações significativas nas vias aéreas”. Naquele momento, a 23 de março, já se tinha em mente descobrir se as partículas de poluição transportadas pelo ar podiam ou não contribuir para espalhar o novo vírus e torná-lo mais agressivo.

https://expresso.pt/coronavirus/2020-04-24-Covid-19.-Cientistas-italianos-detetam-o-novo-coronavirus-em-particulas-de-ar-poluido-no-Norte-de-Italia

Comentários

Notícias mais vistas:

Diarreia legislativa

© DR  As mais de 150 alterações ao Código do Trabalho, no âmbito da Agenda para o Trabalho Digno, foram aprovadas esta sexta-feira pelo Parlamento, em votação final. O texto global apenas contou com os votos favoráveis da maioria absoluta socialista. PCP, BE e IL votaram contra, PSD, Chega, Livre e PAN abstiveram-se. Esta diarréia legislativa não só "passaram ao lado da concertação Social", como também "terão um profundo impacto negativo na competitividade das empresas nacionais, caso venham a ser implementadas Patrões vão falar com Marcelo para travar Agenda para o Trabalho Digno (dinheirovivo.pt)

OE2026: 10 medidas com impacto (in)direto na carteira dos portugueses

  O Governo entregou e apresentou a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano, mas com poucas surpresas. As mudanças nos escalões de IRS já tinham sido anunciadas, bem como o aumento nas pensões. Ainda assim, há novidades nos impostos, alargamento de isenções, fim de contribuições extraordinárias e mais despesa com Defesa, 2026 vai ser “um ano orçamental exigente” e a margem disponível para deslizes está “próxima de zero”. A afirmação em jeito de aviso pertence ao ministro das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e foi proferida na  apresentação da proposta de Orçamento do Estado  para o próximo ano. O excedente é de cerca de 230 milhões de euros, pelo que se o país não quer voltar a entrar num défice, a margem para mais medidas é "próxima de zero". "Os números são o que são, se não tivéssemos os empréstimos do PRR não estaríamos a fazer alguns projetos", apontou, acrescentando que não vai discutir o mérito da decisão tomada relativamente à 'bazuca europ...

Governo altera regras de ISV para híbridos plug-in

  Híbridos plug-in vão continuar a pagar menos ISV, mas o Governo alterou as regras para evitar agravamento fiscal. Saiba o que está em causa. Atualmente, os  híbridos  plug-in  (que ligam à tomada) têm uma redução de 75% no ISV (Imposto Sobre Veículos), caso tenham uma autonomia mínima elétrica de 50 km e emissões de dióxido de carbono oficiais inferiores a 50 g/km. A partir de 2026, o Governo mantém a redução de 75% do ISV, mas vai aumentar o limite de 50 g/km de CO 2  para 80 g/km, de acordo com o que foi divulgado pela ACAP (Associação Automóvel de Portugal) ao  Expresso . © Volvo A razão para elevar o limite mínimo de emissões deve-se à entrada em vigor, a partir de janeiro de 2026, da norma Euro 6e-bis. Entre várias alterações, a norma vai alterar também a forma como são certificados os consumos e emissões dos híbridos  plug-in , refletindo melhor o uso real destes veículos. Resultado? A maioria dos valores de CO 2  homologados vão subir. Ca...