A próxima extinção em massa da Terra – a primeira causada pelos seres-humanos – está no horizonte. E as consequências são inacreditáveis: três quartos das espécies podem desaparecer.
Isso só aconteceu cinco vezes na história do planeta – incluindo a extinção em massa que matou os dinossauros.
Agora, a sexta extinção em massa está prestes a acontecer, e o que a torna diferente desta vez é que são os seres humanos que a estão a causar.
Como?
“Bem, estamos a queimar combustíveis fósseis e consequentemente a aquecer o planeta; transformamos pedaços maciços de terra em quintas; causamos a disseminação de espécies e doenças invasoras em todo o mundo”, diz John D. Sutter, autor do projeto 2 Degrees na CNN.
“Consumimos cada mais recursos; e causamos todo o tipo de problemas para os oceanos, desde a sobrepesca até enche-lo de plástico”, acrescenta Sutter.
Na sua coluna, que aborda temas como o aquecimento global, Sutter chama a atenção para um relatório do grupo de defesa ambienta World Wildlife Fund, segundo o qual há um declínio de 58% em certas populações de animais vertebrados desde 1970.
De acordo com o relatório, se esta tendência continuar, então dois terços de todas as aves, peixes, anfíbios, répteis e mamíferos desaparecerão até 2020.
Alguns cientistas consideram esses números como potencialmente enganadores.
Stuart Pimm, ecologista da Universidade de Duke, nos EUA, chama a atenção a Sutter de que 58% é “um dado bastante pateta do relatório, porque mistura o que está a acontecer no oceano com o que está a acontecer na terra”.
“O relatório mistura estudos sobre as populações de aves na Europa com populações de mamíferos na África. Tem poucos pontos de dados na América do Sul”, observa Pimm.
População de animais comuns a diminuir
Sutter diz que concorda que os números podem ser enganadores, mas também conversou com cientistas que possuem opiniões diferentes.
Anthony Barnosky, diretor executivo do Jasper Ridge Biological Preserve, da Universidade de Stanford, nos EUA, por exemplo, diz que a coisa mais importante a lembrar é que o relatório é limitado no seu âmbito. Para o cientista, o estudo tem poucos dados de algumas regiões tropicais importantes, por exemplo, e abrange apenas animais vertebrados.
Mas Barnosky destaca um fato importante e pouco considerado. “Não se trata apenas de que as espécies estão a ser extintas a uma taxa alarmante – pelo menos 100 vezes mais depressa do que poderia ser considerado normal, e talvez muito mais do que isso”.
“Trata-se, mais que isso, de que as populações de animais ainda comuns estão a diminuir muito rapidamente”, alerta.
“Eu não discuto com a tendência que está a ser apontada – estamos a perder indivíduos de espécies e áreas geográficas a um ritmo realmente rápido”, diz Barnosky.
“Se continuarmos assim, a extinção de muitas espécies é inevitável”, afirma o cientista.
Uma extinção em massa, por definição, significa que três quartos de todas as espécies desaparecem. Isso pode acontecer em 100 ou 200 anos, considera Barnosky, mas não em 2020.
Tempo quase esgotado para agir
Mas isso não significa que tenhamos tempo de sobra para reverter este quadro. Segundo Barnosky, teremos talvez 10 ou 20 anos para impedir que a sexta extinção se torne uma inevitabilidade.
Se não fizermos nada, devemos esperar que três quartos das espécies desapareçam ao longo do próximo século ou do seguinte. Por outras palavras, o que fizermos (ou não fizermos) agora, irá moldar as próximas gerações do planeta.
“Sim, as espécies estão a extinguir-se muito, muito mais rapidamente do que deveriam ser”, diz Pimm, “o que significa que estamos a privar inúmeras gerações futuras de ver a diversidade extremamente rica que herdámos dos nossos pais”.
Outros especialistas, incluindo Paul Ehrlich, professor de Biologia e Estudos Populacionais na Universidade de Stanford, dizem que a sexta extinção já começou.
“Nós provavelmente perdemos, digamos, 200 espécies de animais grandes ao longo dos últimos cem anos, mas podemos muito bem ter perdido à volta de mil milhões de populações de diferentes portes”, diz Ehrlich.
“Nós estamos basicamente a aniquilar toda a vida no nosso planeta, e o problema é que esta é a única vida que conhecemos em todo o universo, que tornou possível vivermos aqui, e continua a tornar possível que vivamos aqui”, diz Ehrlich.
“Se não tivermos a diversidade de outros organismos, estamos acabados”.
“A melhor maneira de imaginar a sexta extinção em massa, a Extinção do Holoceno”, diz Anthony Barnosky, “é olhar para a natureza e imaginar que três em cada quatro das espécies que eram comuns desapareceram”.
E Pimm diz que temos somente “uma geração humana” para fazer algo – antes que seja tarde demais para evitar a sexta extinção em massa.
http://zap.aeiou.pt/no-maximo-20-anos-evitar-6a-extincao-massa-143224
Isso só aconteceu cinco vezes na história do planeta – incluindo a extinção em massa que matou os dinossauros.
Agora, a sexta extinção em massa está prestes a acontecer, e o que a torna diferente desta vez é que são os seres humanos que a estão a causar.
Como?
“Bem, estamos a queimar combustíveis fósseis e consequentemente a aquecer o planeta; transformamos pedaços maciços de terra em quintas; causamos a disseminação de espécies e doenças invasoras em todo o mundo”, diz John D. Sutter, autor do projeto 2 Degrees na CNN.
“Consumimos cada mais recursos; e causamos todo o tipo de problemas para os oceanos, desde a sobrepesca até enche-lo de plástico”, acrescenta Sutter.
Na sua coluna, que aborda temas como o aquecimento global, Sutter chama a atenção para um relatório do grupo de defesa ambienta World Wildlife Fund, segundo o qual há um declínio de 58% em certas populações de animais vertebrados desde 1970.
De acordo com o relatório, se esta tendência continuar, então dois terços de todas as aves, peixes, anfíbios, répteis e mamíferos desaparecerão até 2020.
Alguns cientistas consideram esses números como potencialmente enganadores.
Stuart Pimm, ecologista da Universidade de Duke, nos EUA, chama a atenção a Sutter de que 58% é “um dado bastante pateta do relatório, porque mistura o que está a acontecer no oceano com o que está a acontecer na terra”.
“O relatório mistura estudos sobre as populações de aves na Europa com populações de mamíferos na África. Tem poucos pontos de dados na América do Sul”, observa Pimm.
População de animais comuns a diminuir
Sutter diz que concorda que os números podem ser enganadores, mas também conversou com cientistas que possuem opiniões diferentes.
Anthony Barnosky, diretor executivo do Jasper Ridge Biological Preserve, da Universidade de Stanford, nos EUA, por exemplo, diz que a coisa mais importante a lembrar é que o relatório é limitado no seu âmbito. Para o cientista, o estudo tem poucos dados de algumas regiões tropicais importantes, por exemplo, e abrange apenas animais vertebrados.
Mas Barnosky destaca um fato importante e pouco considerado. “Não se trata apenas de que as espécies estão a ser extintas a uma taxa alarmante – pelo menos 100 vezes mais depressa do que poderia ser considerado normal, e talvez muito mais do que isso”.
“Trata-se, mais que isso, de que as populações de animais ainda comuns estão a diminuir muito rapidamente”, alerta.
“Eu não discuto com a tendência que está a ser apontada – estamos a perder indivíduos de espécies e áreas geográficas a um ritmo realmente rápido”, diz Barnosky.
“Se continuarmos assim, a extinção de muitas espécies é inevitável”, afirma o cientista.
Uma extinção em massa, por definição, significa que três quartos de todas as espécies desaparecem. Isso pode acontecer em 100 ou 200 anos, considera Barnosky, mas não em 2020.
Tempo quase esgotado para agir
Mas isso não significa que tenhamos tempo de sobra para reverter este quadro. Segundo Barnosky, teremos talvez 10 ou 20 anos para impedir que a sexta extinção se torne uma inevitabilidade.
Se não fizermos nada, devemos esperar que três quartos das espécies desapareçam ao longo do próximo século ou do seguinte. Por outras palavras, o que fizermos (ou não fizermos) agora, irá moldar as próximas gerações do planeta.
“Sim, as espécies estão a extinguir-se muito, muito mais rapidamente do que deveriam ser”, diz Pimm, “o que significa que estamos a privar inúmeras gerações futuras de ver a diversidade extremamente rica que herdámos dos nossos pais”.
Outros especialistas, incluindo Paul Ehrlich, professor de Biologia e Estudos Populacionais na Universidade de Stanford, dizem que a sexta extinção já começou.
“Nós provavelmente perdemos, digamos, 200 espécies de animais grandes ao longo dos últimos cem anos, mas podemos muito bem ter perdido à volta de mil milhões de populações de diferentes portes”, diz Ehrlich.
“Nós estamos basicamente a aniquilar toda a vida no nosso planeta, e o problema é que esta é a única vida que conhecemos em todo o universo, que tornou possível vivermos aqui, e continua a tornar possível que vivamos aqui”, diz Ehrlich.
“Se não tivermos a diversidade de outros organismos, estamos acabados”.
“A melhor maneira de imaginar a sexta extinção em massa, a Extinção do Holoceno”, diz Anthony Barnosky, “é olhar para a natureza e imaginar que três em cada quatro das espécies que eram comuns desapareceram”.
E Pimm diz que temos somente “uma geração humana” para fazer algo – antes que seja tarde demais para evitar a sexta extinção em massa.
http://zap.aeiou.pt/no-maximo-20-anos-evitar-6a-extincao-massa-143224
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