Ao telefone, os suspeitos referiram-se ao diploma aprovado, a 19 de outubro em Conselho de Ministros, como algo “muito malandro”, um atalho que permitiria à Start Campus, dona do centro de dados, em Sines, ultrapassar alguns obstáculos no licenciamento da obra. Sobre a (alegada) malandrice legislativa, o Ministério Público identificou quatro suspeitos – o ex-ministro João Galamba, Rui Oliveira Neves e Afonso Salema, gestores da empresa de Sines, e António Costa, ex-primeiro-ministro –, mas, ao manter isolado o caso de António Costa em relação aos demais, podem surgir, no final, decisões contraditórias, admitem fontes judiciais.
Quer no despacho que apresentou, a 7 de novembro do ano passado, os detidos a primeiro interrogatório judicial, quer no recurso que contestou as medidas de coação aplicadas pelo juiz de instrução, os procuradores João Paulo Centeno, Hugo Neto e Ricardo Correia Lamas têm insistido na tese de que foi cometido um crime de prevaricação em todo o processo legislativo do “simplex industrial”. Para isso, alegam que, semanas antes da reunião do Conselho de Ministros, os suspeitos Rui Oliveira Neves, Afonso Salema, João Tiago Silveira e João Galamba conluiaram-se de forma a introduzir no diploma alterações que pudessem favorecer “os interesses da Start Campus”.
Visão | Operação Influencer: Malandrices até ao fim (visao.pt)
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